Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira explora os efeitos do trabalho remoto na saúde mental e oferece dicas para manter o bem-estar
Publicado em 30/07/2024, às 18h03
Embora o trabalho remoto ofereça flexibilidade e elimine o tempo de deslocamento, também impôs novos desafios à saúde mental dos trabalhadores. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira, especialista em saúde ocupacional, explora os impactos dessa modalidade de trabalho e sugere estratégias para manter o bem-estar mental.
Desde o início da pandemia, muitas empresas adotaram o home office como uma medida temporária, mas que, para muitas, se tornou uma prática permanente ou híbrida. Apesar dos benefícios, Leticia destaca que o isolamento social e a falta de separação clara entre trabalho e vida pessoal podem levar a sérios problemas de saúde mental.
"Trabalhar em casa pode parecer uma solução perfeita, mas muitos não percebem os efeitos negativos que isso pode ter na saúde mental. A ausência de interações sociais diárias com colegas pode levar ao sentimento de solidão e desconexão, enquanto a dificuldade em separar o espaço de trabalho do espaço pessoal pode resultar em longas horas de trabalho e exaustão", explica a psicóloga.
Um dos maiores desafios enfrentados por quem trabalha remotamente é a manutenção de uma rotina saudável. "Sem a estrutura de um ambiente de escritório, muitas pessoas acabam trabalhando mais horas do que o necessário, o que pode levar ao burnout. É crucial estabelecer horários fixos para começar e terminar o trabalho, além de criar pausas regulares ao longo do dia", aconselha Leticia.
A falta de interação face a face também pode afetar a comunicação e a colaboração dentro das equipes. "A comunicação virtual pode ser eficaz, mas nunca substitui completamente o contato humano. As empresas devem incentivar reuniões regulares em vídeo e promover atividades de team building virtual para fortalecer o senso de equipe e pertencimento", sugere a especialista.
Outro aspecto importante é o ambiente físico de trabalho. "Trabalhar na cama ou no sofá pode parecer confortável, mas não é ergonômico e pode levar a problemas de saúde física e mental. Criar um espaço de trabalho dedicado, com uma cadeira e mesa adequadas, pode fazer uma grande diferença", afirma.
Para lidar com esses desafios, Leticia de Oliveira recomenda algumas estratégias práticas:
"É fundamental que as empresas reconheçam a importância da saúde mental e implementem políticas de apoio aos seus funcionários. Oferecer programas de bem-estar, acesso a terapia e recursos de saúde mental pode fazer uma grande diferença", conclui a psicóloga.