Em entrevista, humorista mineiro revela como é ser aberto sobre sua síndrome do pânico e depressão nas redes
10 de setembro é conhecido como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. E, por causa disso, nasceu o Setembro Amarelo, campanha dedicada à conscientização sobre o assunto.
Diversas figuras importantes da mídia estão usando suas redes sociais para falarem sobre o assunto. Quem não ficou de fora dessa foi o humorista Gustavo Tubarão (21), que é super aberto com os seguidores sobre sua depressão e síndrome do pânico.
Em entrevista para a CARAS Digital, o mineiro revelou como foi contar para os internautas sobre questões tão delicadas e o que o motiva a continuar fazendo.
“Pra mim é meio que uma terapia quando eu falo sobre o pânico. Eu não lembro a primeira vez que eu falei que eu tinha isso, mas eu lembro que depois que eu comecei a falar sobre, muita gente começou a se identificar e eu percebi que eu tava ajudando muita gente”, começou dizendo.
“Até porque quando eu comecei a gravar vídeo foi no auge da minha depressão, era meio que uma terapia pra mim e eu falava e chorava em posição fetal, conversava comigo mesmo e falava: ‘no dia em que eu sair disso, eu vou tentar tirar o máximo de pessoas que eu conseguir’. Eu falo abertamente quando eu estou tendo uma crise, eu vou lá no Stories e falo: ‘olha, senti tal coisa hoje’, pro povo ver que existe vida perfeita e se identificar”, contou em seguida.
Apesar de reconhecer que a internet pode ser um lugar muito maldoso às vezes, Gustavo afirmou que nunca pensou em parar de compartilhar seu conteúdo sensível: “Desistir não, mas eu já fiquei mal. Quando eu dei uma estourada no Instagram e muita coisa na minha vida literalmente mudou, eu fiquei meio perdido, comecei a sofrer hate e eu ficava tipo assim: 'por que tem gente que não gosta de mim?’. A internet é bem democrática, existem milhares de influencers e você segue quem você quer. Se você não gostou, você tem a opção de bloquear, você tem a opção de não seguir”, refletiu.
Em seguida, ele pontuou a importância do Setembro Amarelo. “Na minha opinião é o que você tem pra lembrar/ conscientizar as pessoas sobre depressão, mas setembro amarelo, pra mim, é todo dia, todo mês; porque muita gente gosta de setembro amarelo só pra ganhar like. Sendo que todo mês eu tô ali, quando eu tô mal ou falando de depressão. Mas é muito importante você ter um mês só pra isso, só para falar sobre esse assunto delicado”, falou.
“É muito clichê você postar: ‘ai, fique feliz, esteja bem’, falar é fácil demais”, respondeu o comediante ao ser questionado se, na opinião dele, a campanha funciona. “O jeito que eu comunico [é diferente], porque parece que eu consigo passar a dor, porque eu já tive muito pesado, eu já tentei suicídio e graças a Deus não deu certo, então eu falo, mas não falo da forma ‘aí, vamos ser feliz’. Não, eu falo assim: ‘é f*da mesmo, é difícil’. Graças a Deus eu acho que eu consigo ter essa conexão com o meu público”.
Tubarão também deixou uma dica para as pessoas que estão passando pelos mesmos problemas de saúde que ele enfrenta: “É mais uma coisa clichê: ‘fica firme e tenta realizar um sonho’. Eu tava no auge de depressão e eu sempre quis gravar pra internet, mas eu não tinha coragem porque eu sou de uma cidade de 5 mil habitantes e eu ia receber muitas zoeiras, só que eu tava no fim do poço já, então falei: ‘tem isso que eu gostaria de fazer, que era um sonho meu, vou começar a gravar f*da-se’”, brincou.
“Então se você tem algum sonho, se você deixou de fazer alguma coisa com medo dos outros falar, faz. Se você tem vontade de fazer alguma coisa, faça mesmo. Correr atrás de um sonho é uma coisa assim, que pode dar a virada de chave na sua vida que aconteceu comigo”, aconselhou ao final.