Epididimite é inflamação do epidídimo, estrutura em forma de novelo constituída de 7 cm de “fios” muito finos que se localiza em cima de cada testículo. Se esticados, esses “fios” alcançam 6 m. O epidídimo serve de
passagem, armazenamento e maturação dos espermatozoides. Os espermatozoides são produzidos nos testículos, entram no epidídimo e vão ao canal deferente, pelo qual chegam à uretra para se juntarem às outras
secreções e formarem o líquido espermático. Infelizmente, o epidídimo pode ter problemas e doenças, como inflamações.
Comum, a epididimite em geral ocorre de um lado só. Pode se manifestar em qualquer período da vida dos homens, mas ocorre mais nos adultos jovens e após os 45, 50 anos. É rara em crianças. Nestas, aliás, é causada sobretudo por vírus. Já nos adultos jovens, que são mais ativos sexualmente, as causas básicas são as DSTs, ou doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia e clamídia. Nos homens mais velhos e nos idosos, de outro lado, a epididimite resulta sobretudo das bactérias que vivem nos intestinos e provocam infecções urinárias em especial nas mulheres, como a Escherichia coli e a Klebsiella.
A epididimite é crescente em idosos com a saúde em bom estado, vale destacar, pelo fato de que contam com os medicamentos que favorecem a ereção. Como não aprenderam a se utilizar da camisinha, fazem sexo sem a proteção e acabam contaminados pelas DSTs.
Fungos, tuberculose e o câncer na região dos testículos também causam epididimite. É comum, aliás, o homem ter ao mesmo tempo epididimite e orquite, inflamação do testículo, cujas causas são praticamente as mesmas. Em geral o primeiro sintoma é dor de intensidade variável em um testículo. Às vezes é tão forte que o paciente chega ao prontosocorro chorando. Pode haver também febre, aumento do volume do testículo e vermelhidão na pele. Caso a causa seja uma DST, ocorre ainda corrimento, ardor ao urinar, queimação e necessidade de ir à toalete várias vezes seguidas.
Se o portador não procura um urologista e se trata, quando é uma infecção por bactéria, ela pode destruir os tecidos internos e começar a escorrer pus. Nas situações mais graves, a inflamação pode obstruir o epidídimo, deixando o doente estéril, ou até destruir o testículo, que terá de ser retirado. O maior risco, porém, é a bactéria disseminar-se pelo organismo, causando infecção generalizada e matando o paciente.
O ideal, por isso mesmo, é consultar um urologista à primeira indicação. Boas alternativas, para quem não tem plano de saúde, são os serviços específicos para a população masculina, como o Centro de Referência da Saúde do Homem, do Hospital Euryclydes de Jesus Zerbini, na capital paulista, e o Departamento de Urologia das Faculdades de Medicina Federais e Estaduais públicas.
Só com o diagnóstico clínico já é possível começar a tratar com antibióticos. Mas, como o remédio não chega bem à região sexual, a recuperação do doente pode ser lenta. Nas situações em que tomou o antibiótico e não melhora, pode ser necessário fazer exame de imagem, como ultrassom, para descobrir se há abcesso, por exemplo. Nesse caso, o tratamento consiste em retirar o testículo, porque já foi destruído e continuará sendo um reservatório de bactérias. Claro que o paciente ficará com sequelas, como perda de parte da fertilidade.