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Revista / CAPA

Em reencontro, Xuxa e paquitas ressignificam a historia de dores, alegrias e sonhos

Em entrevista à Revista CARAS, Xuxa Meneghel abre o jogo sobre documentário das paquita e celebra sucesso

por Tamara Gaspar
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Publicado em 15/08/2024, às 17h47 - Atualizado às 21h05

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Xuxa celebra documentário das paquitas - FOTO: REVISTA CARAS
Xuxa celebra documentário das paquitas - FOTO: REVISTA CARAS

Foi tão bom... e continua sendo! A paráfrase do trecho da canção Fada Madrinha, hit clássico das Paquitas que acompanharam a trajetória de Xuxa Meneghel (61) na telinha, resume com exatidão o sentimento de nostalgia que envolve a série documental Pra Sempre Paquitas, com estreia marcada para 16 de setembro, no Globoplay.

Em uma espécie de viagem ao tempo, a história e os bastidores da jornada das assistentes de palco da eterna Rainha dos Baixinhos é narrada com pitadas de emoção, saudade e ressignificação. E, para entrar no clima do girl group mais famoso dos anos 1980 e 1990, o programa Altas Horas, de Serginho Groisman (74), reuniu a musa loira e seu séquito em uma homenagem para lá de especial.

Reflexões, claro, não faltaram! “O ponto alto foi ter quase todas as paquitas, foi importante para elas e para mim. Colocando na balança, foi mais gratificante e com boas surpresas do que com o meu documentário, em que ouvi e vi coisas que não foram tão agradáveis”, avaliou Xuxa. Ao reconhecer que as meninas eram expostas a responsabilidades e cobranças incompatíveis com a idade, ela foi direta.

Eu estava tão preocupada em dormir as horas que me eram permitidas, em trabalhar, que não vi que, ao meu lado, tinham meninas com sonhos e que não precisavam passar pelo que passaram. Por mais que elas digam que eu não tive culpa, eu era uma mulher e elas crianças. Poderia ter tido outras atitudes, como deveria ter tido comigo mesma, na minha vida. A culpa não está no meu colo, mas está na minha cabeça, no meu coração”, disse Xuxa, que vê no projeto uma espécie de continuação de Xuxa, o Documentário.

Eu me expus e elas não iriam se expor se não me vissem fazendo isso”, ponderou ela. Idealizado pelas ex-paquitas Tatiana Maranhão (47) e Ana Paula Guimarães (51), a Catu, a série documental contará com cinco episódios, disponibilizados de uma só vez, recheados de depoimentos e imagens inéditas.

Que privilégio poder fazer isso na maturidade e ainda deixar um legado para reflexão das novas gerações, tão comprometidas com o empoderamento feminino, o racismo, com uma nova visão sobre a estética e de valores sociais. É lindo viver conscientemente a evolução e se deixar transformar por ela”, falou Tati, hoje assessora de imprensa da estrela.

Foi uma autoanálise! A gente vivia num mundo politicamente incorreto. É rever a ausência de uma paquita negra, da diversidade, falar abertamente sobre traumas que temos ou tivemos, mas não deixar de falar do grande sonho que permeou várias gerações e do momento mágico, lúdico que foi viver essa história ao lado da Xuxa”, emendou Catu, que, assim como Tati e todas as eternas paquitas, ressignificou sua própria história após o documentário.

Na época, ser paquita e dividir o palco com a Xuxa era o desejo de quase toda menina e, independentemente das circunstâncias, todas as ex-paquitas são unânimes em dizer que essa história foi, sim, a conquista de um sonho! “Entrei aos 10 anos como Paquita e hoje, aos 47, continuo aqui. Foram muitos sonhos realizados, aprendizados, amizades de uma vida inteira, lembranças de muito amor e carinho do público, mas também dores, erros, vazios.Ingredientes de uma história vitoriosa de sucesso”, definiu Tati. “É um legado que vou levar para o resto da minha vida. Ter aquela vivência ali foi algo especial e que eu carrego com muito carinho”, reforçou Catu.

Hoje, porém, Xuxa admite que o cenário seria bem diferente. “Eu não pegaria crianças, nem pré-adolescentes e exigiria que tivessem psicólogos para entender se elas estavam preparadas para isso, para a cobrança, a vida disciplinada, porque a TV é uma janela para o mundo. Faltou isso”, definiu a loira. 

O documentário, sem dúvida, chega como mais um reforço à sequência de homenagens à trajetória de Xuxa. A série Rainha, também do Globoplay, por exemplo, voltou a ser escrita. “Eu participo de todas as maneiras, afinal, a história quem sabe sou eu! Estou viva e posso opinar em tudo”, explicou ela, a todo vapor com os preparativos da turnê O Último Voo da Nave, para 2025. “Queria ter todo dinheiro do mundo para oferecer tudo de bom e melhor, já que não tenho uma voz grandiosa, não canto ao vivo. Quero colocar arranjos nas músicas antigas para ficarem mais atuais e isso é uma das coisas mais difíceis. Além disso, quero que a nave voe sobre as pessoas. Quanto mais coisas colocar, mais caro fica”, revelou. Também para o ano que vem, mais um projeto, desta vez relacionado à série audiovisual Xuxa Só para Baixinhos. “Esse universo com o público infantil não me traz jovialidade, me traz prazer!”, adiantou a estrela.

Foto: Revista Caras
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