A atriz Leona Cavalli celebra volta às novelas em Terra e Paixão e afirma viver fase de autossuperação
A chegada da idade nunca foi problema para Leona Cavalli. Aos 53 anos, a atriz carrega a motivação e a sabedoria necessárias para respaldar suas conquistas pessoais e profissionais que, por sinal, não são poucas. “É um momento de autossuperação”, define ela. O passar do tempo, aliás, tem sido o responsável por boa parte de seus feitos, entre eles, a chance de voltar às novelas como Gladys, na
global das 9, Terra e Paixão, após quatro anos longe da telinha. “Tem sido uma felicidade! Primeiro pelo reencontro com muita gente que adoro e admiro: os autores Walcyr Carrasco e Thelma Guedes, o diretor Luiz Henrique Rios, vários colegas queridos e equipe com quem já trabalhei. Também sinto que todo o elenco está feliz em fazer a novela. Desde a preparação, tivemos uma rede de afeto grande, que se mantém nas cenas e nos bastidores”, conta ela, radiante com o desafio.
Com quase 30 anos de uma carreira consolidada, Leona reflete sobre seus aprendizados e a maneira como a arte influenciou sua evolução. “Entre tantas coisas, aprendi sobre amar tanto a luz como a sombra do ser humano por meio das personagens e ir além dos preconceitos, respeitar as diferenças e considerá-las como riquezas”, diz ela, que ainda pode ser vista na série O Rei da TV, no Star+ e, em breve, no longa A Cerca. Parece pouco? Ela ainda abraça outros três projetos no teatro.
– Você define esta como uma de suas melhores fases. Por quê?
– Estou com uma consciência maior, com saúde pessoal e familiar, fazendo o que amo e com muitos projetos. Por outro lado, é um momento de autossuperação, pois, coletivamente, estamos vivendo tempos exigentes, o que nos pede a decisão constante de ir além da nossa zona de conforto.
– Essa consciência tem a ver com a maturidade?
– Com certeza. Defino como um momento de crescimento. Pessoal, profissional e espiritual.
– Você está com 53 anos. Qual a melhor parte de ser uma mulher na maturidade?
– A melhor parte de ser uma mulher madura é a expansão da consciência da vida.
– Já enfrentou algum tipo de crise por conta da idade?
– Curiosamente, sempre me senti com mais idade do que tinha. Preferia conversar com pessoas mais velhas. O meu primeiro namorado, por exemplo, tinha o dobro da minha idade, muitos amigos também. Então, de certa forma, sinto que estou mais à vontade comigo mesma agora. Por isso, não tenho crise, considero a passagem do tempo inevitável e até desejável, porque significa vida longa.
– E qual o segredo para encarar o tempo com tanta leveza?
– Ter a mente e o coração em paz. Optar por viver, inclusive, os desafios, de forma não violenta, faz toda a diferença.
– Atualmente, se considera uma mulher mais carinhosa ou mais crítica consigo mesma?
– O amor-próprio é uma conquista. Procuro ser mais carinhosa comigo e ter bom humor, claro. Procuro não levar a sério meu próprio julgamento.
– A questão estética permeia o meio artístico. Pela profissão, sente algum tipo de cobrança?
– Ser atriz pede uma prontidão física e psíquica para poder interpretar qualquer tipo de papel. Isso passa também pela estética, mas isso não é o principal. O essencial mesmo é se sentir bem com o seu corpo. Eu me sinto.
– Para se sentir bem, de quais cuidados não abre mão?
– Faço, diariamente, uma série de exercícios tibetanos para alinhamento dos chacras, sou vegetariana há anos, e tenho uma excelente dermatologista! Também não abro mão do cuidado com a minha alimentação, com a hidratação e com a minha pele.
– São 29 anos de carreira. Como enxerga esse marco?
– Sempre encarei o meu ofício como um processo constante de aprendizado e de descobertas. Eu continuo assim, com curiosidade de aprender e experimentar coisas novas. Uma atriz nunca está totalmente pronta, sempre a interpretação do ser humano nos surpreende, somos imprevisíveis.
– Você chegou a fazer uma peça na qual falava sobre a busca do amor na meia-idade. Hoje, qual é a sua visão sobre o amor?
– O amor é fundamental, em tudo e em todos. É a nossa essência, por isso, nós não vivemos sem.
– Está solteira?
– Não estou casada, mas não estou sozinha!
– Quais são os seus próximos passos profissionais?
– Tenho muitos projetos e sonhos. Quando terminar a novela, tenho três peças a fazer: a continuidade de Elogio da Loucura, Fausto e Ser Artista, inspirada no livro de grande sucesso do autor Marcus Montenegro.
FOTOS: JULIANA COUTINHO; STYLING: SAMANTHA SZCZERB; BELEZA: ZUH RIBEIRO; AGRADECIMENTOS: HOTEL PESTANA RIO, TVZ, INDEX, GUTE, NAYANE, NOÊMIA JOIAS
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