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Bem-estar e Saúde / GRAVIDEZ?

Especialista analisa insegurança íntima de Juliette: 'Medo irracional'

Em entrevista à CARAS Brasil, Dra. Rafaela Schiavo falou sobre o relato pessoal de Juliette em relação ao processo de engravidar

Dra. Rafaela Schiavo Publicado em 05/04/2025, às 15h16 - Atualizado às 15h20

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A psicóloga perinatal falou sobre o relato de Juliette em relação à maternidade - Foto: Alex Santana
A psicóloga perinatal falou sobre o relato de Juliette em relação à maternidade - Foto: Alex Santana

Nos últimos dias, Juliette (35) chamou a atenção dos internautas ao revelar uma insegurança íntima: o medo de engravidar. A campeã do BBB 21 deixou claro que não tem insegurança de ser mãe, mas sim do processo de gestação. Em entrevista à CARAS Brasil, Dra. Rafaela Schiavo analisa o relato da influenciadora digital, enfatizando que podem estar atrelados a experiências da infância e traumas familiares.

"A maternidade causa muitos medos em várias mulheres: insegurança, medo de não ser uma boa mãe, medo de morrer no parto, de que o bebê morra no parto, de sentir dor, de passar por uma violência obstétrica... Então, são muitos os medos que as mulheres enfrentam quando pensam em engravidar, principalmente durante a gestação. Tanto é que o terceiro trimestre da gravidez é o mais ansioso de todos, justamente porque esses medos se concentram nesse momento, já que o parto está muito próximo", aponta.

"Mas, quando a gente fala de um transtorno psicológico relacionado ao medo da gestação e do parto, estamos falando de um transtorno mental chamado tocofobia. A tocofobia é um medo irracional de engravidar e de parir. A pessoa sabe que está com medo, reconhece que esse medo não tem lógica, mas ainda assim não consegue evitá-lo. É uma fobia específica — diferente dos medos considerados comuns, que praticamente 100% das mulheres vão ter em algum momento quando pensam em engravidar ou estão grávidas", acrescenta.

Apesar disso, a psicóloga perinatal reforça que existe o medo considerado normal, que as pessoas precisam aprender a lidar, e o medo que foge do padrão: "Nesse caso, estamos falando de um transtorno mental que precisa de tratamento psicológico e, muitas vezes, também medicamentoso".

Durante sua participação no podcast PodDelas, Juliette disse que não tem medo de ser mãe, mas que considera o processo um desafio. Para a CARAS Brasil, Dra. Rafaela Schiavo explica que traumas pessoais podem estar relacionados ao medo excessivo e fóbico.

"Uma mulher que sofreu violência obstétrica, por exemplo, pode desenvolver tocofobia e não querer mais engravidar, por receio de reviver uma situação traumática. O medo de passar por tudo novamente é tão intenso que ela evita qualquer possibilidade de gravidez. Também pode acontecer após uma perda fetal ou um parto traumático. São experiências que, dependendo de como foram vividas, deixam marcas emocionais profundas. O resultado pode ser um bloqueio real à ideia de gestar ou parir novamente", afirma.

"Há mulheres que desejam ser mães, mas só de imaginar estar grávidas ou parir já sentem desconforto, angústia, medo. Algumas abandonam o desejo da maternidade biológica e optam pela adoção. Nesses casos, pode haver relação com a tocofobia, que precisa de acompanhamento psicológico e, em algumas situações, também medicamentoso. Esse medo pode surgir de um evento vivido ou até de memórias registradas na fase intrauterina. Experiências do período gestacional e do nascimento ficam armazenadas como memória corporal, mesmo sem lembrança consciente. Essas sensações guardadas podem se manifestar mais tarde como medos intensos e desconfortos", explica.

Além disso, a psicóloga perinatal ressalta que experiências da infância e traumas familiares também podem influenciar nesse medo da gestação e do parto: "Há, sim, uma relação com o passado. A pessoa não fica com medo de engravidar ou de parir do nada, sem ter uma história prévia, sem ter algum tipo de trauma, sem ter algo que aconteceu. Para ela ter esse tipo de medo, esse tipo de trauma, e chegar até uma tocofobia, precisa ter acontecido algum fato marcante na vida dela".

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