Enquanto os casamentos são cada vez mais modernos e cheios de surpresas, os convites ainda mantêm aspectos tradicionais. Os envelopes escritos com letras cursivas são sinônimo de elegância e cuidado com os convidados. E eles fazem toda diferença
Escolher o convite do casamento não é tarefa fácil. São modelos, cores, fitas, rendas, tecidos, e infinitas possibilidades. Mas uma tradição continua sendo procurada por noivos de todos os tipos e estilos, a caligrafia. Receber um convite com seu nome escrito com letras que mais parecem uma pintura é especial para qualquer convidado. “A caligrafia em convites é como a 'cerejinha do bolo', que dá o toque final para o convite ficar perfeito. Os noivos que investem em um bom convite geralmente não abrem mão do serviço de caligrafia, que dá personalidade além de um toque de carinho e dedicação aos convidados”, fala Valéria Fabiano, calígrafa há dez anos.
É mais comum os noivos contratarem um calígrafo para escrever os nomes dos destinatários no envelope, mas alguns casais mais tradicionais optam pela caligrafia em todo o texto do convite. “Já fiz trabalhos onde as noivas quiseram que os convites fossem totalmente caligrafados, inclusive os textos dos encartes internos, além dos envelopes. Isso é um pouco raro de acontecer, mas só é viável no caso de eventos pequenos, com cerimônias fechadas e íntimas, onde os noivos buscam algo mais exclusivo e personalizado”, completa Valéria.
Na hora de escolher um profissional é importante pegar referências com outros casais e também solicitar amostras do trabalho do calígrafo. “Preste atenção no prazo de entrega, já que é fundamental contratar este serviço com antecedência de três meses antes da data do evento. O profissional geralmente trabalha sozinho e precisa de tempo hábil para executar o serviço com cuidado e perfeição, evitando assim possíveis perdas de envelopes”, diz Valéria. Os erros podem acontecer, mas a calígrafa sugere aos noivos terem 10% de convites a mais, que é suficiente para cobrir a margem de erro e também atender a necessidade de convites adicionais de última hora.
Para ser calígrafo é preciso estudar e se dedicar à técnica. Em São Paulo, a escola de caligrafia De Franco, fundada em 1915, forma cerca de mil alunos por ano. As aulas podem ser feitas presencialmente ou por correspondência e duram de dois a dez meses, dependendo do objetivo do aluno. “Com esse tempo o estudante já pode até escrever diplomas”, afirma Antônio De Franco, professor da escola. Segundo ele, quem quer ser calígrafo não precisa ter talento, somente aprender a técnica. “Qualquer pessoa pode ser calígrafo. Muitos alunos que hoje vivem da caligrafia começaram a atividade como um hobby, uma segunda profissão. Essa arte possibilita que as pessoas trabalhem sem horário e sem chefes”, completa De Franco.
As próprias gráficas que imprimem os convites também contam com esse serviço de caligrafia. “A letra manuscrita dá um toque pessoal e completa o convite. Um lindo impresso pode perder o valor se não estiver com uma boa letra no envelope”, diz Alexandre Graziadio, sócio-diretor da Grafjet Convites. “Mas o pior é o convite entregue com etiquetas adesivas comuns impressas em jato de tinta”, completa.
O mercado de convites de casamento evoluiu muito nos últimos anos. Surgiram convites em formato de cartões com códigos de barra, pulseiras para identificar os convidados e diversas técnicas para impedir a entrada de pessoas que não foram convidadas. Hoje, a moda entre os noivos é escolher modelos ainda mais tecnológicos. “O novo convite é um cartão de papel com um chip embutido que possibilita a identificação do convidado e garante a integridade da lista. Na chegada do evento o convidado é identificado eletronicamente, sem o uso de catracas, roletas ou códigos de barra”, fala Graziadio.
Outra inovação que já deixou de ser uma tendência e se tornou realidade é o Save the Date. “Isso não é apenas uma formalidade, mas sim uma necessidade para garantir que todos os convidados estejam no evento. Como atualmente as pessoas estão cada vez mais ocupadas e as agendas muito apertadas, ele permite que todos se programem com a devida antecedência para o grande dia”, completa Graziadio. O Save the Date deve ser enviado cerca de três a quatro meses antes da cerimônia.
Com a grande variedade de modelos e cores a melhor escolha será sempre combinar o convite com a personalidade dos noivos. “Além disso, os convites devem ter a ‘cara’ da festa. É ele que dará o tom, ou seja, é pelo convite que o convidado vai saber se a festa será tradicional, moderna, descontraída”, diz Flávia Gurgel, organizadora de eventos. Outra opção para agradar aos convidados mais especiais da festa é entregar um convite diferente para os padrinhos e pais. “Pode ser uma caixa decorada, uma garrafa de champanhe com o rótulo personalizado ou uma caixa de doces”, acrescenta Flávia.
Para a organizadora, os maiores erros que podem acontecer com convites são colocar fotos do casal, excesso de enfeites e frases e colocar cartões individuais com a lista de presentes. “É muito feio e deselegante. Quem quiser saber onde está a lista de presentes deve perguntar para os pais ou mesmo para os noivos. Outra possibilidade é fazer um site e colocar o endereço no convite. Os convidados podem achar todas as informações do casamento lá”, completa Flávia.
A tendência para a escolha dos convites é pensar em exclusividade e delicadeza. “Os convites com motivos florais estão em alta e tenho até uma noiva que encomendou os dela com uma decoradora. Os modelos com texturas que imitam tecidos e com fita de gorgorão também são tendência”, diz Flávia.
Os convites de casamento devem ser escolhidos com atenção e dedicação porque eles representam a primeira impressão que os convidados terão da festa. Sejam coloridos ou monocromáticos, texturizados ou personalizados, eles devem conter a essência da cerimônia e, principalmente, do casal. Escolha modelos que demonstrem a união e a felicidade em receber pessoas queridas na data mais importante de suas vidas.
Por Mayara Krigner