Maya Massafera foi às redes sociais para compartilhar um desabafo sobre os episódios de transfobia que enfrenta desde sua readequação de gênero
Publicado em 20/06/2024, às 10h23
A influenciadora digitalMaya Massafera foi às redes sociais para compartilhar um desabafo sobre os episódios de transfobia que enfrenta desde sua readequação de gênero. Nesta quinta-feira, 20, a artista abriu o coração sobre as dificuldades durante seu processo de transição e refletiu sobre as pressões relacionadas à sua aparência e seus posicionamentos.
Em seu Instagram, ela começou dizendo que lidar com os homônios tem sido um desafio. "Em toda minha transição, eu nunca imaginei que o mais difícil seriam os hormônios. Um médico me explicou que é a sensação de uma mulher grávida + TPM + menopausa. Tudo misturado vezes 1000. Tomo bloqueadores, injeções, comprimidos. Falamos muito e temos estudos sobre tantas coisas da medicina, mas sobre transição não é tão simples", iniciou.
Em seguida, falou sobre os padrões impostos pela sociedade. "Fui em médicos, tidos como 'os melhores' que não tinham conhecimento nenhum. Muitas vezes praticavam falas absurdas e transfóbicas, e eu com muita paciência, ainda ensinava a pessoa. Muitos falam que tenho que fazer 'tal coisa' senão vou ficar parecendo travesti. Meu amor, eu sou travesti, eu sou trans. Tá tudo bem eu parecer o que eu sou. Temos indígenas, negras, loiras. Temos diversos tipos de mulheres e eu sou uma delas. Sou trans. Tudo bem eu parecer trans", opinou.
E completou: "Isso não me faz menos e nem mais mulher. 'Você não tem útero'. Oxi, quantas mulheres nascem sem útero?! Nem todas mulheres têm dez dedos, nem todas mulheres têm mão, nenhuma mulher é igual a outra! Somos todas únicas. Minha alma é de mulher! E Deus me fez assim para eu ensinar amor e respeito para muitas pessoas. Deus não é a favor do ódio, do câncer, da fome, da ruindade".
Em seguida, falou que a intolerância contra pessoas trans está associado a outros preconceitos. "'Mas Deus fez o homem e a mulher'. Meu amor, quem usa desse discurso, anos atrás diria que negros e indígenas não tinham alma. Antigamente, a discriminação e exclusão de negros e indígenas foi usada para justificar a escravidão. Ao questionar a identidade de uma mulher, jogamos ela na discriminação, na violência, na marginalização. Nossa luta diária de mulheres trans é uma extensão das lutas históricas contra racismo e colonização, entre muitas outras".
E finalizou dizendo: "Muitos se incomodam de eu não estar militando 24h por dia e estar postando looks caros. O que te incomoda? Eu ser uma mulher trans com esses looks caros e não estar no lugar de marginalização que você quer me colocar? Te incomoda uma mulher trans ter esses privilégios? Temos que cobrar dos nossos políticos! A dignidade e os direitos humanos não devem ser limitados por preconceitos. Ser mulher não é fácil, ser mulher trans é mais difícil ainda. Mas como é prazeroso".
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