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Apenas três países no mundo ainda registram casos de poliomielite. Saiba por que a imunização é importante

Juliana Cazarine Publicado em 12/07/2013, às 19h57 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Isabeli Fontana e Michel Teló na campanha contra a paralisia infantil - Divulgação
Isabeli Fontana e Michel Teló na campanha contra a paralisia infantil - Divulgação

A campanha de vacinação contra a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, terminou no dia 05 de julho. E no Brasil, a população só tem motivos para comemorar: o último diagnóstico da doença foi feito em 1990. A Organização Mundial da Saúde - OMS, inclusive, declarou a poliomielite erradicada do continente sul-americano desde 1994. Mas, infelizmente, o poliovírus ainda provoca a doença na população infantil do Afeganistão, do Paquistão e da Nigéria. E é por esse motivo que a vacinação é tão importante. “Você vacina um grupo, que está livre de contrair a doença e, consequentemente, de transmitir também. A imunização evita que as crianças se infectem quando estiverem viajando”, diz Ana Gabriela, pediatra.

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Em 2012, menos de 300 casos de poliomielite foram registrados no mundo inteiro. Na década de 1980, eram cerca de 350 mil infectados. O baixo número atual é resultado de um programa de vacinação que, desde 1988, imunizou com a vacina oral (sabin) antipoliomielite mais de 2,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro. Fazem parte da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio a OMS, o Rotary International, os Centros Americanos para o Controle e a Prevenção de Doenças, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Fundação Bill & Melinda Gates e a Fundação das Nações Unidas.

Os números são animadores, mas não é hora de parar! “A poliomielite não é mais vista como um desafio em grande parte do mundo. Muitos países estão livres da doença há décadas e as pessoas não estão realmente cientes das chances de reincidência”, diz Carol Pandak, diretora do programa Polio Plus de erradicação da paralisia infantil no Rotary International. Estima-se que, se a iniciativa de erradicação falhar, a doença pode voltar rapidamente e afetar mais de 200 mil crianças por ano.

Uma das mais recentes iniciativas para erradicar a paralisia infantil do planeta é o “maior comercial do mundo”, que é uma campanha digital do Rotary International, do qual qualquer um pode participar. Funciona assim: a pessoa precisa adicionar suas fotos no site End Polio Now fazendo o gesto da campanha “Falta só isso”. Além de se juntar virtualmente às 100 celebridades que estão participando, como Jackie Chan, Isabeli Fontana, Michel Teló, os participantes vão incluir seus nomes em uma petição que solicita aos governos mundiais suporte para que o trabalho de erradicação se concretize. “A campanha incentiva as pessoas a ser uma parte da história. A pólio será apenas a segunda doença humana já erradicada, o que é muito emocionante”, afirma Carol.

Existem dois tipos de vacina contra a poliomielite: a silk (injetável) e a sabin (gotas). “As duas têm o mesmo princípio ativo, que é o vírus enfraquecido. Ele age no organismo e cria anticorpos que combatem a doença”, afirma Ana Gabriela, pediatra da Clínica Vivid. Antes de completar um ano, o bebê precisa ser imunizado três vezes. “A primeira vacina é com dois meses, depois, tem que tomar outra aos quatro e aos seis meses. Estas três, no entanto, são do tipo silk, na qual o vírus é morto”, diz a pediatra. Depois, com um ano e meio e cinco anos a criança toma novamente as vacinas, que será sabin desta vez. “A vacina oral entra no corpo humano e percorre o mesmo caminho do próprio vírus: entra pela boca, é absorvida pelo organismo e liberada pelas fezes. Portanto, pode vacinar outras pessoas por tabela, assim como o vírus faria para infectar”, comenta. Está aí a importância de a criança ser vacinada a cada campanha, mesmo que já tenha tomado as doses indicadas.

A poliomielite é uma doença grave provocada pelo poliovírus, que ataca, principalmente, a medula espinhal, prejudica os neurônios motores e provoca inflamação. Em alguns casos, a doença pode até matar. E o pior: “não existe um tratamento específico. O organismo combate sozinho, mas a doença pode deixar sequelas sem solução. Uma delas é a paralisia”, afirma Ana Gabriela. Por um futuro melhor, é importante combater e eliminar.

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