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Teatro / ESPERANDO GODOT

Alexandre Borges reforça memória de Zé Celso em espetáculo: 'O teatro tem que continuar'

Em entrevista à CARAS Brasil, Alexandre Borges fala sobre os bastidores de Esperando Godot e reforça importância de Zé Celso e do Teatro Oficina

Arthur Pazin e Mariana Arrudas
por Arthur Pazin e Mariana Arrudas
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Publicado em 18/12/2024, às 16h00 - Atualizado às 16h10

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O ator Alexandre Borges - Foto: Divulgação
O ator Alexandre Borges - Foto: Divulgação

Para Alexandre Borges(58) o momento atual simboliza uma retomada da cultura teatral. Em cartaz com o espetáculo Esperando Godot no Teatro Oficina, em São Paulo, o ator reforça a importância de manter viva a memória do local e de Zé Celso(1937-2023), responsável pela adaptação que segue em curta temporada até dia 23.

"Este ano estamos com a ausência do Zé no coração. Ele falava que não gostava de autopiedade e chororô. O teatro tem que continuar, com certeza ele gostaria que estivéssemos aqui", diz Alexandre Borges, à CARAS Brasil. "Ele conseguiu deixar esse legado. Vai existir o parque que integra com o teatro, espero que se chame Parque Zé Celso. Ele sempre pensou na sociedade."

O dramaturgo, diretor e ator morreu aos 86 anos, vítima de queimaduras causadas por um incêndio em seu apartamento em São Paulo. O acidente aconteceu um mês após o casamento do artista com Marcelo Drummond (60), que faz parte do elenco da montagem atual e tem recebido apoio de diversos amigos atores desde o ocorrido.

Leia também: Alexandre Borges relembra início do namoro com Julia Lemmertz em casamento de Zé Celso

Borges recorda que começaram a ensaiar a peça em 2022, no dia de seu aniversário. A estreia veio pouco tempo depois, no fim de março, no aniversário de Zé Celso. "[No ano passado] a peça deu uma parada. Fizemos Belo Horizonte e houve o acidente do Zé, o público ficou bem abalado. Retomamos agora para homenageá-lo."

Foto: Mario Canelas
Foto: Jennifer Glass
Foto: Jennifer Glass
Foto: Jennifer Glass
Foto: Eny Miranda

O encerramento na próxima segunda-feira, 23, também marca uma data importante: o assassinato de seu irmão mais novo, Luiz Antonio, aos 37 anos. Em dezembro de 1987, ele foi encontrado morto em seu apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro, após levar 107 facadas. "Foi um crime homofóbico, ele fazia questão dessa data não ser esquecida e fazia questão de celebrar o irmão", diz Borges.

Apesar da peça ainda não ter previsão para uma nova temporada em 2025, o ator celebra o momento atual do teatro no Brasil. "Se formos pensar há três, quatro anos atrás, o que falavam dos artistas... É muito legal ver esse movimento de retomada. Realmente conseguimos sobreviver de uma forma mais iluminada com a arte e a cultura. Fizemos uma temporada fantástica. É bonito ver tudo isso."

Para além de Esperando Godot, Aexandre Borges explica não ter nenhum plano específico, porém, não descarta a ideia de estar em novos espetáculos. "Tenho vontade de fazer um espetáculo de poesia que eu tenhno, chamado Poema Bar", diz ele, sobre a peça em que lê Vinicius de Moraes (1913-1980) e Fernando Pessoa (1888-1935).

"Eu faço com um pianista de Portugal, chamado João Vasco, com a Mariana de Moraes, neta do Vinicius, cantando também. É um espetáculo bem bonito, talvez eu faça", completa ele, que assegura que não pretende aprar tão cedo. "Enquanto eu tiver disposição e saúde, com certeza vou continuar nessa aventura."

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