Lázaro Ramos relembra sua própria vivência para interpretar seu primeiro personagem em uma novela de época, 'Lado a Lado'
Em sua primeira novela de época da carreira, o ator Lázaro Ramos (33) está buscando referências em sua memória para montar o seu novo personagem na telinha, o barbeiro Zé Maria, da próxima novela das 6 da Globo, Lado a Lado, que mostrará como era a relação das pessoas com a capoeira, o futebol, o samba e o racismo no início do século XX.
O convite para fazer parte de Lado a Lado surgiu quando o ator estava começando a gravar suas primeiras cenas da novela Insensato Coração. “Fiquei superfeliz porque, por incrível que pareça, nunca fiz nada de época. Ainda mais uma época que tem muitas possibilidades dramatúrgicas, que nunca foram exploradas em uma novela”.
Como laboratório, o artista usa o seu coração. “Falo isso porque essa cultura negra faz parte da minha história de vida, meu currículo, meu grupo de teatro. Esse samba, essa capoeira, eu já visitei no início da minha carreira. Então eu estou trabalhando muito a minha memória emotiva, dos meus tempos de teatro lá na Bahia, e com o coração, porque eu acho uma história de amor lindíssima”, afirmou ele ao site oficial da trama.
Além disso, Lázaro teve palestras com um historiador e um sociólogo e tem feito aulas de capoeira para aprender alguns golpes e a história do esporte. “A novela trata disso, dessa matriz que nos formou. É engraçado porque são três símbolos muito fortes, que hoje em dia são símbolos nacionais – a capoeira, o futebol e o samba – que quando surgiram eram rejeitados. Hoje um menino que vir essa novela, não vai nem acreditar: ‘gente, mas tinha uma época em que nem se jogava futebol no Brasil? Tinha uma época em que o samba não era cultuado? Tinha uma época em que a capoeira era tão marginalizada?’. É isso que eu falo, da riqueza dessa história, desse período”, comentou.
Na trama, Zé Maria viverá uma história de amor com Isabel (Camila Pitanga), que vive à frente de seu tempo. “Esse personagem de luta por uma crença, uma causa política ou social, vez por outra habita meu currículo. Mas acho que o Zé Maria tem uma ingenuidade na maneira de se relacionar afetivamente. É um personagem de outra época, não está com a cabeça pronta para esse tipo de mulher que está começando a nascer no Brasil. Isso é muito diferente”, contou.