Pai de Titi e Bless, Bruno Gagliasso diz que antes dos herdeiros ele era racista, mas que aprendeu muito após admitir situação; veja o relato
O ator Bruno Gagliasso fez um relato sincero ao falar sobre o tema de racismo no programa Sem Censura, de Cissa Guimarães na TV Brasil. Pai de Titi e Bless, duas crianças pretas e adotadas fora do Brasil com Giovanna Ewbank, o famoso admitiu que antes da experiência como pai das crianças, ele era racista.
O artista então explicou melhor sobre o que estava querendo dizer. "Aprendi vivendo. Eu era racista. A gente cresceu numa sociedade racista, que fez a gente se tornar racistas", declarou sobre a experiência que teve.
Bruno Gagliasso ressaltou sua opinião, de que todos precisam rever seus pensamentos e ideias. "É um processo que todo mundo tem que fazer. Primeiro a gente tem que se reconhecer como [racista], e aí, ir trabalhando e aprendendo. E não esperar que queiram ensinar a gente", falou.
Pai de Titi e Bless, o ator, que já vivenciou ataques contra os filhos pessoalmente e na internet, contou que aprendeu melhor sobre o assunto ao ter os herdeiros em sua vida. "Eu fico muito feliz de ter aprendido com a paternidade e, ao mesmo tempo, muito triste de só ter que aprender na paternidade. Na pele eu nunca vou viver, mas na alma eu vou, porque não existe amor maior do que dos meus filhos. É uma dor que não dá para explicar", relatou sobre a oportunidade de aprender com eles, mas também sobre o sofrimento que tem ao vê-los sendo vítimas de racistas.
O marido de Giovanna Ewbank ainda comentou sobre as críticas que recebem por terem adotado as crianças."Eu ignoro. Você tem duas opções: ou você recebe amor ou você perde seu tempo prestando atenção em 'hater'. Lembro que na época não foi nem sobre adoção de duas crianças pretas [as críticas], foi adoção de duas crianças africanas. Desde quando amor tem CEP? Essa foi minha resposta. Não fui à África para adotar. Aconteceu da gente estar lá e o amor bater", relembrou sobre ter sido criticado por ter adotado fora do Brasil.
Ver essa foto no Instagram
Em agosto deste ano, Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank celebraram a vitória de um processo contra uma mulher que cometeu o crime de racismo contra a filha mais velha deles, Titi, de 11 anos.
"Quando nossa filha Chissomo tinha apenas quatro anos, em 2017, foi alvo pela primeira vez do racismo. Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima assim como ocorre com toda criança preta. O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas – aqui, às vezes o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?", relembraram.
Em seguida, contaram que a mulher foi condenada. "Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo. A pena? 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado."
Além deste caso, os famosos ainda tiveram um outro processo contra uma mulher que foi flagrada por eles enquanto usava palavras preconceituosas para falar sobre os filhos deles e outras pessoas pretas em uma praia de Portugal. A justiça determinou a pena contra a mulher e também uma indenização de 14 mil euros por danos morais e o pagamento de 2500 euros para a associação SOS Racismo, além de internação para tratar o alcoolismo.
Leia também: Gagliasso e Ewbank se manifestam sobre condenação em processo por racismo no Brasil
Ver essa foto no Instagram