Em entrevista à CARAS Brasil, Barbara Fialho também comentou relação com a família Marley
"Me vejo como uma modelo que canta". É assim que Barbara Fialho (35) define sua carreira entre o mundo da moda e o universo da música —este que ganhou uma novidade nesta quarta-feira, 23. Após quatro anos longe dos lançamentos musicais, a modelo volta com a canção Phoenix.
Barbara Fialho conta que a música, escrita em inglês, marca um recomeço após anos de mudanças. Desde 2019, ela se tornou mãe de Maria (4), se divorciou de Rohan Marley (51), viu a Victoria's Secrets encerrar seus desfiles e ainda passou pelo isolamento social da pandemia de Covid-19.
"Essa música representa um renascimento. Ela é uma carta aberta que eu escrevi para o meu ex-marido, para a relação que eu tive, e questiona alguns julgamentos que eu estava recebendo na época [do divórcio]", explica, em entrevista à CARAS Brasil.
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A modelo afirma ter tomado muito cuidado com o que expressou na canção, já que mantém uma boa relação com a família Marley, que, segundo Fialho, sempre permitiram que tudo se resolvesse através do diálogo e visam o melhor para sua filha.
A artista diz que pretende se aprofundar no mundo musical, agora que encontrou um ambiente em que se sente bem. Para ela, a carreira na música era difícil já que é uma pessoa diurna, e a maioria dos eventos relacionados à esse universo acontecem na parte da noite.
"Hoje, mais madura e preparada, quero fazer esse mergulho", completa. Fialho adianta que irá lançar um EP com a faixa Phoenix e mais três músicas com parcerias de Rael e do rapper Xandrão, e que também prepara shows e um álbum para o mês de novembro, voltado para a MPB.
Abaixo, Barbara Fialho relembra o início da sua relação com a moda e a música, comenta sobre a família de seu ex-marido, filho do músico Bob Marley (1945-1981), e também fala sobre maternidade. Confira trechos editados da entrevista.
Ser modelo e cantora são caminhos diferentes. Como surgiu a paixão pela moda?
A moda, de uma certa forma, me escolheu. Eu estava saindo da escola, em Montes Claros, no norte de Minas Gerais, e um olheiro me viu na rua e falou: ‘Você tem que fazer um curso de modelo’. Eu tinha, com 13 anos, 1,78cm de altura. Eu era uma comprida. E o olheiro falou coisas que me ajudaram. Eu venho de uma origem bastante simples e vi naquilo uma oportunidade de viajar, trabalhar e ter o meu dinheiro. Fiz curso de modelo, me apaixonei pelo universo e três meses depois já estava morando em Nova York.
E pela música?
A música sempre foi uma coisa mais natural, todos os meus tios tocam violão e o meu avô era um grande violonista, autodidata e muito talentoso. Eu cresci com isso, eu sempre cresci com isso. Eu não tinha a menor pretensão de algum dia ver isso se transformar em uma carreira, até porque é da noite e eu já não gostava. Quando eu mergulhei na moda, comecei a frequentar ambientes que eu gostaria de estar que tinham música, e então comecei a sonhar. Quando o bichinho me picou, eu estava em um trabalho que tinha dado tudo errado no dia. Estávamos todos sentados jantando no final do dia, e estava todo mundo bravo, e eu tenho uma agonia se estou em um lugar que a energia está muito baixa. Então eu peguei um violão e comecei a cantar umas músicas que todo mundo sabe cantar, e todos começaram a cantar de novo e de repente estavam todos amigos.
Você pode nos contar um pouco sobre sua relação com a família Marley?
Eles sempre serão a família da Maria, então tudo o que eu compus e escrevi sobre relacionamento eu tive muito cuidado em como me expressar. Eles são pessoas muito maravilhosas, apaixonadas pela Maria. Temos que sempre pensar no melhor para o relacionamento dos nossos filhos, por mais que seja difícil. Eles são pessoas que me dão oportunidades de diálogo, na conversa resolvemos todas as diferenças e hoje temos uma relação muito boa.
Sua filha fez quatro anos. Como é essa relação de maternidade com ela?
Eu queria ser duas, uma para ficar o dia inteiro grudada nela. Ela é leonina, aparecida, brincalhona, a gente brinca como se fossemos duas crianças da mesma idade. Eu me tornei uma pessoa muito mais paciente, estreitei a relação com os meus pais, cuido deles e eles cuidam dela para mim quando eu preciso viajar para trabalhar. [Não quis criar ela] só nesse lugar de luxo que a gente tem, eu com o meu trabalho e o pai dela também, ela vai ter vários privilégios. O que ela quiser ela vai ter, é só ela decidir. Se Deus quiser, a mamãe vai estar também aqui para ajudar.
O que você pode nos contar sobre sua nova música, Phoenix?
Esse videoclipe foi gravado no deserto da Namíbia, na África, durante um trabalho que eu fiz lá. A diretora de arte, Aline Mendes, é uma peça principal neste projeto. Meu casamento foi no dia 23 de março, e a leitura foi o Salmo 23, e a ideia do clipe é exatamente isso. Durante o divórcio e a pandemia, com o isolamento e a solidão, foi o caminhar pelo vale da morte e mesmo assim não temer mal algum, e durante o caminho se permitir se reconstruir. E eu acho que ser mulher é assim, somos obrigadas a caminhar pelo vale da morte todos os dias.
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