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Especialista em autoconhecimento explica por que relacionamentos não dão certo

Em entrevista à CARAS Brasil, Renata Fornari diz que qualquer relacionamento vai espelhar a relação que você tem com você mesmo; entenda

Thaíse Ramos e Renata Fornari
por Thaíse Ramos e Renata Fornari
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Publicado em 12/06/2024, às 15h01 - Atualizado às 15h53

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Experiências repetidas muitas vezes tendem a causar enorme sofrimento - Freepik
Experiências repetidas muitas vezes tendem a causar enorme sofrimento - Freepik

Sempre existem muitas questões na cabeça de quem não consegue ter um relacionamento duradouro. Afinal, nós entramos em relacionamentos, na maioria das vezes, com a melhor das intenções. Queremos amar e ser amados e até fantasiamos como seria passar o resto da vida ao lado daquela pessoa. Experiências repetidas muitas vezes tendem a causar enorme sofrimento. Sentimentos de baixa autoestima, inadequação, desespero, frustração e raiva são comuns.

Em entrevista à CARAS Brasil, a especialista em autoconhecimento Renata Fornari fala sobre o tema e responde a questão: Porque meus relacionamentos não dão certo?

“A falta do autoamor geralmente está na raiz da questão. Qualquer relacionamento vai espelhar a relação que você tem com você mesmo, então focar em se amar em primeiro lugar é essencial para conseguirmos manter uma relação leve, cheia de companheirismo e saudável com o outro. Se não estamos bem com nós mesmos, esses sentimentos reverberam no relacionamento de inúmeras formas, levando à brigas, ciúmes excessivos, decepções e até ao término”, diz.

Segundo a especialista, da mesma forma, sair desesperadamente à caça de um amor, raramente resultará em um relacionamento saudável, pois indica carência de amor. “E se você está carente de amor, é porque falta o amor próprio. Nenhum afeto externo preencherá esse espaço. Quando duas pessoas possuem a consciência de que a carência interna de amor jamais será preenchida por outra pessoa, elas transbordam e crescem juntas”, fala.

“Tudo em nossa vida é reflexo direto da nossa relação com nós mesmos, da nossa autoimagem e de como nos tratamos. Se você não se respeita, abre espaço para pessoas que não te respeitam entrarem em sua vida. Se você tem um nível de autocrítica muito grande, tem grandes chances de atrair pessoas para sua vida que também vão te criticar com frequência, e assim por diante”, emenda.

Renata ainda destaca: “Se nos recusamos a amar a nós mesmos, fica muito difícil termos qualquer outro tipo de relação de amor verdadeiro pelo outro. Isso acontece porque, nesses casos, geralmente eu estou inconscientemente procurando que o outro (numa relação amorosa ou não) preencha um buraco que existe dentro de mim, que é o da falta desse amor próprio. E aí, quando o outro vai embora (ou quando a casa, carro, emprego já não produzem mais a euforia inicial), eu mais uma vez me sinto infeliz”.

De acordo com a especialista, quando sentimos amor, aceitação e apreço por nós mesmos, a nossa vida flui mais facilmente. "Fica mais fácil gerenciar nossas emoções negativas, dissolver medos irreais, e dessa forma, alcançar cada vez mais momentos de paz interior, que, assim como aprendi com Louise, é o verdadeiro sinônimo da palavra felicidade", conta.

Ela ainda fala sobre como reverter e se cuidar para que não aconteça. “É importante se dedicar ao autoconhecimento e manter sua própria rotina, ter hobbies e momentos de lazer, sem envolver o par romântico. Aliado a tudo isso, o diálogo aberto nas relações em andamento é fundamental. É importante ter conversas sobre as suas necessidades e sempre apontar quando algo não faz bem sem deixar as coisas acumularem”, salienta.

E continua: “É preciso lembrar que não podemos despejar toda a responsabilidade de resolver os nossos problemas e de nos fazer sentir bem na outra pessoa. Para sermos felizes em casal, antes, precisamos nos sentir felizes e plenos com nós mesmos, com o que somos, o que fazemos e onde estamos”.

“Não estou dizendo que trabalhar o amor próprio irá resolver todos os problemas de um relacionamento ruim, mas sempre há benefícios em fazê-lo: ou o parceiro atual sai para abrir espaço para alguém mais compatível, ou o relacionamento atual melhora. Se você não ama desfrutar da sua própria companhia, como acha que outra pessoa vai amar?”.

Portanto, segundo Renata, cultivar o amor próprio é uma das coisas mais importante que você pode fazer por você, pois não há nada mais valioso e gratificante do que cuidar do seu corpo, mente e emoções, estabelecendo uma conexão profunda e sincera consigo mesmo.

“Outro ponto importante para quem está em uma relação ruim é avaliar quais são as próprias crenças a respeito de relacionamento. Pergunte-se: o que eu aprendi na infância sobre isso? Quais são os pensamentos repetitivos acerca de relacionamentos amorosos que estão sempre na minha mente? A pessoa que por exemplo aprendeu na infância que “relacionamentos são frios e sem demonstrações de afeto” terá uma grande tendência em atrair isso para a própria vida. Por isso o trabalho de autoconhecimento, perdão e libertação do passado e ressignificação de pensamentos tóxicos vai sempre resultar na melhora dos relacionamentos de forma geral”, acrescenta.

E como alcançar o autoamor? Renata responde: “Em primeiro lugar, devemos aceitar quem somos por natureza e não tentar ser uma pessoa diferente. Todos nós somos seres únicos, não existem dois de nós, portanto não devemos nos comparar. Quando entendemos isso, se comparar com outro é algo que não faz mais sentido para o nosso ser. Conhecer quem você é por essência, respeitar as suas características únicas, é fundamental”.

“Na nossa primeira infância, principalmente nos primeiros 7 anos de vida, ouvimos coisas negativas a nosso respeito, seja dos pais, dos professores na escola, do irmão mais velho, do amiguinho, em casos de bullying, etc. Em maior ou menor grau, acabamos aprendendo que existe alguma coisa de errado com a gente. É por isso que, em todos os meus cursos, em tudo o que proponho, trabalhamos a reconstrução da autoimagem a partir da ressignificação do que aquela criança ouviu que estava errado com ela”, continua.

“Quando chegamos nesta existência, sabíamos instintivamente que éramos perfeitos do jeitinho que somos, mas desaprendemos isso nos primeiros anos de vida. Não é porque as outras pessoas estão fazendo isso por mal, mas porque ninguém pode ensinar aquilo que não aprendeu. Se os pais não aprenderam a gostar deles mesmos, como é que vão ensinar isso para uma criança? Então, virá a crítica e a comparação com as outras pessoas também. Somos todos seres imperfeitos, nem os pais mais perfeitos têm o poder de não cometer erros. Eles também vão cometê-los, também vão acabar fazendo uma comparação, e essa criança vai parar e pensar: “Epa, tem alguma coisa de errado comigo? Não sou bom o suficiente?”, fala a especialista.

De acordo com Renata, passar por um processo em que você entende como, quando criança, aprendeu que não era bom o suficiente e ressignificar as coisas que essa criança ouviu, se libertar desse passado, é um processo que costuma ser fundamental na construção do autoamor.

“Também existem outros exercícios que sugiro que as pessoas façam, como o exercício do espelho. Você vai olhar para os seus olhos no espelho e dizer: “Eu estou disposto a te amar do jeitinho que você é, eu posso te amar mais hoje do que te amei ontem”, diz.

“O ato de aprender a dizer não, colocar limites saudáveis nas suas relações, se tratar com amor, carinho e gentileza, tudo isso são práticas de autoamor, são coisas que vamos praticando no dia a dia. Aprender a pedir ajuda também é um grande ato de autoamor. Contar com o apoio das pessoas que estão ao seu redor, contar com o apoio de um amigo, de um terapeuta, de um curso. Essa coisa de “Ah, eu dou conta de tudo sozinho”, isso não é se amar, isso é arrogância. A arrogância é o oposto do autoamor. A pessoa que se ama entende que merece receber apoio e ajuda”, finaliza.

Renata Fornari - Única formadora do método Louise Hay no Brasil, embarcou para a Califórnia (EUA) e iniciou sua formação no método “Heal Your Life”, com a equipe de Louise Hay. Quando voltou ao Brasil, passou a dar cursos vivenciais e atendimentos presenciais como coach. Depois foi convidada pela equipe americana para ser a única formadora do método no Brasil e passou a formar facilitadores e coaches no país. Renata Fornari se dedica desde 2017 à metodologia da maior precursora do autodesenvolvimento através do autoamor no mundo, que está presente em mais de 70 países. Seu objetivo é ensinar as poderosas técnicas de transformação de Louise Hay, ajudando pessoas a se libertarem de condicionamentos do passado e entrarem em contato com a própria essência, tendo o autoamor como principal ferramenta.

Especialista em autoconhecimento explica por que seus relacionamentos não dão certo
A especialista em autoconhecimento Renata Fornari - Arquivo Pessoal