No verão - e principalmente em feriados como o Carnaval - alguns alimentos podem se tornar inimigos das crianças. Veja as orientações de uma nutricionista e de um pediatra para evitar riscos e incluir opções saudáveis no cardápio
Redação Publicado em 01/02/2013, às 10h31 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
O clima quente e o hábito de comer fora de casa em viagens, comuns no verão, podem ser fatores de risco para a alimentação das crianças. Veja as recomendações da nutricionista Nelaine Cardoso e do pediatra William Casagrande para evitar problemas alimentares e incluir opções saudáveis no cardápio.
1. Que alimentos são mais perigosos para as crianças durante o verão?
Alimentos com alto teor de gordura, como salgados fritos, lanches gordurosos e doces com recheios de cremes, que são mais perecíveis. “As comidas preparadas com maionese têm mais chance de estragar e azedar, então, cuidado!” afirma Nelaine. As folhas mal lavadas, como alface, espinafre e agrião também representam risco, portanto, devem ser rigorosamente higienizadas. É importante verificar a procedência da comida e as condições de higiene do estabelecimento. “Evite alimentos com recheios muito manipulados, como o frango desfiado”, diz a nutricionista.
2. E quais são os alimentos “do bem”?
Sucos refrescantes, água de coco, alimentos leves, como os sanduíches naturais, frutas, saladas, verduras. Pães, torradas e macarrão são recomendados, pois são alimentos de fácil digestão que dão energia para a criançada brincar. Para a sobremesa, em vez de doces, ofereça picolé de frutas e gelatina. “Monte refeições equilibradas e atenção para a quantidade: não deixe que as crianças comam em excesso”, lembra a nutricionista.
3. Como deve ser feita a hidratação das crianças?
Estudos mostram que as crianças têm mais dificuldade de manter a temperatura do corpo e podem desidratar com facilidade. Os sinais e sintomas de desidratação podem passar despercebidos enquanto estão jogando e se divertindo. Além da água e da água de coco, os repositores hidroeletrolíticos (isotônicos) podem ser consumidos por crianças. Evite os refrigerantes, que contêm muito açúcar.
4. E se a criança passar mal, o que fazer?
Os vômitos e diarreias fazem o corpo perder grande quantidade de água e sais minerais (eletrólitos). “Portanto, aumente a ingestão de líquidos, como sucos, água, chás, água de coco e isotônicos”, diz a nutricionista Nelaine Cardoso. “A criança pode tomar isotônicos, mas sem exagero pois causam gases devido à presença do açúcar na fórmula”, alerta o pediatra William Casagrande. O pediatra também recomenda o soro caseiro, que deve ser dado aos poucos e à vontade. E atenção: a criança não deve parar de comer. “Se ela for pequena e só tomar leite, não deixe de alimentá-la”, diz Casagrande. Para as maiores, ofereça alimentos sem gordura e de fácil digestão, como frango grelhado (ou assado), arroz, purê de batata, macarrão, sopas, canjas e caldos. “Dê alimentos constipantes, que ‘prendem’, como maçã e banana-maçã, suco de caju e suco de goiaba”, aconselha Casagrande. Busque orientação médica caso o quadro persista por mais de um dia. E fique atento porque os pequenos desidratam muito rápido. “Dependendo da criança, bastam cinco episódios de vômito para que o quadro se agrave”, diz o pediatra. Se observar sintomas como sonolência, pele ressecada, olhos ‘fundos’ e diminuição da urina, leve seu filho imediatamente para o pronto-atendimento.
5. Quais outras orientações nutricionais são importantes durante o verão?
Como em qualquer outra estação do ano, é importante comer de forma variada, não ficar longos períodos sem se alimentar e ingerir muito líquido. “Oriente as crianças a lavar bem as mãos antes das refeições e após usar o banheiro para evitar contaminação”, diz Nelaine. Higienize os legumes, frutas e verduras em água corrente e depois mergulhe-os em água limpa com algumas gotas de hipoclorito de sódio por 15 minutos (siga as instruções da embalagem). Tome cuidado no preparo dos alimentos e mantenha-os sempre refrigerados.
Antes da brincadeira, ofereça alimentos leves e de fácil digestão para os pequenos, como macarrão ou arroz ou batata, além de legumes e frutas. “Evite preparações gordurosas, como filé à parmegiana, batata frita, hambúrgueres, pastéis e frituras em geral”, lembra a nutricionista. “Pizza é permitida com moderação, no máximo dois pedaços. E prefira as de massa integral com recheio de atum ou abobrinha e pouco queijo”, sugere.
Cuide do cardápio do seu filho desde cedo. Afinal, uma boa alimentação na infância certamente vai formar um adulto com hábitos saudáveis no futuro.
Por Ana Paula de Andrade
