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Tetralogia de Fallot: entenda a doença do filho do sertanejo Cristiano

Filho do sertanejo Cristiano teve doença cardíaca, descoberta na 28ª semana de gestação, e passará por cirurgia

Nataly Paschoal
por Nataly Paschoal
[email protected]

Publicado em 09/06/2023, às 14h24 - Atualizado às 15h34

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Filho do sertanejo Cristiano, Miguel, nasceu com Tetralogia de Fallot - Reprodução/Instagram
Filho do sertanejo Cristiano, Miguel, nasceu com Tetralogia de Fallot - Reprodução/Instagram

No dia 2 de junho, o cantor sertanejo Cristiano, da dupla com Zé Neto, tornou-se pai pela terceira vez. O artista anunciou a chegada de Miguel, fruto do casamento com Paula Vaccari, e mostrou a primeira foto do recém-nascido. Durante o anúncio, ele gerou curiosidade ao revelar que o bebê nasceu com uma doença, descoberta na 28ª semana da gestação: a Tetralogia de Fallot, também conhecida como "a doença azul".

Em entrevista exclusiva para a CARAS Digital a médica do caso de Miguel, doutora Lilian Lopes, explicou como foi descoberta da doença, que deverá ser acompanhada durante toda a vida do garoto. Em sua rede social, Cristiano adiantou que o bebê terá que passar por uma cirurgia em breve e que seu nascimento é um milagre para a família.

"Descrita em detalhes pelo médico francês Etienne-Louis Arthur Fallot, que a chamou de “a doença azul”, pela coloração azulada ou violeta da face, lábios e ponta dos dedos dos portadores, a tetralogia de Fallot é a cardiopatia congênita cianogênica mais comum, em 9-11% dos casos de cardiopatias congênitas na infância", contou cardiopediatra.

A especialista explicou melhor a doença: "A forma mais comum apresenta quatro alterações cardíacas, de onde vem o nome de tetralogia: 1) Estenose pulmonar (estreitamento da valva pulmonar), 2) Comunicação interventricular (falha na parede entre os ventrículos), 3) Cavalgamento da aorta (Artéria aorta originando-se de ambos os ventrículos como um cavaleiro sobre um cavalo), 4) Hipertrofia do ventrículo direito (aumento da espessura da parede do ventrículo direito)".

Segundo Lilian Lopes, o problema ocorre em 1 em 3.600 nascidos vivos e pode estar associada a síndromes genéticas. O tratamento é cirúrgico, a médica revela que se deve realizar duas cirurgias, quando a valva e artéria do pulmão são muito pequenas. Sendo uma na primeira semana de vida e outra após 4 meses.

"Quando a anatomia é favorável por apresentar valva e artéria do pulmão de tamanho próximo ao normal ao nascimento, uma única cirurgia geralmente ocorre entre 4 a 6 meses. Essa cirurgia ocorre porque com o crescimento do bebê a doença tende a piorar e deixa de ter a anatomia favorável apresentada ao nascimento. Casos muito complexos com ausência da formação da valva pulmonar geralmente necessitam de mais de duas cirurgias", esclareceu a profissional.

Quando questionada se a criança poderá ter uma vida normal, a médica conta que sim. "Poderá brincar, ir à escola e ser feliz. A diferença é que a cardiopatia “não tem cura” e portanto, acompanhamentos com consultas e ecocardiograma sempre será recomendável", falou.

Ainda segundo Lilian Lopes, a Tetralogia de Fallot é descoberta por meio da ecocardiografia fetal. Contudo, por nem todas as grávidas poderem realizar o exame de ecocardiograma fetal, é muito importante que o médico responsável tenha pelo menos treinamento adequado para suspeitar da doença durante o ultrassom.

Caso do filho do sertanejo Cristiano

Durante a gestação, o filho do sertanejo Cristiano já foi diagnosticado. "Ao fazer o ultrassom morfológico de segundo trimestre houve a suspeita de uma alteração no coração fetal, sendo então solicitado o ecocardiograma fetal, que foi realizado por mim com 28 semanas", contou como descobriram o problema.

Diante a situação algumas medidas foram tomadas pela equipe que cuidava de Miguel já na barriga. "Seguindo as orientações do especialista que fez o ultrassom morfológico, foi realizado o ecocardiograma fetal que confirmou a cardiopatia. A seguir foi realizado uma consulta de explicação do resultado, tipo de cardiopatia, gravidade, etc. Na sequência, fizemos em conjunto o planejamento do parto, escolha de hospital, equipe de cardiologista em sala de parto, preparo da equipe de UTI neonatal, etc", comentou que tudo foi planejado. -

Segundo a especialista, felizmente, não houve nenhuma complicação no caso. Ao anunciar o nascimento do filho, Cristiano falou sobre o milagre na vida de Miguel. "O cenário não era bom, mas “Quem como Deus”, não é mesmo? Miguel está bem, acaba de ter alta da uti, antes mesmo das 48hrs, seriam 5,6,7 dias, foram menos de 2, E o tempo que ficou lá, foi por zelo dos médicos, no qual agradeço muito, pois cada médico que cruzou o caminho do Miguel, sentia mais forte a presença de Deus", contou ele.

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