Sincretismo religioso e elementos da tradição baiana marcam reverência
Alegria, fé e emoção. Foi com essa mistura que a Portela conquistou o público ao cruzar a avenida com o samba-enredo E o Povo na Rua Cantando... É Feito uma Reza, um Ritual, que exalta a diversidade religiosa da Bahia e ainda presta homenagem à cantora Clara Nunes (1943-1983). Ilustre integrante da azul e branco e profunda conhecedora da cultura afro-brasileira, ela foi representada pela também cantora Vanessa da Mata (36). Maior detentora de títulos no carnaval carioca — 21 ao todo — a escola fez seu show confiante na quebra do jejum de quase 30 anos e arrancou aplausos de Murilo Rosa (40). “O carnaval é a maior manifestação da nossa cultura. É quando pessoas totalmente diferentes se unem na mesma paixão, na mesma batida”, diz o ator.
Sem a amada, a top Fernanda Tavares (31), com quem tem Lucas (4), Murilo ficou contagiado com o clima da folia e reforçou seu desejo de pisar na passarela do samba. “Estou com tios e sobrinhos que vieram de Brasília e assistem a este
espetáculo pela primeira vez. A Fernanda não pôde vir, é uma pena. Digo que ela só vai desfilar quando eu for. Meu sonho é sair na avenida com ela”, confessou ele, que mostrou samba no pé. “Acho que tenho esse gingado que já nasce com os brasileiros”, atesta o galã. Nomes como Marisa Monte (44), Daniela Mercury (46) e Paulinho da Viola (69) se uniram aos 4100 componentes para brilhar ao som da bateria de mestre Nilo Sérgio e evocar tradicionais símbolos da cultura baiana como o Pelourinho, Nosso Senhor do Bonfim e Iemanjá, entre outros.