Hugo Chávez, presidente da Venezuela, morreu aos 58 anos. Ele lutava contra um câncer desde junho de 2011
Redação Publicado em 05/03/2013, às 19h31 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20
Hugo Chávez, presidente da Venezuela, morreu na tarde desta terça, 5, aos 58 anos. Ele lutava contra um câncer desde junho de 2011, mas poucas informações sobre sua doença foram dadas à imprensa ao longo do tratamento.
O político precisou passar por uma cirurgia de emergência na região pélvica, em Cuba, em junho, quando foi descoberto o tumor. Em agosto de 2011, após ter voltado à Venezuela para sessões de quimioterapia, ela apareceu em público com o cabelo raspado. Em outubro do mesmo ano, ele chegou a afirmar para imprensa que estava livre do câncer.
Em declaração à imprensa, ele chegou a dizer que o câncer que atingiu líderes sul-americanos, como Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria sido induzido pelos Estados Unidos, insinuando que eles teriam desenvolvido uma tecnologia para que isso acontecesse.
Em fevereiro de 2012, Chávez precisou ser operado na mesma região onde o tumor havia sido removido. Ele voltou para Cuba para enfrentar o procedimento. Em julho, durante sua campanha para reeleição, ele voltou a dizer que havia vencido a doença, porém, em novembro, já reeleito, ele pediu autorização a Assembleia Nacional para voltar a Cuba, onde fez terapia hiperbárica.
A luta contra o câncer continuou. Em dezembro, Chávez admitiu pela primeira vez que poderia ser vencido pela doença, antes de voltar a Cuba para uma nova cirurgia.
Nicolás Maduro, vice-presidente da Venezuela, passou a comandar o país e dar informações sobre o estado de saúde dele – incluindo a notícia de sua morte, nesta terça-feira. Em fevereiro deste ano, Chávez voltou ao seu país para continuar o tratamento em um hospital militar na capital de Caracas.
História
Hugo Rafael Chávez Frías é filho de professores, pai de quatro filhos e avô de três netos. Sua jornada política começou após uma tentativa de golpe de Estado que o levou à prisão em 1992.
Em 1999, ele foi eleito presidente da Venezuela pela primeira vez. Chávez chegou ao poder prometendo por fim à corrupção e chamando a Constituição do país de ‘moribunda’. No primeiro ano de mandato ele mudou a carta magna do país e iniciou sua ‘Revolução Bolivariana’.
O político sempre demonstrou ser contra à influência dos Estados Unidos na América do Sul e proibiu que o Departamento Antidrogas americano fizesse sobrevoos no seu país. Em 2008, chegou a expulsar o embaixador americano da Venezuela.
Chávez foi reeleito em 2006, com 62% dos votos, e novamente em 2012, com 54% - ele faltou à entrega da posse de seu último mandato por estar em tratamento em Cuba.
Fortemente criticado pelo governo americano e pela oposição, Chávez sofreu um golpe de Estado em 2002 que o deixou fora do comando do país por quase dois dias. Em 2004, após protestos da oposição que acabaram na morte de nove pessoas, ele foi submetido a um referendo público, que confirmou novamente seu poder.
Em 2007, ele não renovou a concessão da Radio Caracas Television, emissora mais antiga da Venezuela, e deu início ao projeto de estatização de empresas importantes das áreas de telecomunicação. Em 2009, Chávez conseguiu que sua proposta de reforma na Constituição fosse aprovada em referendo popular.
