Entenda as causas e sintomas do vírus de Epstein-Barr, doença contraída pela cantora Anitta
Publicado em 08/12/2022, às 14h04 - Atualizado em 13/12/2022, às 12h15
Anitta (29) revelou, nos últimos dias, que foi diagnosticada com o vírus Epstein-Barr, que pode desencadear os sintomas da esclerose múltipla. A cantora chegou a ser internada novamente, na última quarta (7), para realizar o tratamento adequado.
Também conhecido como EBV e como causador da "doença do beijo" (mononucleose), o vírus é transmitido principalmente por meio da saliva. No entanto, a transmissão também pode ocorrer por meio de objetos contaminados, transfusão sanguínea ou de gestante para o feto durante a gravidez.
Na infância, a transmissão pode acontecer quando um pai ou uma mãe beija o filho na "boca", por isso é importante evitar dar selinho nos bebês e nas crianças. O período de incubação do vírus, ou seja, o tempo que decorre do contato com o vírus e até início dos sintomas, é longo, em torno de duas a três semanas, em média.
Segundo a Sociedade Paulista de Reumatologia, 90% da população mundial foi ou será infectada em algum momento da vida pelo EBV, que em muitos dos casos apresenta sintomas leves e na maioria da vezes, pode permanecer latente (inativo) no organismo.
De acordo com a entidade médica, o vírus Epstein--Barr faz parte da família da herpes, especificamente o herpesvírus humano tipo 4. "É um vírus comum, principalmente em crianças, adolescentes e adultos jovens. Estima-se que cerca de 50% das crianças até 5 anos de idade e 95% dos adultos já tiveram contato com esse vírus", informou a Sociedade, com base no Manual dos Médicos MSD.
"Importante reforçar que, em muitos dos casos os sintomas são leves em crianças e adultos. A notícia não deve gerar pânico, uma vez que a doença é multifatorial, depende de fatores ambientais, do sistema imunológico e da predisposição genética de cada paciente", acrescentou a reumatologista Daniela Gerent, responsável pelo informativo.
Os sintomas mais frequentes do vírus de Epstein-Barr são: febre, dor de garganta e inflamação dos gânglios do pescoço. O EBV também pode causar cansaço, dor no corpo, dores musculares, fadiga, tosse, perda de apetite, aumento do baço e do fígado, manchas vermelhas pelo corpo e até mesmo icterícia (pele amarelada).
Vale lembrar, no entanto, que nem todas as pessoas que contraem o vírus terão sintomas. O diagnóstico é feito por meio dos sinais típicos com o auxílio de exames de sangue, como o hemograma que analisa a presença de glóbulos brancos com forma anormal, chamados de linfócitos atípicos, e um exame de sangue específico que pesquisa a presença de anticorpos contra o vírus Epstein-Barr (sorologia).
No caso da mononucleose, o tratamento procura aliviar os sintomas, com o uso de antitérmicos para febre, analgésicos para dor de garganta,hidratação e repouso. Não existe, ainda, uma vacina indicada para a prevenção da doença.
Além da mononucleose, o EBV pode estar associado também à pneumonite, a quadros hematológicos como anemia hemolítica e pancitopenia, e a alguns tipos de cânceres não muito comuns, como o nasofaríngeo e o gástrico, além de alguns tipos de linfoma (Burkitt e Hodgkin). O EBV também pode causar encefalites, meningites e outras complicações neurológicas já mencionadas.
Um estudo publicado na revista Nature, em 2018, feito pelo Hospital Infantil de Cincinnati (EUA), mostrou como a exposição ao EBV aumenta o risco de desenvolver doenças autoimunes em pessoas com predisposição genética, como o lúpus eritematoso sistêmico, esclerose múltipla, artrite reumatóide, artrite idiopática juvenil, doença inflamatória intestinal, doença celíaca e diabetes tipo 1.