Em entrevista à CARAS Brasil, o diretor Pedro Vasconcelos comemora o sucesso da peça O Cravo e a Rosa, no Rio de Janeiro, e garante que não pretende mais atuar
Publicado em 25/10/2024, às 08h00 - Atualizado em 26/10/2024, às 11h18
O Cravo e a Rosa (2000), de Walcyr Carrasco (72) – uma das novelas mais amadas e marcantes da teledramaturgia brasileira – ganhou uma adaptação inédita para o teatro e está fazendo o maior sucesso. O espetáculo está em cartaz no Jockey Club da Gávea, no Rio de Janeiro, até o dia 27 de outubro. Depois, segue para Niterói, Volta Redonda, Petrópolis e São José dos Campos (São Paulo). Em entrevista à CARAS Brasil, o diretor Pedro Vasconcelos (51) fala com empolgação da peça e relembra carreira de ator, mas o ex-galã garante que não pretende mais atuar. "A exposição da TV não combina com minha identidade", confessa.
Para iniciar, Pedro fala do quanto foi emocionante a primeira temporada da peça O Cravo e a Rosa. “Foi um período maravilhoso, melhor do que o esperado! O Cravo e a Rosa é uma novela muito amada pelo público! O espetáculo diverte e emociona mais ainda com a história de Catarina e Petruchio. O público amou assistir sua novela preferida no teatro. Agora, animados com o resultado, vamos levar a peça para se apresentar em todo o Brasil”, destaca.
O diretor expõe seu olhar para a adaptação inédita do folhetim para os palcos. “A novela foi assistida por todo o Brasil marcando índices históricos de audiência. Por que? Justamente por ser leve, pura, e por Catarina e Petruchio serem personagens com características regionais muito presentes. A peça vai viajar por capitais e pelo interior do Brasil, e eu não tenho duvidas de que assim como a novela, vai marcar o público pelo seu carisma, simpatia e alegria”, diz.
“O brasileiro ama a comédia regional, que tem raízes fortes junto ao nosso povo. E também adora um romance verdadeiro, emocionante! Foram esses pontos que eu tirei da novela e trouxe para o teatro. É uma síntese da obra do Walcyr Carrasco. Temos menos personagens, menos histórias paralelas, porém, o espetáculo é marcante pelo humor, pelo amor, pela alegria de Catarina e Petruchio!", continua.
Com sessões lotadas, os teatros brasileiros celebram o retorno em peso do público, e Pedro também. “Acho que precisamos voltar a ter experiências presenciais. A internet, o home office, tudo isso gerou uma ilusão de que poderíamos viver em bolhas, fechados. É preciso abrir-se para a vida, para as experiências reais de vida. E o teatro representa isso. Existe há mais de dois mil anos! Nunca morreu nem nunca morrerá. O teatro é vida!”, salienta.
Como já citado, O Cravo e a Rosa foi uma das novelas mais amadas pelo público. E quem é fã da obra de Carrasco, se animou para assistir a peça. O diretor aconselha: “Assista de coração aberto, preparado para rir e chorar. Vocês vão assistir uma novela de verdade no palco, que nos diverte e nos emociona. Que tal assistir um pouco mais das divertidas confusões amorosas de Catarina e Petruchio? Pode vir que no teatro eles continuam tão divertidos quanto na novela”.
Se na televisão os protagonistas foram interpretados por Adriana Esteves (54) e Eduardo Moscovis (56), nos palcos, coube a Isabella Santoni (29) e Dudu Azevedo (45) darem vida ao casal. Ela, a mocinha rica com temperamento de onça brava. Ele, o homem rústico grosseirão. “Dudu e Isabella trazem todos os recursos necessários para encarar o desafio de viver Catarina e Petruchio. Isabela, linda e poderosa, sabe exatamente como extrair de sua Catarina a força e o humor necessário para brilhar nessa história”, elogia Pedro.
“O Dudu, realmente, está fazendo um Petruchio que leva o teatro ao delírio. Sua graça, seu humor, a verdade com que compõe o personagem, a emoção que consegue transmitir para o público. Nossa, estou apaixonado por esse cara! Que ator incrível! Estou amando trabalhar com os dois! Lindos, humildes, competentes e talentosos. Um sonho!”, continua o diretor.
LONGE DAS NOVELAS
Após se tornar um galã da televisão nos anos 1990 - com trabalhos marcantes como Riacho Doce (1990), Vamp (1991), Fera Ferida (1993), A Próxima Vítima (1995) e Malhação -, Pedro Vasconcelos decidiu deixar de atuar na década seguinte para investir na carreira de diretor. A partir daí, construiu uma experiência sólida na função, com diversos projetos na TV Globo.
A primeira novela dirigida por ele foi Alma Gêmea (2005). Também esteve na equipe de outros sucessos, como A Favorita (2008), Paraíso (2009) e Escrito nas Estrelas (2010). Como diretor geral, fez Morde & Assopra (2011), Amor Eterno Amor (2012), A Teia (2014), Império (2014), Além do Tempo (2015), A Força do Querer (2017) e Espelho da Vida (2018).
“Acho que a exposição da TV, principalmente, não combina com minha identidade mais reservada. Depois, meu encantamento era e ainda é o trabalho do diretor. Estar por trás de todo o processo de realização, no teatro, no cinema ou na televisão me encanta. Atuar foi parte do aprendizado para me tornar o diretor que eu sonhava em ser”, declara.
Pedro revela que Riacho Doce, a minissérie, foi um de seus trabalhos como ator que mais marcou sua carreira. “Não só a mim como ao público. Décadas depois da exibição, até hoje me reconhecem por aquela obra. Foi um personagem lindo, apaixonado, gravamos em um lugar maravilhoso, ainda pouco conhecido na época, Fernando de Noronha. E eu tive o privilégio de estar ao lado de grandes atores e atrizes, grandes diretores e autores. Foi um sonho!”, celebra.
O artista garante que não consegue se imaginar atuando novamente:. “Não me imagino voltando a atuar. Foi bom enquanto durou. Hoje, gosto de trabalhar como diretor, ajudando atores e atrizes a brilharem. Esse é o meu maior prazer do ponto de vista profissional. Ajudar pessoas a brilharem em seus trabalhos”.
PONTO DE VIRADA
Em 2021, Pedro resolveu sair da Globo para se dedicar a uma empreitada pessoal, chamada Ponto de Virada, uma mentoria. Ele realiza cursos on-line e encontros presenciais para ajudar pessoas a transformarem suas vidas.
“Minhas redes sociais são usadas para ajudar pessoas a se amarem novamente, a se libertarem de suas dores e marcas emocionais. Uso as redes para aumentar a consciência do poder de vida maravilhoso que todo ser humano carrega em si. Por isso o nome, Ponto de Virada! Minhas opiniões sobre novelas e televisão sempre trazem insights e inspirações para quem está interessado em crescer e desenvolver seu potencial máximo como ser humano. Cresço e aprendo muito com esse novo trabalho que desenvolvo nas redes sociais”, explica o diretor.
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