Saiba quais são os sintomas de um paciente que sofre com hematoma subdural crônico, como aconteceu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi internado nesta semana após ter sido diagnosticado com um hematoma subdural crônico em decorrência da queda que sofreu em casa. Ele passou por uma cirurgia e um procedimento de embolização da artéria. O político segue internado em observação e seu quadro evolui bem. Com isso, o Grupo Perfil conversou com o Dr. Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em doenças cerebrovasculares, para saber mais detalhes do que aconteceu com o presidente.
O Dr. Espíndola contou quais são os sintomas de um paciente no caso de Lula e explicou como é o tratamento, além de revelar como o hematoma aparece depois de tanto tempo da queda. "O Lula teve um hematoma subdural crônico, que é um sangramento que acontece tardiamente após um trauma. Todo mundo lembra que ele teve a queda em outubro, mas agora ele teve um novo sangramento decorrente da queda. Isso é muito comum em subdural crônico”, disse ele.
E completou: "Normalmente, isso acontece mais em pessoas idosas. Vai se formando uma membrana que vai sangrando aos poucos bem na convexidade cerebral. E como esse sangramento é muito lento, na maioria das vezes, os primeiros exames são normais, não mostra o sangramento. Com o tempo, o paciente vai passando a ter sintomas, porque vai sangrando muito pouco lentamente e vai dar tempo do cérebro ir adaptando. Só que essa adaptação chega no limite. E quando atinge esse limite, é quando o paciente começa a ter sintomas, desde dor de cabeça, pode perder movimento do lado do corpo, alteração da fala… E, se não fizer nada, o paciente pode evoluir com hipertensão intracraniana e até mesmo o óbito, caso nada seja feito”.
Por fim, ele explicou como é o procedimento de embolização. "Quando a gente tem um hematoma subdural crônico grande, como foi o do presidente, a gente tem que tratar esse hematoma. A primeira medida que a gente faz é drenar, evacuar esse hematoma, para tirar o paciente do risco de hipertensão intercraniana, que foi o que foi feito. Seo que esse hematoma subdural crônico tem uma taxa de recidível muito alta. Então, por conta disso, de uns anos para cá, a gente desenvolveu uma técnica de tratamento, aliado a drenagem, que é a embolização da artéria que é responsável por esse sangramento. A gente entra por dentro da artéria, faz o cateterismo, e fecha ela utilizando um tipo de cola. E isso diminui muito a taxa de recidiva do hematoma. É um procedimento muito tranquilo. Claro que tem seus riscos, mas é normalmente tende a ser muito simples”, afirmou.
Ver essa foto no Instagram