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Ovo, amendoim e outros alimentos alergênicos podem fazer parte do cardápio dos bebês, diz estudo

Estudo americano sugere que alimentos considerados alérgicos, como amendoim, peixe e ovos podem ser incluídos no cardápio de crianças entre 4 e 6 meses. E isso teria um papel importante na prevenção de futuras alergias alimentares. Confira!

Ana Paula de Andrade Publicado em 06/03/2013, às 17h17 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Alimentos considerados alérgicos podem ajudar a prevenir futuras alergias porque fortalecem o bebê - Shutterstock
Alimentos considerados alérgicos podem ajudar a prevenir futuras alergias porque fortalecem o bebê - Shutterstock

As alergias alimentares em crianças são um fenômeno crescente que a ciência ainda não entende completamente. Até pouco tempo atrás, a recomendação dos médicos era não oferecer leite a crianças menores de um ano; ovos só poderiam ser consumidos depois dos dois anos e alimentos como amendoim, mariscos e castanhas deveriam ser evitados por menores de três anos. Mas um artigo da American Academy of Allergy, Asthma & Immunology publicado este ano pelo Journal of Allergy & Clinical Immunology: In Practice sugere que esses alimentos devem, sim, ser incluídos aos poucos na dieta dos bebês entre o quarto e o sexto mês de vida. "Há muitos estudos que afirmam que se introduzidos no cardápio das crianças mais cedo, esses alimentos podem, inclusive, prevenir alergias alimentares”, disse o coautor do artigo, o pediatra e alergista David Fleischer, ao The Wall Street Journal.

Mas Fleischer lembra que ainda são necessários estudos conclusivos para determinar se a introdução precoce de fato leva à diminuição das taxas de alergia alimentar e se isso deve ser recomendado como uma prática. As novas diretrizes sugerem oferecer os ‘alimentos alergênicos’ gradualmente e somente depois de a criança já ter comido e aceitado bem outros alimentos, como cereais, frutas e vegetais.

Uma das teorias que defendem a introdução precoce diz que se os bebês não forem apresentados a ‘alimentos alergênicos’ na época certa, seu sistema imunológico os trataria como “ameaças” e os atacaria, provocando a alergia. “O corpo tem que ser treinado no primeiro ano de vida”, diz a alergista Katie Allen, membro do Murdoch Children’s Research Institute do Royal Children's Hospital, na Austrália. "Achamos que há uma ‘janela’ importante, provavelmente entre o quarto e o sexto mês de vida, quando o bebê começa a comer alimentos sólidos”, afirma.

Hoje, 5% das crianças norte-americanas menores de cinco anos são afetadas pela alergia alimentar. E, de 1997 a 2007, houve um aumento de 18% nos casos entre indivíduos abaixo dos 18 anos. Uma explicação para o crescimento das alergias é a extrema higienização dos países ocidentais, que não permitiria que as crianças se exponham a germes, o que afetaria o desenvolvimento de seu sistema imunológico. Allen também acredita que haja uma ligação entre a deficiência da vitamina D e as alergias. Uma pesquisa publicada pelo Journal of Allergy and Clinical Immunology estudou amostras de sangue de cinco mil bebês e descobriu que aqueles com taxas baixas de vitamina D eram três vezes mais propensos a desenvolver alergias alimentares.

As reações associadas à alergias alimentares podem incluir desde urticárias, eczemas, vômitos e crises de asma até o perigoso choque anafilático, que traz risco de morte. Portanto, monitore sempre a alimentação do seu bebê e siga as instruções do pediatra. Caso perceba algum sintoma, procure o médico ou um pronto-socorro para fazer o diagnóstico corretamente.