Em entrevista à CARAS Brasil, as especialistas Natasha Slhessarenko e Juliana Abrão analisam relato do parto normal de Bia Miranda
Publicado em 08/06/2024, às 18h30 - Atualizado em 13/06/2024, às 15h25
A influenciadora digital Bia Miranda (20) deu à luz seu primeiro filho, Kaleb, na última quarta-feira, 5, e contou aos seguidores que a experiência do parto não foi tão tranquila e chegou a sentir uma "dor insuportável". Em entrevista à CARAS Brasil, especialistas analisam o relato e fazem alerta sobre o processo do parto normal.
A ginecologista e obstetra Juliana Abrão diz que a dor no parto é comum, porém, nem sempre é associada ao sofrimento. De acordo com a especialista, ela acontece por causa da contração do útero. "Podemos dizer que no início a dor é semelhante a uma cólica menstrual não muito forte, localizada no baixo ventre que se intensifica com o desenvolvimento do parto", explica.
Abrão diz que, muitas vezes, mulheres sentem a dor mais aguda por medo, por ter ouvido opiniões ou relatos de outras pessoas. Ela afirma que é importante que a gestante se prepare para o momento e também saiba os métodos não farmacológicos e farmacológicos, tenha pessoas de confiança por perto e entenda que, quanto maior a dor, mais próximo o bebê está.
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"A dor do parto é uma dor que ensina que somos muito mais fortes do que imaginávamos, e nos transforma profundamente e para sempre". Apesar disso, ela deixa um alerta: "não podemos deixar que essa dor seja paralisante, [ou] que seja o motivo para não fazer a escolha que deseja e não viver o que gostaria".
Natasha Slhessarenko, médica patologista clínica e pediatra, diz que a dor do parto não tem diferença entre mulheres jovens ou mais maduras. Ela explica que, o que pode tornar a dor mais ou menos compreendida pela mulher, é ela se sentir segura com o ambiente e o processo.
A especialista acrescenta que não se utiliza anestesia durante o parto normal, e sim, a analgesia. "A segurança da analgesia leva em conta alguns fatores, que incluem estar em ambiente hospitalar, momento do trabalho de parto, experiência do anestesista e de toda equipe e preparo da gestante."
Em seu relato, Bia Miranda afirmou que chegou aos 8 centímetros de dilatação sem pedir a analgesia —o que é seguro, de acordo com a patologista. "Há algumas formas de analgesia que podem ser feitas durante o trabalho de parto. As mais comuns são peridural ou raqui-peridural combinada. A gestante precisa saber que será feita a analgesia."
Porém, ela esclarece que a analgesia pode causar a perda da prensa abdominal, que é o que ajuda a empurrar o bebê. "Por isso, o momento de se fazer a analgesia deve ser avaliado pela gestante, pelo obstetra e anestesista."
A ex-participante do reality A Fazenda também afirmou que, caso tenha um segundo filho, pretende fazer o parto normal novamente, por mais que tenha tido uma experiência dolorosa. Para as especialistas, a decisão é indicada.
"O parto normal é o mais fisiológico, mas existem indicações específicas para cesárea, que também devem ser respeitadas. A preferência deve ser sempre pelo natural, pois evita-se os riscos inerentes a uma cirurgia e a recuperação da mãe é bem mais rápida, mas cada caso é avaliado individualmente", diz Slhessarenko.
"A dor no trabalho de parto não é um sintoma de que algo está errado, como acontece em todas as outras dores que sentimos na vida. Muito pelo contrário, é sinal de que a fisiologia está acontecendo e seu corpo está saudável e se abrindo para dar luz a um novo ser humano. Este processo é grandioso e intenso, quase mágico", acrescenta Abrão.
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