O cuidado com quem mais precisa nunca é um serviço trivial. Para Daniela Jones, fundadora do Grupo SAID, empresa especializada em atendimento domiciliar a idosos e pessoas com necessidades especiais, cada visita, cada toque e cada gesto fazem parte de um compromisso ético com o bem-estar. Ao longo de mais de duas décadas à frente da empresa, Daniela viu seu trabalho crescer em escala e significado, alcançando três capitais brasileiras com uma equipe de mais de 1.400 colaboradores, mas mantendo o mesmo pilar essencial: a humanização.
O nome SAID carrega consigo a essência do propósito desde sua origem: Serviço de Atendimento Individualizado Domiciliar. Uma sigla que traduz o cuidado técnico e emocional que orienta cada atendimento oferecido.
“A nossa cuidadora não faz apenas as tarefas práticas. Ela interage, entende o perfil do paciente, participa da rotina e, muitas vezes, é a principal companhia daquele idoso que vive sozinho”, explica.
A afirmação não se trata de discurso. Nascida dentro de casa e com apenas uma linha telefônica, a SAID foi idealizada por quem já conhecia de perto os desafios do setor. Daniela cresceu ao lado da avó, que fundou uma pequena empresa de acompanhantes de idosos mais de cinquenta anos atrás, em uma época em que nem se falava em "cuidadores" como profissão formalizada.
“Minha avó enxergou a necessidade, foi pioneira. Mais tarde, eu mesma trabalhei com ela, com meu pai, ainda quando tudo era feito com telefone fixo e orelhão. Depois segui meu caminho, me formei em administração, mas a vontade de cuidar de pessoas nunca saiu de mim”, relembra.
Há 20 anos, a SAID surgiu com um diferencial claro: oferecer não apenas mão de obra qualificada, mas um ecossistema de atendimento voltado à qualidade de vida do paciente. A empresa nasceu no Rio de Janeiro e foi ganhando reconhecimento pela escuta ativa, pela formação constante das cuidadoras e pelo acompanhamento atento às necessidades de cada família. Com o tempo, a empresa incorporou psicologia, fisioterapia, nutrição, serviço médico, carro adaptado, monitoramento eletrônico e um sistema de acompanhamento digital para manter os familiares informados sobre cada visita. Tudo isso coordenado por uma equipe multidisciplinar.
Cuidados no atendimento
Daniela afirma que a SAID dá treinamentos a cada três meses para os funcionários, com apoio de fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos. “Já tratamos com foco especial a questão das quedas, ansiedade, alimentação e escuta ativa, que é essencial no cuidado ao idoso”, detalha.
Essa escuta ativa também se traduz em orientações importantes para as famílias que vivem o desafio da transição de cuidados. “Muita gente espera o idoso sofrer uma queda ou passar por uma situação crítica para buscar ajuda. Mas o momento certo é antes disso. A prevenção é uma das formas mais responsáveis de amar”, afirma.
Daniela reforça que a adaptação da casa, o acolhimento emocional e a clareza nas funções dos cuidadores são aspectos centrais do trabalho. “Temos supervisores que vão até o domicílio, acompanham os primeiros dias, explicam a diferença entre cuidados assistenciais e técnicos, e ajudam a família a entender esse novo ciclo.”
Além dos idosos, a empresa atende pessoas em recuperação de cirurgias, acidentes ou com deficiência. “A demanda chegou até nós naturalmente. Muitas vezes, o paciente não é idoso, mas precisa de cuidados especializados por um período. Adaptamos nossas equipes para essas necessidades também”, completa.
Expansão com identidade e escuta em cada novo território
A primeira filial da SAID foi aberta em São Paulo (SP), onde Daniela percebeu que a oferta de cuidados era ainda muito mecanizada e impessoal. “Lá, você pede um cuidador por aplicativo. Eu queria levar a experiência humanizada do Rio para esse novo contexto”, conta. Depois, veio Belo Horizonte (MG), com desafios semelhantes, mas uma recepção ainda mais rápida.
Apesar das diferenças regionais, todas as unidades operam com o mesmo padrão de atendimento e sem modelo de franquia. A padronização garante que os valores essenciais da empresa sejam mantidos: escuta, empatia, segurança e especialização. “Treinamos continuamente nossas equipes para que compreendam a missão da empresa. Isso não se ensina apenas em sala de aula, é uma cultura que se vive.”
Entre os diferenciais está também a possibilidade de crescimento interno. Muitas cuidadoras que se destacam são convidadas a integrar a equipe administrativa ou de supervisão. “Valorizamos quem veste a camisa e mostra compromisso. Temos cuidadoras que hoje são parte da nossa gestão”, diz.

Atendimento que também cuida da família
O atendimento domiciliar, especialmente em casos de dependência total, como em Alzheimer, Parkinson ou após cirurgias, afeta toda a estrutura familiar. Daniela reforça que muitas vezes o maior obstáculo é a negação dos parentes sobre a condição do idoso.
“Tem familiar que nem aceita o diagnóstico. Por isso, não cuidamos apenas do paciente, mas também orientamos e acolhemos a família. Nossa equipe de supervisão faz a adaptação inicial, explica funções, limites e acompanha esse início com cuidado”.
As maiores dúvidas, segundo ela, estão ligadas às atribuições do cuidador. “Muitos esperam que façam faxina ou procedimentos invasivos, o que é ilegal e perigoso. Nossa comunicação precisa ser muito clara para evitar mal-entendidos”, alerta.
Outra frente de cuidado envolve a adaptação do ambiente doméstico. A SAID envia profissionais para orientar modificações como a retirada de tapetes, instalação de barras no banheiro e reorganização de móveis. “O ambiente precisa ser seguro e acolhedor. A gente conversa com a família sobre todos esses pontos, além de reforçar o apoio psicológico para o paciente que enfrenta essa nova realidade”, reforça.
Tecnologia com delicadeza
Apesar de adotar soluções tecnológicas como monitoramento por câmeras e relatórios digitais, Daniela reconhece que a maioria dos pacientes ainda prefere a simplicidade. “Temos um sistema digital com registro de visitas e acompanhamento por e-mail. Mas também mantemos o caderno físico de evolução, porque alguns idosos não se adaptam bem à tecnologia.”
A previsão é que novas soluções sejam integradas em breve, com um sistema específico de comunicação entre empresa e cuidadora. Tudo está sendo desenvolvido internamente, com foco na segurança da informação e na praticidade para todos os envolvidos.
Compromisso social
Fora do campo comercial, Daniela também lidera o Instituto Gota d'água, criado em 2017 para levar cestas básicas às regiões mais vulneráveis do Maranhão. “Passamos pela chamada Estrada da Fome e vimos uma realidade que nos tocou profundamente. Cada contrato fechado com a SAID se transforma em uma cesta entregue no fim do ano”, conta.
Em 2023, foram distribuídas 850 cestas, organizadas e montadas pela equipe da SAID, que participa voluntariamente da logística, da montagem e da entrega. “A gente decide o que vai em cada cesta. Não compramos pronto. Tudo é planejado com o cuidado que temos também com nossos pacientes”, afirma.
A SAID também promove encontros presenciais com pacientes em datas comemorativas, como o chá dançante para idosos, criando espaços de convívio e afetividade. Em São Paulo, uma das edições foi realizada no Palácio Tangará. “Temos pacientes que ligam apenas para conversar com a equipe de enfermagem. A escuta é um cuidado em si. O abandono emocional é real e muitas vezes invisível. Nosso papel é estar presente de forma plena”, destaca.
Próximos passos e legado
Daniela confirma que um novo estudo de mercado já está em curso para abrir uma unidade em Porto Alegre (RS). Além disso, está em análise a inclusão de assistência social como parte do escopo de serviços da SAID. “Acho excelente para o nosso cliente e para o paciente também. Já estamos estudando como incorporar essa atuação.”
Depois de tantos anos de dedicação, o que ainda emociona Daniela não são os números. “Quando um paciente melhora e não precisa mais do nosso serviço, é ali que eu vejo que fizemos a diferença. O que fica é o reconhecimento e a certeza de que, se um dia precisarem de novo, eles saberão a quem recorrer”, afirma.
E para quem busca um profissional para cuidar de um ente querido, ela é direta: “Procure com muita cautela. Não coloque qualquer pessoa dentro da sua casa. Procure uma empresa com referência. O cuidado exige preparo, escuta e responsabilidade”, frisa.
Instagram: @gruposaidbr
Site: https://saidrio.com
