Em entrevista à CARAS Brasil, Igor Fortunado, o Zé Beltino de No Rancho Fundo, fala da fama de galã e primeira oportunidade na Globo
Cria do teatro, Igor Fortunato (32) está curtindo sua primeira experiência em novelas. O ator dá vida ao personagem Zé Beltino, primogênito de Zefa Leonel (Andrea Beltrão) e Seu Tico Leonel (Alexandre Nero), em No Rancho Fundo. Nascido em Mossoró (RN), ele comemora – durante abertura das gravações das novelas nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, com a participação da CARAS Brasil – a oportunidade de atuar na TV Globo, ao lado de grandes nomes da teledramaturgia; que segundo ele, para um artista do interior do sertão era algo inalcançável. Além disso, comenta fama de galã que já conquistou nas redes sociais. "Não quero estar só nesse lugar", confessa.
Questionado sobre já ter conquistado o título de galã pelos internautas, Igor ressalta: “Não me considero galã, de verdade. Acho que sou ator. Se eu conseguir fazer esse papel de galã, que massa que consigo fazer, mas não quero estar só nesse lugar, entende? Quero estar num lugar de ator que possa fazer qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa. E ser tudo”.
E continua: “Falo que me preparei a minha vida inteira. Me preparo todos os dias para estar em todos os lugares, em todas as linguagens, fazendo todos os personagens possíveis que puder fazer; independentemente se é no teatro, se é no cinema, se é na televisão. Então, se tiver personagem feio, eu quero. Se tiver personagem para ser bonito, eu quero. Se tiver personagem (...) Sabe assim? Agradeço a quem me diz que sou galã. Digo: Muito obrigado, são os seus olhos (risos). Aceito o título, mas quero estar para além disso”.
O ator demonstra muita gratidão ao falar da oportunidade de trabalhar pela primeira vez na TV aberta e em uma trama global. “Tenho aprendido a me acostumar com a possibilidade de ocupar os espaços que me são devidos. E sem ser piegas, entender que é possível sonhar, acreditar nas coisas sendo de uma realidade da margem, né? Porque a gente que é artista que vem do nordeste e que nem está nos centros de produção do nordeste, porque não sou da capital, venho do interior do sertão (...) Teve um dia que tive uma conversa com a Andrea Beltrão. Falei para ela que nunca, no meu melhor cenário possível de vida, estaria aqui, conversando com ela”, fala.
“Porque era uma coisa muito inalcançável para mim, e fico muito feliz dessa descoberta, em poder fazer esse outro veículo, de poder estar aprendendo a fazer uma nova forma de atuar, de exercer meu ofício. Sou um ator de teatro, basicamente. Fiz teatro a minha vida inteira. Me reconheci quanto pessoa, quanto cidadão dentro do teatro; que me deu autonomia como pessoa, libertação (...) Costumo dizer que o teatro me salvou e me salva diariamente”, emenda o artista potiguar.
REPERCUSSÃO NAS RUAS
Igor também fala da repercussão nas ruas sobre seu novo trabalho. “Isso é muito assustador e divertido, ao mesmo tempo. Tenho tido a oportunidade de viajar com a minha peça nos finais de semana, quando é possível, pelo Brasil, e as pessoas têm me recebido de uma forma muito carinhosa, bonita. Pedem para tirar foto (...) É uma coisa nova, mas que não me preocupo muito, de fato”, garante.
De acordo com o ator, sua maior preocupação é com a qualidade do trabalho que se empenha entregar ao público. “Acho que se o personagem atravessa as pessoas e as alcança em um lugar afetivo, de se encantar pelo personagem, acho que é a premissa do trabalho. Sou muito do ofício. No teatro, a gente aprende a ser muito manual, braçal, a gente faz de tudo. Então, aprendi desde muito pequeno que a obra está antes de tudo, de mim, das minhas aspirações. Mas fico feliz que as pessoas estejam recebendo bem (o personagem) porque é uma resposta imediata e diferente da do teatro, para um trabalho que estou amando fazer. É muito divertindo e gostoso”, finaliza Igor.