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Atualidades / ENTREVISTA

Humorista Ana Carolina Sauwen transforma maternidade em shows de comédia

Em entrevista à CARAS Brasil, Ana Carolina Sauwen dá detalhes de seus shows de standup e fala sobre o lançamento do livro de poesias sobre maternidade

Mariana Arrudas
por Mariana Arrudas
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Publicado em 22/07/2024, às 17h15

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A humorista Ana Carolina Sauwen - Foto: Reprodução/Instagram @anacarolinasauwen
A humorista Ana Carolina Sauwen - Foto: Reprodução/Instagram @anacarolinasauwen

Mãe do pequeno Vicente, a humorista carioca Ana Carolina Sauwen (39) encontrou em seu trabalho formas de debater a maternidade fazendo com que as mães —e a sociedade— reflitam e se divirtam na jornada de criar um filho. Além dos shows de standup comedy, a artista usa as redes sociais para falar sobre o tema e se lança como escritora, com o livro de poesias A Mãe Deste Livro Não Sou Eu.

A escrita, que sempre esteve presente em sua vida, se tornou um refúgio para o período do puerpério após o nascimento de seu filho, durante a pandemia de Covid-19. Ana Carolina torce para que o projeto alcance não apenas a identificação de outras mães, que estejam passando pelo período solitário, mas que seja debatido por pessoas que não estejam inseridas na maternidade diretamente.

"Tomara que pais e toda a sociedade [leiam]. Que a gente consiga fazer com que os assuntos da maternidade interessem a todos, não fiquem restritos só às mães. A maternidade é um assunto primordial para toda a sociedade", afirma, em entrevista à CARAS Brasil.

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Para além do livro, a humorista leva os perrengues do dia a dia da maternidade para seus shows de comédia e vídeos nas redes sociais. Ela diz que o retorno é positivo, e que costuma receber relatos dos seguidores que viram novas piadas e tocam cada vez públicos mais diversos.

"Descobri que tem uma importância muito grande para as mães falar desse lugar de uma maternidade que não é romantizada. Eu falo dos perrengues, mas ao mesmo tempo rio deles. Sou palhaça na minha profissão central e entendo o riso como uma potência."

Ela conta que encontrou na web uma espécie de rede de apoio, e que já recebeu retornos de mães dizendo que as brincadeiras ajudaram em casa, especialmente com seus esposos. "Uma amiga e uma seguidora falaram que os maridos melhoraram muito vendo meus vídeos. De vez em quando aparecem uns caras que ficam revoltados, mas é uma minoria."

Ana Carolina também diz que irá estrear na direção do espetáculo Dicas Para Sofrer em Paz, que será exibido no Sesc Copacabana e trata sobre a precarização do trabalho. Além disso, ela trabalha em um show solo, em que deve mesclar as piadas que faz nos standups com o conteúdo do livro. Abaixo, a humorista dá mais detalhes sobre seu processo de escrita. Confira trechos editados da conversa.


Como surgiu a ideia de fazer um livro de poesias sobre o puerpério?
Não teve um momento de ter essa ideia, eu fui escrevendo sem pensar em transformar em um livro. Eu estava só conversando comigo mesma. Sempre escrevi, desde muito novinha, mas eram mais contos. Tive um blog [quando era] mais nova. Sempre gostei e li muita poesia, mas eu não imaginava que eu lançaria um livro de poesia. Ela é uma escrita mais rápida e atinge de outra maneira, e quando se está no puerpério temos pouco tempo [risos]. Estamos ocupadas. Depois que eu já tinha escrito tudo, pensei que ali tinha um livro. Depois que eu fui olhar com esse olhar para publicar, criei uma narrativa, organizei tudo.

No livro, o público poderá conhecer uma outra faceta sua. Como você se sente ao expô-la?
É muito curioso. Eu sou atriz há muitos anos. Eu era muito tímida na adolescência, mas, desde que comecei a trabalhar com teatro, me tornei muito desinibida. Só que em relação à literatura e ao meu livro, é uma coisa tão íntima que eu fico tímida. Ao mesmo tempo, tenho uma relação de admiração distante já, tenho orgulho que vai tocar muitas mães –espero que não só as mães.

Qual a sua relação com a literatura?
Eu sou muito apaixonada por literatura, sempre fui. Foi meu primeiro caminho artístico. Fui uma criança muito solitária, morei fora do Brasil, em Portugal, e teve uma época da minha vida que eu era aquela criança do cantinho, que tem asma e fica sentada enquanto as outras brincam. E a literatura sempre me ajudou a curar e processar coisas. É como se esse canto meu, que sempre esteve presente, eu estivesse pronta agora para dividir com o mundo.