Em entrevista à CARAS Brasil, o ator Breno de Filippo relembra episódio com veterano e comenta sobre como papéis semelhantes podem ser oportunidades
Publicado em 22/07/2024, às 16h57
Além de possuir novelas e séries de renome no currículo, como Avenida Brasil e Arcanjo Renegado, o ator Breno de Filippo revela outra característica marcante em sua carreira: a constante interpretação de policiais. Em entrevista exclusiva à CARAS Brasil, o intérprete comentou sobre como papéis que aparentam ser semelhantes são, na verdade, chances para aperfeiçoar o trabalho artístico.
Recentemente em alta com O Jogo que mudou a História, série original do GloboPlay, Breno de Filippo afirma que, em certo momento de sua carreira, teve preconceito com ofertas para interpretar policiais, carcereiros ou outros personagens com esse perfil. "Uma vez, eu estava ensaiando uma peça de teatro com o Bemvindo Sequeira e me convidaram para fazer Lei do Amor, era para ser um policial. E eu diversas vezes faço policiais. Quando ele soube, falou 'parabéns', e eu falei 'ah, Bemvindo, mais um policial'", relembra o ator.
O desgosto com o papel foi rebatido pelo colega de profissão: "Você tá achando ruim? Tem que aproveitar as oportunidades que você tem de fazer personagens semelhantes, de construir mais coisas, de acrescentar novas peripécias, novos elementos, de ficar cada vez melhor. E, talvez, esses personagens cada vez melhores te levem a outros personagens distintos". A lição foi absolvida por Breno, que afirma que "depois disso, nunca mais falei não para um personagem ou para um convite".
Desde lá, o intérprete já deu vida a dois outros personagens com o mesmo perfil — mas drasticamente diferentes em profundidade — em séries de destaque. O primeiro foi o carcereiro Josias na série Dom, sucesso protagonizada por Gabriel Leone (30). "Eu era o carcereiro que estava mais próximo do Dom, tinha uma interação direta com ele. Por estar ao lado do Gabriel Leone e trabalhando com o saudoso Breno Silveira, para mim foi uma super escada profissional", comenta.
Um tempo depois, o ator foi contatado pelo diretor José Júnior, com quem já havia trabalhado em A divisão e Arcanjo Renegado, para atuar como o chefe da carceragem Xavier em O Jogo que Mudou a História: "O Xavier foi completamente diferente do Josias. Na construção, na história, na dinâmica do produto da série. Ele não era um personagem secundário como o Josias, pelo contrário, ele entrelaçava a trama, tinha um arco dramático com nuances e cenas maravilhosas".
O protagonismo de Xavier, como explica o ator, possibilitou uma entrega maior de dramaticidade e uma construção de personagem com mais camadas. "Esse personagem sim tem a chance de mudar minha história, esse jogo vai mudar a minha história", foi o primeiro pensamento de De Filippo ao ler a trama de José Júnior.
Além das duas séries, o intérprete relembra outros trabalhos que ele considera "pontos" em sua carreira, como Avenida Brasil, Sob Pressão e o filme Destinos Opostos. O trabalho mais recente, que está com a segunda temporada em produção, também é visto pelo ator de forma positiva. Na série Galera FC, Breno dá vida ao ex-jogador de futebol Gelson, um personagem que destoa do padrão do artista: é leve, divertido e descompromissado com a vida.
"Fazer comédia é muito bom, porque é muito leve e eu realmente só faço personagem denso", confidencia. "O Gelson é maravilhoso, é a brincadeira mais séria que eu tenho. Toda vez que vou para o set, eu morro de rir, me divirto", finaliza.