Regina Duarte rebate críticas dos internautas depois de deixar cargo na Secretaria de Cultura
Regina Duarte utilizou suas redes sociais neste sábado, 23, para desabafar sobre os ataques na internet que vem recebido após a demissão da Secretaria de Cultura.
“Que classe é essa, companheiro? Ao aceitar o convite do presidente Jair Bolsonaro para ocupar a Secretaria Especial da Cultura, eu tinha plena consciência de que minha gestão seria alvo de críticas. Essa certeza, no entanto, nunca me desencorajou. Ao contrário, assumi a missão com a firme convicção de que, para contribuir com a cultura brasileira, teria que enfrentar interesses entrincheirados em ideologias cujo anacronismo não parece suficiente para sepultá-las", começou.
"Não são as críticas, portanto, que me surpreenderam. O que me causa espanto, isto sim, é a total ausência de substância das sentenças condenatórias que me dirigem na praça pública das redes sociais – esse potente megafone usado por grupos organizados dentro e fora da classe artística. Não me vi no centro de um debate acalorado sobre a relevância de uma política pública voltada para as artes, o que seria natural, dado o papel que desempenhei como formuladora de diretrizes nessa área", completou.
"Minha resposta tem sido a serenidade que deriva de uma paz de espírito que só pode ter quem age de acordo com sua consciência, fiel a seus princípios, sem se vergar diante de pressões, sem se preocupar em agradar ou desagradar este ou aquele. Não acredito que a campanha insidiosa que mirou a minha cabeça e o meu coração tenha tido um componente de ordem pessoal. Com o Brasil irremediavelmente polarizado, o posto de projeção que ocupei parece ter servido de instrumento a enfurecidos gladiadores entrincheirados nos dois extremos do espectro político", acrescentou.
"Tenho sido criticada à esquerda e à direita, o que me coloca numa posição intermediária dessa régua imaginária. O que mais lamento é a insistência em querer separar os brasileiros, enquadrando-os em bastiões irreconciliáveis. Lamento não por mim, vítima da vez dessa escaramuça empobrecedora. Lamento pelo Brasil. Amo meu país, sim, e tenho deixado isso sempre bem claro, a ponto de, numa recente entrevista à TV, ter cantado a conhecida marchinha dos anos 70, que fala de “todos ligados na mesma emoção”. Nada a ver com defesa da ditadura, como quiseram alguns, mas com o sonho de brasilidade e união que venho defendendo ao longo de toda a minha vida", concluiu.
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