Bruno Fagundes desabafou sobre ter verba para a produção da peça 'A Herança' bloqueada pelo governo passado; o ator teve que pagar do próprio bolso
Bruno Fagundes (33) revelou que 'A Herança', uma peça LGBTQIA+, sofreu boicote do governo Bolsonaro. Em entrevista ao Podcast CARAS, o ator declarou que a verba para a realização do espetáculo do qual ele é produtor foi bloqueada pelo governo passado e ele teve que pagar do próprio bolso, até conseguir a liberação do dinheiro e ser reembolsado. "Verba bloqueada", disparou o filho de Antonio Fagundes (74).
O artista contou que foi chamado de louco, pois tentou ser financiado por cinco anos. "Levando não, não, não. Em novembro a gente ia desistir. Essa peça tem vida própria. De repente tudo abriu". Entretanto, as coisas ainda não ficaram fáceis para a produção da peça e ele contou que tudo ficou diferente com a mudança de governo, já que agora há um Ministério da Cultura e o dinheiro destinado ao espetáculo foi desbloqueado.
"A gente estreou dia 9 de março, até 20 de março nossa verba estava bloqueada por conta governo passado [...] Eu paguei do meu bolso, sabendo que ia ter o reembolso em algum momento. A gente não só teve só um governo que dificultou, ele foi anti-cultura mesmo. E a gente fez tudo absolutamente certo, tudo correto, a gente buscou a aprovação necessária, a gente fez um projeto extremamente redondo. Mas tinha uma agenda anti-cultura. Então agora melhorou muito, só da gente ter um ministério", desabafou Bruno Fagundes.
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Ele ainda disse que quando a verba foi liberada, já estavam estreando a segunda parte de 'A Herança', que é dividida em duas por ter o total de duração de seis horas. Ou seja, se ele não tivesse dinheiro para produzir a peça, ela não teria sido realizada.
"Eu tenho um amigo diretor, o Ulysses Cruz, que fala que o teatro no Brasil só existe porque tem um bendito de um ator em cena que quer fazer aquilo. Se não o teatro no Brasil não ia existir. Parece uma besteira falar isso, mas quando você para e pensar quantas outras iniciativas culturais só existem porque uma pessoa falou ‘eu vou fazer isso de qualquer jeito'", continuou o ator.
“É uma exclusividade de Estado mesmo, O Estado brasileiro não facilita a produção cultural. E quando eu falo cultura não é só teatro, é balé, sinfônica, circo, livro, podcast… sabe? Meu Deus, é muito difícil, é muita luta!”, concluiu.
A peça é um sucesso da Broadway e foi trazida para o Brasil por Bruno, que junto com o diretor Zé Henrique de Paula, são idealizadores e produtores do projeto. Os protagonistas de 'A Herança' são os atores Reynaldo Gianecchini, Marco Antônio Pâmio, Rafael Primot e André Torquato, além de contar com uma participação especial de Miriam Mehler. De acordo com Fagundes, o espetáculo aborda o que é ser gay desde a década de 80. A produção é uma discussão entre gerações sobre pertencimento, amadurecimento e amor com a temática LGBTQIA+.