Ela renuncia aos rótulos e mostra-se em ótima fase
O estilo de vida mais low profile deCláudia Ohana (52), além das batas e dos vestidões que usa, renderam a ela a fama de hippie. A estrela, no entanto, rejeita esse rótulo. “As pessoas têm essa imagem minha. Só porque tenho cabelo crespo, que sou crespa, então sou hippie? Não é verdade. Eu como de tudo, adoro roupas boas...”, enfatiza Claudia, enquanto toma café e delicia-se com uma fatia de bolo, na Ilha de CARAS, sem nenhuma culpa. “Posso me dar ao luxo de comer rabada... O meu biótipo ajuda. Não sou histérica, mas não existe milagre para ser magra”, conta ela, praticante de yoga, com os mesmos 45kg, distribuídos em 1,60m, há anos.
Mãe da diretora Dandara Guerra (31), com o cineasta e poeta moçambicano Ruy Guerra (83), e avó de Martin (10) e Arto (2), Cláudia chega a ficar sem jeito ao escutar dos amigos que o tempo é seu aliado. No entanto, aponta que seu estado de espírito pode ajudá-la a manter-se sempre bem. “Fui ficando jovem de personalidade. Esse negócio de idade é relativo”, pondera a atriz, cheia de disposição aos 35 anos de uma carreira com sucessos como Vamp, de 1991, e A Próxima Vítima, de 1995.
Atualmente, divide-se entre as gravações da segunda temporada da série da HBO Psi, as filmagens do longa Vale Tudo, no qual vive a mãe do lutador José Aldo (28), e os preparativos para apresentar o monólogo A Voz Humana, sem previsão de estreia. “Nesses momentos de trabalho, me poupo. Fico em casa nos dias de folga. Esse é o meu lado velho, talvez...”, analisa.
Não é hippie, mas é zen?
Tenho uma onda zen. Faço meditação transcendental, yoga, me alongo. Tenho rituais.
A jovialidade e a energia vêm do convívio com os netos?
Essa vibração fica na gente. Ao mesmo tempo, acredito que o artista não tem muita idade. Me identifico com uma pessoa de 20 e poucos anos ou mais velha.
Então, como acaba ficando sua relação com Dandara? Mais de mãe ou de amiga?
Em primeiro lugar, Dandara é filha, apesar de ser muito madura. Temos uma ligação forte. Meus melhores amigos são da minha família, trabalhamos no mesmo universo. É como acontece no circo.
Você também é meia-irmã do autor João Emanuel Carneiro. Fala-se muito de trabalho em casa?
Ah, isso é inevitável... E eu adoro reunir todo mundo para conversar. E também para fazer uma jogatina.
Você foi criada por uma tia. Queria logo ter sua família?
Acho que sim, só que não tinha muita consciência sobre isso. Com certeza, eu formei a minha família muito cedo.
Por que só teve a Dandara?
Não sei porque não aconteceu outro filho. Com a Dandara, fiquei quase dois anos parada, é preciso dedicar-se a um bebê. Mas pensei em ter mais uma criança na minha vida. Elas dão uma rejuvenescida, só que cansa. É um investimento a dois. Às vezes, acho que é loucura. Mas eu curto muito os meus netos.
Sente-se sortuda por sua filha ter dado a você dois menininhos como netos?
Gostei bastante. Na minha família, já tinha muita mulher. Eu adoro brincar de luta. Meninos são legais.
Está namorando?
Não, estou solteira!
É uma pessoa realizada?
Como mulher? Sim. Sinto-me satisfeita com bastante coisa. Eu sou uma pessoa legal e tenho uma família bacana.
Entre seus erros e acertos, mudaria algo?
Faria algumas coisas diferentes, mas todas as escolhas foram certas naquele momento. E é preciso aceitar isso. Sendo feliz ou não... Não sou ligada ao passado. Sou ligada ao futuro.
Então, não guarda rancor?
É muito difícil eu ter uma desavença, mas quando brigo, é sério. Acho que eu era zen até demais. Agora, faço terapia...