Catadora representou parte do povo brasileiro em cerimônia da posse de Lula, em Brasília
Aline Sousa (33) foi uma das representantes do povo brasileiro, que foram responsáveis por passar a faixa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (77) neste domingo, 1º. O ato inédito na história do Brasil também contou com a participação de mais outras seis pessoas, entre elas o cacique Raoni Metuktire (90).
Pouco antes Lula havia feito um forte discurso no Congresso Nacional, o qual defendeu a democracia e garantiu que iria revogar decretos polêmicos do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o das armas e munições.
"Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre. Para confirmar estas palavras teremos de reconstruir em bases sólidas a democracia em nosso país", disse ele.
Lula recebendo a faixa de uma catadora de material reciclável. Mãe e avós também eram. NUM GUENTEI! NUNCA CHOREI TANTO!
— Mário Gaspar (@mariogaspar_) January 1, 2023
QUE REPRESENTATIVIDADE!
LULA EU TE AMO! pic.twitter.com/2uuMnYuydb
Mas quem é Aline Sousa? A moça é catadora desde os 14 anos e faz parte da terceira geração de catadoras da família. Mãe de sete filhos, ela também faz parte da parcela de brasileiros que foi contemplada pelo projeto Minha Casa Minha Vida, no segundo mandato presidencial de Lula, em 2009.
No ano de 2012, Aline foi eleita diretora secretária da rede CENTCOOP-DF (Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal). No ano seguinte passou a ser representante de sua classe no Movimento Nacional de Catadoras.
Atualmente ela segue em seu terceiro mandato como presidente da CENTCOOP e também como responsável pela Secretaria Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores.
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Cacique Raoni é o líder do povo Kayapó e conta com reconhecimento internacional por seu trabalho na luta pelos direitos dos povos indígenas do Brasil. Sua participação no evento foi vista como uma reparação histórica, principalmente após a criação do ministério voltado aos povos originários.
Raoni é uma figura conhecida internacionalmente desde 1978, quando protagonizou um filme do cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux que contava sua história no ativismo indigena. Em 2020, ele chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz e em 2021, recebeu o título de Membro Honorário da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).