Maquiadas como animais silvestres, as divas falam sobre o meio-ambiente
A ONG Ampara Animal lançou nesta segunda-feira, 25, a campanha #SomosTodosSilvestres, contra a caça de animais silvestres, e diversos famosos endossaram a causa. Entre eles estão Renata Kuerten, Paloma Bernardi, Luísa Sonza, Sergio Marone e Astrid Fontenelle.
Maquiados de animais em risco de extinção, as celebridades se manifestaram em suas contas no Instagram e conscientizaram seus seguidores sobre a luta.
O principal objetivo da campanha é jogar luz sobre a caça ilegal e o fato de que manter animais silvestres como bichos de estimação estimula a prática. Também busca lutar contra o Projeto de Lei 6.268, de 2016, que procura descriminalizar a caça, perseguição e captura de animais silvestres no Brasil. O projeto anularia a lei de 1967, que prevê prisão para quem for pego traficando animais.
Mesmo sendo proibido, o tráfico de animais é amplamente praticado no país. De acordo com a ONG Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais, todos os anos 38 milhões de animais são retirados de seus habitats naturais anualmente. A prática ilegal movimenta cerca de R$ 11 bilhões, 15% do montante de tráfico mundial.
O transporte desses animais é feito de forma precária. Animais maiores, como macacos e felinos, são amarrados e colocados amontoados em jaulas. Os menores, como pássaros e roedores, são enrolados em folhas de jornal ou meias de nilon e colocados dentro de garrafas PET de água ou canos de PVC. Depois, para não serem encontrados, são jogados nos fundos de malas e caminhões. Para não aumentar suspeitas, durante o transporte não são alimentados e nem recebem água. Depois que chegam aos distribuidores, são enviadas pelo correio, dentro de caixar de isopor ou papelão fechadas, sem circulação de ar.
Por conta das condições, 9 a cada 10 animais traficados morrem antes de chegar ao destino final. Por isso, a captura é sempre feita em grande número, o que diminui a presença das espécies na natureza, contribuindo para a extinção.
Os principais compradores são zoológicos e colecionadores. Os animais mais traficados são pássaros, principalmente papagaios. Por conta do cárcere e dos maus-tratos, muitos desenvolvem sintomas de estresse animal, como arrancar as próprias penas e pelos ou perder a habilidade de andar ou voar.
O combate à prática não é levado a cabo. As multas não são pagas e as prisões duram pouco tempo. Mas como o negócio é rentável (uma arara azul custa RS80 mil, por exemplo) grandes nomes do tráfico continuam com as atividades logo depois de serem soltos. Não há agravantes para reicindência.
Diante desse cenário é que surgiu a campanha #SomosTodosSilvestres. Cada um dos famosos que apoiou foi maquiado como um animal ameaçado de extinção que sofre perseguição do tráfico, e postou uma foto acompanhados por uma legenda explicativa. "Todos os anos milhares de espécies desaparecem do planeta em ritmo assustador. Isso acontece por diversos motivos. A caça, o comércio, o desmatamento e o tráfico internacional são alguns dos principais. É importante que todos entendam que lugar de animal silvestre é na natureza, e NÃO devem ser mantidos fora de seu habitat como bichos de estimação. Para que eles continuem a existir precisam ser protegidos por todos nós. Na contramão dessa ideia, existe um projeto de lei criminoso que pretende liberar a caça de animais silvestres no Brasil (a PL 6268/2016). Talvez não sejamos capazes de recuperar as espécies que já foram perdidas, mas muitas outras precisam de atenção imediata! Por isso pedimos que juntem-se a nós nessa campanha e REPRIMAM a legalização da caça de animais silvestres, o desmatamento e o consumo irresponsável dos nossos recursos naturais. Seja você também a voz que fala por eles. #somostodossilvestres #silvestrenãoépet #todoscontracaça", diz o texto.
Renata, Paloma e Luísa vestiram-se respectivamente de iguana, arara-azul e onça-puma. Sergio Marone, que já mostrou-se anteriormente preocupado com o meio-ambiente, vestiu-se de macaco-aranha.
Veja algumas das fotos e uma reportagem sobre o assunto:
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