Regina Duarte diz que não é mais a namoradinha do Brasil e que criação rígida influenciou seus trabalhos: "Não conseguiam mais me ver como atriz, precisei romper com isso e botar limites"
CARAS Online Publicado em 12/09/2013, às 09h55 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
Em entrevista exclusiva ao site do Canal Viva, Regina Duarte contou como sua criação influenciou os papéis que fez na televisão e no teatro no início da carreira.
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"Fui criada por um militar, uma pessoa muito religiosa, então já tinha uns limites muito fortes, e na profissão isso tudo veio se consolidar para que eu me tornasse uma pessoa muito disponível para o sim, para o cumprimento, para a obediência, para as regras", explicou.
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"E aí deu no que deu: a namoradinha do Brasil. Eu vivia, me relacionava e fui criada para ser aquela pessoa que realizaria o sonho de qualquer um antes de pensar em si. Uma coisa meio madre de Calcutá, altruísta. Precisei romper com isso e começar a botar limites, custou alguns anos", comentou a atriz, que percebeu a necessidade de mudança quando começou a ser convidada para papéis muito similares.
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"Foi na profissão que me dei conta que precisava me dar um basta, a partir do momento em que eu percebi que os autores não conseguiam mais me ver como atriz, eles viam um personagem já, criado às custas de muitos personagens submissos, dependentes, fracos", afirmou.
Regina afirmou ainda que não se vê mais como "a namoradinha do Brasil", apelido que ganhou há 42 anos, quando interpretou a novela Minha Doce Namorada, em 1971.
"A namoradinha do Brasil está cada vez mais distante de mim, ela se refere a uma pessoa que já não sou mais, fica como um troféu, um prêmio, para lembrar que um dia eu consegui estabelecer com o público uma relação amorosa. Mas hoje não sou mais a namoradinha do Brasil, não me sinto mais assim. Sou avó, tenho três netos, meus personagens cada vez se distanciam mais desse conceito. Não posso renegar isso, são anos e anos de relação amorosa, mas sinto que o título está mais distante de mim", finalizou.
