Atriz Zezé Motta fala sobre preconceito ao recordar par com Marcos Paulo na novela 'Corpo a Corpo', de Gilberto Braga
CARAS Digital Publicado em 29/10/2021, às 08h54 - Atualizado às 09h07
Zezé Motta (77) relembrou o par romântico que fez com Marcos Paulo na TV.
A atriz contou que o casal da ficção na novela Corpo a Corpo, de 1984, de Gilberto Braga, que infelizmente nos deixou na terça-feira, 26,não foi aceito pelo público na época e que sofreu ataques racistas.
Em seu perfil no Instagram, ela compartilhou registros ao lado do ator e diretor, que faleceu em novembro de 2012, de embolia pulmonar.
"Em 1984, Gilberto Braga trouxe em horário nobre a história de um amor multirracial. Sônia (Zezé Motta) e Cláudio (Marcos Paulo). O racismo foi discutido, falado e mais que comprovado. A ideia de Gilberto era exatamente essa! Adivinhem só, o casal não foi aceito pelo público. Naquele momento, um jornal ouviu telespectadores sobre o casal e ficaram todos espantados com as respostas que chegavam. Uma das pessoas dizia que Marcos deveria estar sem dinheiro para aceitar beijar uma negra na trama. O saudoso Marcos Paulo chegou a receber recados mal-educados de fãs em sua secretária eletrônica. As reações foram fortíssimas", confirmou o galã da época", começou escrevendo.
Zezé disse ainda que a trama tratava do racismo presente na sociedade. "Não parou por aí... Na trama, a família do Cláudio era contra a Sônia. Principalmente o pai dele, que era interpretado pelo Hugo Carvana, e era uma coisa assim sem pudor. Quando Cláudio perguntava ao pai o que ele tinha contra, o pai dizia: 'Não gosto, não quero que você se case com ela porque ela é negra. Não quero netos mulatinhos'."
Zezé Motta usou suas redes sociais para fazer uma emocionante homenagem ao autor Gilberto Braga, que sofria de Mal de Alzheimer. A atriz agradeceu pela personagem Sônia, que marcou sua carreira na TV. "Querido Gilberto, você me presenteou com o papel que marcou a minha história na TV Brasileira. Graças a você pude viver a Sônia em Corpo a Corpo, personagem que é lembrada até hoje. Foi um divisor de águas. Em 1984, graças a você falamos de racismo em horário nobre. Fomos amigos, demos boas risadas, tomamos bons drinks, vivemos... A minha admiração pelo #GilbertoBraga sempre foi gigante, assim como ele era. Gilberto era um gênio. Deixa um marco na história da teledramaturgia. Descanse em paz meu querido, sinto sua perda, é o Brasil e a TV mais uma vez ficando órfãos. Adeus meu amigo, Zezé Motta", disse ela.
Confira:
