A atriz, que interpreta a Diana em 'Carinha de Anjo', conta que é chamada de mãe pelas crianças do elenco
Kellen Rodrigues Publicado em 30/08/2017, às 15h33
A novela Carinha de Anjo fica no ar até o início de 2018, mas Camilla Camargo já entrou em clima de despedida da trama. Apesar de ter dois meses de gravações, ela já faz planos para matar a saudade quando não tiver mais o convívio com os pequenos atores.
"Quando acaba fica um vazio. Sou muito envolvida com as crianças da novela, elas me chamam de mãe. Acho que é porque tenho paciência, brinco com elas, dou atenção, criança gosta disso. Fico pensando quando a novela acabar, vou morrer de saudade. Já falei com várias mães que vou querer visitar", conta a atriz. "O menino que faz meu filho fala que sou a segunda mãe dele. Tem que ter um cuidado, quando terminar o trabalho não posso sumir da vida dele assim", continua.
Na trama do SBT, ela interpreta Diana, mãe de Zé Felipe (Leonardo Oliveira) e madrasta de Zeca (Jean Paulo Campos), além de criar com o marido, Inácio (Eddie Coelho) o sobrinho Miguel (Pedro Henrique). "Temos um grupo do WhatsApp com alguns atores e a autora Leonor Corrêa. Ela mandou foto da capa do último capítulo, meu olho encheu de água. A gente ainda não recebeu, mas ela já escreveu. Dá uma angústia.A gente se envolve, eu me apego. Todo trabalho que termina tem um processo de desmamar. Mas não tem o que fazer, é ter consciência que acabou e outras oportunidades virão".
Carinha de Anjo estreou em novembro de 2016, mas as gravações começaram em maio. "Eu gosto de novelas longas, dá um tempo bacana de você construir personagem, criar, brincar. Fora que público infantil é um presente, uma delícia, a resposta é muito diferente, envolve muito carinho", festeja Camilla, que tem um truque para não se perder na história, já que muitas cenas são gravadas fora da ordem. "Sou muito CDF, tenho resumo de todas as cenas na ordem cronológica em um caderninho", confessa.
Ela conta o que gostaria que acontecesse com Diana e sua família. "Eles são muito humildes e muito batalhadores, agora estão criando o sobrinho, e estão brigando por causa da situação financeira. O marido dela é muito machista e não quer que ela trabalhe fora. Mulher não pode baixar a cabeça porque o homem não quer que ela trabalhe fora de casa. Ela vai trabalhar. Eu quero muito que isso sirva de inspiração e que, no final, o Inácio seja um cara mais aberto, quebre esse machismo dele. Também torço para que eles consigam ter a própria casa deles e ter uma vida mais bacana".
Trabalhar para o público infantil trouxe novas experiências e também cautelas para a atriz que tem mais de 800 mil seguidores no Instagram. "Você tem que ter muito cuidado até com o que posta nas redes sociais porque são pessoas muito novas te acompanhando. Foi um ano de muito aprendizado", entrega.A reação das crianças ao encontrá-la, é uma das partes mais gratificantes do trabalho. "Geralmente elas olham com uma cara de 'será que é?' e se eu abro um sorriso é como se fosse uma resposta. Teve uma menina que estava me olhando com uma carinha tão linda e ela estava tímida, então chamei e ela começou a pular. Acho uma graça isso", diverte-se. "Quando eu morava com a minha mãe em um prédio, um garoto grande que devia ter uns 14 anos, falou: 'ô tia, você não é a Diana? Pô tia, te assisto todo dia na televisão, dá um abraço aí'", lembra entre risos. "É engraçado ver alguém do meu tamanho falar isso. O Jean começou a novela mais baixo que eu, agora já é mais alto. Se tivesse mais um ano de novela as meninas estariam tudo do meu tamanho. A Lorena parece outra criança de quando fizemos o teste juntas", opina.
Além das crianças da novela, Camilla vive cercada por pequenos. E revela o desejo de ter os seus. "Eu sempre gostei muito de criança, tenho cinco afilhados, mais os sobrinhos. Vontade de ser mãe eu sempre tive, mas tudo tem o seu momento, o seu tempo. Entrego muito minha vida a Deus, vou saber a hora que tem que vir", acredita.
De olho no teatro
Quando acabarem as gravações de Carinha de Anjo, seu próximo passo é retomar projetos de teatro, sua grande paixão, que estavam em stand-by. "O trabalho do ator é uma delícia, mas é muito sacrificante. Uma hora você está trabalhando e outra não, é muito instável. Não dá para ficar desempregado. Quando estou terminando um já fico procurando outro", confessa Camilla.A filha de Zilu e Zezé Di Camargo começou nos palcos fazendo musicais - ela estreou em O Musical dos Musicais, em 2005. "Sempre me encantei muito por musicais, amo vários. Eu gostaria de fazer a Lisa Minelli, qualquer obra dela".
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Se for preciso, ela não pensa duas vezes em mudar o visual e não tem medo de mostrar toda sua sensualidade por um trabalho. "Tudo depende do personagem. A Liza não é linda, mas ganhava pela simpatia, uma beleza diferente. Quando você faz personagem assim não é só uma estética, tem uma história, um pano de fundo. Quando um personagem é bacana eu faço qualquer coisa: mudo o cabelo, engordo ou emagreço", diz. "A gente não pode ter pudor, porque não vamos fazer alguma coisa ousada gratuitamente. Mas se o personagem exige um envovimento mais profundo, a gente empresta o nosso corpo. Quando fiz o filme Travessia tive que cortar o cabelo mais curtinho, fazer franja, clarear".
