No elenco da animação Arca de Noé, Rodrigo Santoro faz comparativo com paternidade e destaca professo criativo do novo trabalho
Paulo Henrique Lima e Mariana Arrudas Publicado em 03/11/2024, às 07h00 - Atualizado em 08/11/2024, às 08h36
Rodrigo Santoro(49) está prestes a encantar o público com a sua voz e emoção na animação brasileira Arca de Noé, com estreia marcada para a próxima quinta-feira (7) nos cinemas de todo o Brasil. Ele interpreta o personagem Vini. Fazer parte de um filme inspirado na obra de Vinicius de Moraes (1913-1980) tem sido a oportunidade de levar a história do poeta para crianças da nova geração que ainda não sabem da importância do escritor para a cultura.
"Eu acho que é uma oportunidade de, por falta de uma palavra melhor, eu vou usar resgatar, de trazer a obra-prima do Vinicius, para gerações de hoje. A gente estreou esse filme na sala São Paulo há uma semana atrás, fizemos uma exibição para 800 crianças, de escolas públicas, com seus professores, e foi uma espécie de catarse, surpreendente, no meio do filme, houve crianças ficando de pé e vivendo uma experiência coletiva, que eu acho que isso fala da experiência do cinema, de assistir um filme no cinema. Essa iniciativa, que foi a Mostrinha, a primeira edição da Mostrinha, que é um derivado da Mostra de São Paulo, extrema importância porque ela não só está contemplando esse público, como está formando o espectador que está acostumado com as telas menores", diz ele em coletiva de imprensa, com participação da CARAS Brasil.
O ator opina sobre a importância de falar mais sobre Vinicius de Moraes para a nova geração, não só o poeta, mas outros nomes que também fizeram história da literatura brasileira e deixaram legado rico em palavras e conhecimento.
"Eu acho que se você perguntar para uma criança de 10 anos se ela conhece Vinicius de Moraes, se os pais não apresentaram, provavelmente não conhecem. Então é uma grande maravilha a gente poder, com este filme que é muito acessível, que a gente fala também para a família, e realmente é, porque ele conversa com adultos, com os brasileiros, e ele conversa com as crianças, desde os arranjos, que são mais contemporâneos, para dialogar com o público do mundo que vivemos hoje. Então a gente está mostrando a obra do Vinícius para todas as gerações", afirma.
Santoro fala sobre o processo de produção do filme e revela diálogo que teve com os produtores sobre a voz que daria para seu personagem. "Eu falei desde o princípio: 'será que a gente não pode fazer junto? Nesse caso, apesar de ser um desafio técnico, que às vezes as vozes acabaram um com o outro mas como é sobre essa luta, é sobre a amizade, então eu acho que valeria a pena mesmo'. Eu acho que foi uma escolha muito sábia, porque a gente descobriu as personagens fazendo e aí virou uma diversão e um processo muito livre, e na liberdade a gente consegue descobrir outra coisa", relembra.
"A gente precisa do espírito, a gente precisa da essência. Então a gente põe na verdade das cenas, o que eu acho mais importante é que é humanizar as personagens, mesmo sendo uma animação, mesmo sendo um desenho, essa ideia de que a animação é uma ideia extremamente fácil, né? A animação, você corta uma voz, 'ah, eu tenho que ter uma vozinha?'. Não, mas é um sentimento que a gente tem, até porque se não o espectador não consegue se identificar, não consegue se envolver, fora o resto da teoria", ressalta.
O intérprete revela que se emocionou durante e depois do processo da animação e faz uma comparação sobre a paternidade. Ele é pai de Nina (7) e Cora (0), frutos do seu casamento com a atriz Mel Fronckowiak (36).
"A música que um dia eu estava emocionado por ela, e agora eu estou cantando. A obra atravessa, ela atravessa dois momentos da minha vida completamente diferentes, e eu me emociono da mesma forma. Então, esse é um lugar aqui para descrever a emoção e a importância que isso tem pra mim", finaliza.
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