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Cultura / ENTREVISTA

Geovana Cléa traz para São Paulo obras inspiradas em cultura indígena: 'Presente divino'

Em entrevista à CARAS Brasil, a artista alagoana Geovana Cléa fala sobre inspiração artística e relação com cultura indígena

Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin
por Tábata Santos, sob supervisão de Arthur Pazin

Publicado em 03/10/2024, às 17h30

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Artista alagoana Geovana Cléa - Foto: Reprodução
Artista alagoana Geovana Cléa - Foto: Reprodução

A artista alagoana Geovana Cléa traz para São Paulo na próxima sexta-feira, 4, a exposição que apresenta 15 obras da série Chão Rachado. Em entrevista à CARAS Brasil, ela fala sobre suas inspirações e relação com a cultura indígena. 

"A exposição com a série Chão Rachado é um pedaço da minha alma e da minha história, foi um presente divino ter sido inspirada lá no rio trebbia italiano por aquele solo argiloso seco e rachado, vendo aquela imagem em outro lugar do mundo, me conectei com minhas origens e resolvi levar aquele barro pra obra, assim nasceu essa história e depois de 26 anos de carreira posso dizer que finalmente minha alma se materializou em arte através do solo rachado do sertão que representa minha história e de cada sertanejo indígena e não indígena daquele lugar abençoado por Deus.", explica a artista. 

Morando a mais de 20 anos na Europa, Geovana conta que duas obras que estarão na exposição foram feitas no castelo de Rivalta na Itália: "Fiz as primeiras duas obras do Chão Rachado apresentadas na minha exposição individual “Inha-pi água sobre pedra” no castelo de Rivalta na Itália, enquanto essas obras nasciam, cai em pranto, chorei emocionada e falei pra mim mesma 'Obrigada Deus, finalmente achei minha identidade na arte!'’

Sobre inspiração, a artista enfatiza a forte presença da natureza e o uso de barro natural argiloso recolhido em solo sertanejo, além do barro italiano do rio Trebbia: "Acho mais que justo, foi nesse rio que me conectei de volta com o sertão e fui abraçada por essa série que me acompanhará para sempre. O respeito pela natureza, clima, planeta, o amor, o orgulho pelas próprias raízes, o valor da simplicidade na vida e o respeito pelos povos originários do Brasil.", diz. 

Geovana espera que a paixão por suas origens sertanejas e pela cultura indígena consiga chegar aos corações brasileiros: "Espero que o amor pelos indígenas da minha terra inspire cada brasileiro a amar e respeitar também cada um deles."

Recentemente Geovana foi convidada pela segunda vez para ser madrinha dos Jogos Olímpicos Indígenas: "Foi uma honra muito grande. O evento é muito rico, bem organizado e com um valor espiritual e esportivo muito significativo. E os líderes pensam com muito cuidado antes de envolver pessoas externas à comunidade, então isso pra mim é um sinal de respeito pela minha pessoa, isso é muito especial pra mim.", conta à CARAS Brasil.

Além de madrinha a alagoana também pôde realizar uma prévia das obras do Chão Rachado: "Nesta edição fui convidada e expor as minhas obras na comunidade durante os jogos, obras do chão rachado feita com os barros sagrados utilizados por eles, por sinal foi a minha primeira exibição artística na minha cidade natal, apresentei como previa da minha exposição individual que será apresentada aqui em São Paulo."

Com direção de Gabi Paína e curadoria de Mariana Moura, a exposição acontece na G Gallery, em São Paulo.