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Atualidades / ENTREVISTA

Gabriel Godoy chega aos 20 anos de carreira com papéis na Globo e HBO Max: 'Desbravando'

Em entrevista à CARAS Brasil, Gabriel Godoy também comenta sobre seu papel em A Divisão, drama policial do Globoplay

Mariana Arrudas
por Mariana Arrudas
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Publicado em 17/11/2023, às 17h00

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O ator Gabriel Godoy - Foto: Reprodução/Instagram @c.oviedoph @gabriel_godoy
O ator Gabriel Godoy - Foto: Reprodução/Instagram @c.oviedoph @gabriel_godoy

Com o cabelo e barba longos, Gabriel Godoy (39) segue explorando o ofício que ama em seus quase 20 anos de carreira. A mudança no visual chega pelo o remake de Dona Beja, produzido pela HBO Max, e logo dará espaço ao personagem em A Vovó Sumiu!, próxima novela das 19h na Globo. Em entrevista à CARAS Brasil, o artista comenta novos projetos e reflete sobre mudanças na profissão.

"Ano que vem vou fazer 40, não sou mais um jovem iniciante, mas também me sinto desbravando essa carreira", começa Gabriel Godoy. "Fui percebendo que o mercado te rotula. Tanto minha inquietação artística, quanto a minha paixão, me fizeram ligar um alerta há uns quatro anos."

O ator explica que, ao lado de suas empresárias, passou a escolher projetos que não estivessem ligados à comédia, para não ficar preso à uma caixa. Daí surgiram papéis em projetos como A Divisão (Globoplay), Impuros (Star+), Assédio (Globoplay) e até mesmo Rota 66 (Globoplay) —apesar de, segundo o artista, não ter sido pensada como parte da estratégia.

Leia também: Gabriel Godoy relembra personagem em Mar do Sertão

"Agora, voltei a aceitar comédia numa boa. O mais importante é o mercado te enxergar", completa ele, que está em processo de finalização para a novela A Vovó Sumiu!, um projeto mais leve e com veia cômica da Globo. Além disso, o ator também poderá ser visto no remake de Dona Beja, e, apesar de não poder dar detalhes do personagem, assegurou que está confiante com o trabalho.

"Voltar para a HBO Max é uma coisa que eu estou feliz, fiquei cinco anos fazendo O Negócio. É um projeto que vai fazer muito barulho, estou muito feliz com o meu personagem. Estou virando um cidadão de época quase [risos]", acrescenta ele, que também esteve no remake de Sassaricando, a novela Haja Coração (Globo).

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Gabriel Godoy como Leozinho em Haja Coração | Foto: Artur Meninea/Globo

E mesmo com a agenda lotada, o artista afirma que não pretende ficar sem se movimentar. Dono da produtora Prelúdio, Godoy conta que tem se apaixonado pela produção, e que é grande defensor de que atores aprendam a administrar suas carreiras e se tornarem multi-artistas.

Para o futuro, ele também poderá ser visto no longa O Sequestro do Voo 375, que chega aos cinemas em dezembro, além de estrear em dois filmes no ano que vem: O Cedo Demais, uma comédia com Tati Lopes e Yuri Marçal, e o longa-metragem As Vitrines.

Abaixo, o artista dá mais detalhes sobre seu trabalho como Marcelo em A Divisão, sua relação com as redes sociais e reflete sobre o mercado brasileiro de atuação. Confira a seguir trechos editados da conversa com Gabriel Godoy.


Como foi fazer parte da 3ª temporada de A Divisão?
Meu personagem entra no segundo episódio. Falando do processo como um todo, vai ter uma importância grande na minha trajetória e no que eu estou buscando na minha carreira. É estar em uma produção do Afroreggae, que vem crescendo demais, no Globoplay, um player brasileiro, e mais uma vez conhecer novos atores que ainda não conhecia, mas já admirava.

Marcelo, seu personagem, tem uma grande carga de angústia na série. Foi um desafio?
É uma camada muito sutil. Por dentro, você está gritando de desespero. Mas no caso do meu personagem, ele tem a responsabilidade de lidar com a família mais íntima e com a negociação. Você está lidando com a angústia do sequestro e com duas personagens muito fortes, tendo que negociar.

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Gabriel Godoy ao lado de Ricardo Vianna e Marcello Melo Jr.|Foto: Alexandre Loureiro/Globo

Em algumas e ntrevistas, você comentou sobre fazer projetos para além dos personagens cômicos. Como é essa virada na carreira?
Comecei a receber muitos convites de comédia e pensei: ‘Se eu não ficar esperto, vou cair nessa caixinha’. Automaticamente, com as minhas empresárias, elas me incentivaram a falar não. Por isso, o ator tem que aprender a administrar a carreira profissional e financeira. Saber fazer boas escolhas, e entender que o ‘não’ vai gerar um bom ‘sim’ lá na frente. Mas, ao mesmo tempo, estamos em um mercado difícil. Essa administração de carreira não é tão simples no Brasil.

Você está prestes a completar 20 anos de carreira. Como é ver as mudanças no mercado com o passar dos anos?
Desde que eu entrei no audiovisual, consigo trabalhar bastante porque sempre trabalhei por fora. Sempre estive em movimento no audiovisual, e a Globo era uma exceção, quando eu tive a oportunidade lá estava começando a acabar essa coisa de contrato longo, [então] eu sempre tive a experiência de contrato por obra. Antes tinha o pessoal da Globo, que dificilmente trabalharia em uma série da Globo, Netflix… Agora, como todo mundo virou produtora, virou uma dança muito grande. Quero que tenha oportunidade de trabalho para todo mundo. Estamos em um país diverso, tem muito talento e o ator precisa de oportunidade.

Como você enxerga os influenciadores no audiovisual?
Isso sempre fez parte. Nos anos 1990, teve a era dos modelos e hoje tem grandes modelos que viraram grandes atores. Estou trabalhando com a Grazi [Massafera] agora e ela é uma excelente atriz, além do talento ela correu muito atrás. Isso não pode ser uma crítica, mas uma provocação, promover um debate. Não é sobre segregar, é sobre pensar. Será que precisa [logo] de cara ser protagonista? Não podemos priorizar essa pessoa que teve uma trajetória gigantesca? É uma novidade, uma realidade e eu respeito muito. Temos que debater, mas evitando os julgamentos.

Em seu Instagram, você costuma dar dicas de séries, filmes e livros. Qual a sua relação com as redes?
Lidar com rede social até hoje é uma coisa nova, apesar de nos últimos 10 anos isso vir crescendo. Eu considero o lado influenciador outra profissão, e eu trabalhei para ser ator. Hoje percebo que, se você quiser, tem que trabalhar o lado influenciador. Foi orgânico, eu falei: ‘Quer saber? Vou usar meu Instagram para transformar ele de acordo com a minha profissão’. Faz uns dois anos que eu transformei ele nisso, e está muito legal o retorno. Foi uma escolha assertiva.

Recentemente, você defendeu Bruna Guerin após ela sofrer ataques durante a separação entre Sandy e Lucas Lima. Como foi a decisão?
O mundo da internet é isso, ele é cruel. Não deveria existir, é uma imprensa que eu não gostaria nem de dar bola. O artista que está na mídia tem que saber se defender, tem que ter a sabedoria de ter esse cuidado, você não precisa estar toda hora na mídia. Eu estou aprendendo cada vez mais a não dar tanto ibope e sempre me proteger. Eu faço análise há alguns anos e estou aprendendo meu limite. Eu fico triste, mas ao mesmo tempo tento não participar. Naquele caso, [participei] por empatia, respeito e pela história que eu tive. Às vezes parece que esquecem que a pessoa tem uma família. Precisamos ter mais esse lado humano, e não esse desespero por audiência e seguidores.