A cultura e as paisagens que mudaram sua vida
Diante das imponentes construções no Templo de Karnak, em Luxor, um filme passa pela cabeça de Sérgio Marone (34). Por instantes, o ator revive cenas do faraó Ramsés II no megassucesso bíblico Os Dez Mandamentos, exibido até novembro na Record. “Essa sala me lembrou muito a do trono do Ramsés. É uma energia muito forte você ficar um ano inteiro vivendo e pensando o personagem e, de repente, estar em um lugar construído por ele há mais de 3000 anos. Foi emocionante, mágico!”, avalia Marone, que fez vídeos da viagem com um drone para exibir no seu canal no YouTube.
A ida ao Egito coroa uma fase especial para o ator. Além dos frutos pela atuação como o emblemático soberano, ele aguarda com entusiasmo o lançamento, no próximo dia 28, de Os Dez Mandamentos – O Filme. A produção já tem garantido 1 milhão e meio de espectadores pela venda antecipada de ingressos, recorde na história do cinema no Brasil. Ele também capta recursos para o longa Jesus Kid, no qual assina a produção, e celebra a estreia como apresentador na Record ainda neste primeiro semestre. “Estou nas nuvens”, diz o galã, que garante estar solteiro.
O que uma mulher precisa ter para conquistar você?
Nada em especial. Tem de bater aquela química. Prezo muito minha liberdade, individualidade, então, tem de ser incrível, saudável, valer a pena.
Mas não sente falta de ter alguém ao lado?
Ao contrário da grande maioria das pessoas, adoro ficar sozinho. Preciso encontrar uma mulher que entenda isso, não seja carente. Prezo muito minha solitude, não a solidão, torno produtivos os momentos sozinho. Gosto de pensar, criar, ter ideias. A gente vive em um País onde é difícil viver de cultura, você tem de produzir, correr atrás.
O que mudou em você após interpretar o Ramsés?
Acho que ele me deixou com um olhar de mais solidariedade, generosidade pelo outro. Tentei ao máximo humanizar esse personagem, que era um grande vilão, mas, como qualquer ser humano, tinha suas fragilidades, paixões, amores. A solidariedade é um pressuposto da sobrevivência, sem isso a espécie se extingue.
E ao ator, o que somou?
Acho que foi um divisor de águas. Um marco na minha carreira. E não só nela. O projeto em si é um marco na história da teledramaturgia. Já fiz personagens com muita repercussão, mas nessa novela foi assustador, virou febre. De criança a idoso, de taxista a frentista, dondocas, conquistou todos os públicos. Sou grato pela oportunidade e por ter tido saúde para encarar o papel, porque não foi fácil.
Desde quando tinha o sonho de conhecer o Egito?
Desde o colégio. Nas aulas de história sempre foi a cultura que mais me fascinou. Quando fiz o Ramsés, pensei: ‘Tem de ser agora para coroar esse trabalho’. Com o fim da novela, procurei a embaixada do país no Brasil. Tinha medo de ir sozinho. A mídia em geral retrata uma coisa de insegurança de forma exacerbada, o que eu não senti no país.
O que mais o encantou?
A hospitalidade do povo, são receptivos, sempre sorridentes, alegres. Isso lembra muito o Brasil, assim como a distribuição de renda desigual, corrupção. Das cidades, adorei Luxor. Um brinco, uma pérola no meio do Egito, com muita história, todo aquele legado para a humanidade. Sharm El Sheikh também é incrível, o Caribe deles, com um mar azulzão, toda iluminada com postes de luz solar...
O que pode falar sobre o seu programa na Record?
Será semanal, com muita interatividade. Estamos fazendo ainda ajustes, mas a ideia é atrair o cidadão, qualquer um que queira um mundo mais solidário. Na TV aberta, você amplia sua comunicação, é uma arte conseguir falar com um número tão amplificado de pessoas de todos os tipos, idades, e ainda poder expressar opinião a respeito do que penso. Estou muito feliz, é a realização de um grande sonho!