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Marcello Novaes assegura que aprendeu a ser feliz sozinho

Na Embaixada de CARAS, ele conta que foi fundamental investir em sua individualidade, mas ainda crê e espera por um grande amor

Redação Publicado em 16/08/2010, às 19h59 - Atualizado em 09/08/2012, às 15h22

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Na África do Sul, o ator lê livro sobre a descoberta do potencial interior. Tranquilo com a solteirice, confessa que há um tempo só via a alegria atrelada a um romance. - JAIME BÓRQUEZ E WANDER ROBERTO/INOVAFOTO, PRODUÇÃO: CLAUDIO LOBATO
Na África do Sul, o ator lê livro sobre a descoberta do potencial interior. Tranquilo com a solteirice, confessa que há um tempo só via a alegria atrelada a um romance. - JAIME BÓRQUEZ E WANDER ROBERTO/INOVAFOTO, PRODUÇÃO: CLAUDIO LOBATO
Em diversos momentos da viagem à África do Sul, Marcello Novaes (48) imaginou como seria bom se estivesse acompanhado de um grande amor. Mas nem por isso deixou de aproveitar cada momento no país. Solteiro há três anos e meio, desde o fim do relacionamento de cinco anos com a empresária Andréa Moraes (37), o ator confessou finalmente ter descoberto que é possível ser feliz sozinho. "Custei para chegar a essa conclusão. Na verdade, passei muito tempo da vida acreditando que, para estar bem emocionalmente, você tinha de ter alguém. Talvez essa seja uma tendência natural do ser humano, só se sentir completo dessa forma. Por isso, quando eu e An drea rompemos, quis desmistificar essa teoria", explicou ele, que compartilhou a aventura com o irmão, o artista plástico Ricardo Novaes (51). "De certa forma, Ric não deixa de ser uma enorme paixão para mim", avaliou Marcello. Hospedado na Embaixada de CARAS, localizada no Rattray's em MalaMala Game Reserve, maior reserva privada de animais da África do Sul, ele enalteceu o contato direto com a natureza. Em seu primeiro safári, mostrou-se surpreso com o comportamento dos bichos diante do homem. "Além da beleza do local, foi o que mais me impressionou. O rinoceronte passou a um metro de mim. A leoa percebeu nossa presença e voltou a dormir... É incrível! Eles veem o jipe, mas não se incomodam, sabem que o carro não é uma ameaça", analisou o ator, que também desfrutou dias de lazer no hotel seis estrelas The Palace, em Sun City. Em ambos os lugares, lembrou-se dos filhos, Diogo (15), da relação com Sheyla Beta (39), e Pedro (13), com a atriz Letícia Spiller (36), grávida de três meses e meio do diretor de fotografia Lucas Loureiro (28). "Os meninos ficariam enlouquecidos aqui. Assim como eu, se sentem confortáveis neste tipo de ambiente, têm uma consciência ecológica bacana, são respeitadores e têm bom coração", elogiou ele, que atribui a educação dos herdeiros às mães. "Não é algo que vem apenas de mim. Sheyla e Letícia são também muito responsáveis pela formação deles. Juntos, estamos criando dois carinhas maravilhosos. Por isso, não me canso de exaltar a gratidão que tenho por elas", valorizou. - Você parece ter uma ótima relação com suas ex-mulheres. Como conquistou isso? - É realmente um relacionamento muito saudável, de admiração mútua. Nos abraçamos, ajudamos um ao outro e, assim como cuido dos meus amigos, também zelo por elas. Muitas vezes, quando o "bicho pega", é a mim que as duas recorrem. Não porque sou um sábio, mas por ser um bom ouvinte. É engraçado, sempre me perguntam: 'Qual é o segredo? Me conta'. Não há fórmula ou mágica. Antes de me envolver com elas, construímos uma amizade sólida, que é para mim a base de qualquer relacionamento. Com Letícia, começamos como amigos e só dez meses depois surgiu o romance. E não me arrependo de absolutamente nada, tivemos uma paixão arrebatadora. Ficamos juntos quatro anos e Pedro é fruto desse amor. Terminamos, mas a cumplicidade e o respeito permaneceram. - Não houve mesmo um período de estranhamento depois dos rompimentos? - Ah, sim. Há a estranheza do desligamento. Romper com alguém é sempre difícil. Eu não aceito bem o luto, sou frouxo, tenho o coração mole, choro, demoro para me readaptar... É delicado. E, para mim, as duas separações foram processos muito dolorosos. Aliás, todas as vezes que rompi, foi duro. Ao longo da minha vida, tive cinco namoradas, só amei cinco mulheres, de diferentes formas e intensidades. Mas percebi que, conforme envelhecemos, amadurecemos também os sentimentos. - Qual a diferença do Marcello há 20 anos para o de agora? - Estou bem mais maduro. Aos 48 anos, tenho mais discernimento, sei o que preciso segurar e a forma de me entregar. Estou mais experiente e quando completar 55 anos, estarei mais ainda. Lembro que meu primeiro beijo foi meu primeiro amor, a primeira namorada e, consequentemente, o primeiro sofrimento. Tinha 17 para 18 anos na minha primeira vez, demorei. Mas foi muito bonito. Hoje, os tempos são outros. Acho que os seres humanos estão banalizando muitas coisas, inclusive as relações. Essa liberdade, das pessoas apenas 'ficarem'... Não sou contra, que fique claro. Mas sinto falta de mais romance entre os casais. Hoje em dia, o comprometimento existe, porém está cada vez mais escasso. - Você então gostaria de se apaixonar novamente? - Claro, aprendi a ser feliz sozinho, sou a prova de que isso é possível. Porém, se dissesse não sentir falta de uma relação, estaria mentindo. Quero ter uma parceira, em quem possa confiar e compartilhar todos meus momentos. Mas confesso que não sinto a menor vontade de subir ao altar, acho um dinheiro desperdiçado, a não ser que seja um sonho da mulher. Ainda assim, prefiro gastar essa quantia para viajar com ela pelo mundo. Não considero o papel uma garantia de sentimento ou fidelidade. Na minha opinião, o único sobrevivente da banalização foi o amor. Talvez esse seja o motivo de todo mundo estar sempre em busca de uma paixão. A família bem estruturada que tenho supre um pouco essa falta. Mas, no fundo, ainda há um desfalque, um certo vazio. Às vezes, me sinto um pouco sozinho, me dá uma carência... Mas passa. Aprendi que tudo nessa vida passa. - Como é o Marcello pai? - Sou amigo, presente e moderno, acho que me enquadro nessas três virtudes. Tento ter o maior diálogo possível, nunca bati ou encostei a mão em nenhum deles. Mas, em alguns momentos, é necessário ser mais firme. Por exemplo, castigo rola, imponho limites. E ensino desde já que na vida, muitas vezes, temos de nos sujeitar a algo que não gostamos. Tem dias que queremos ficar em casa, mas é necessário trabalhar. Há horas que discordamos da opinião do outro e não podemos ser rudes. Mostro que as obrigações existem e sempre existirão. Nossa relação é muito honesta, quente, próxima e leal. O que costumo dizer aos meus conhecidos que vão ter filhos pela primeira vez é: 'preparem-se, agora vocês vão conhecer o real significado do amor incondicional'. De fato, é isso. Eu, Pedro e Diogo nunca trairemos um ao outro. Só depois de tê-los fui entender certas atitudes dos meus pais, o motivo de terem sido tão preocupados e cuidadosos comigo. - Como reagiu quando soube que Letícia estava grávida? - Adorei. Ela está realizando o sonho de ser mãe novamente. Divido essa felicidade com ela, que terá todo o meu apoio e aprovação nessa empreitada. Pedro recebeu a notícia muito bem. No fundo, estou torcendo para ser uma menina. Nessa família só nasce homem. (risos) Mas o mais importante mesmo é que realmente venha cheio de saúde. - Após atuar em Cama de Gato, algum projeto em vista? - Estou há cinco anos sem férias. É muito bom fazer novela, mas nos exige praticamente um ano de entrega total. Então, acho que chegou a hora de dar uma parada, descansar a minha imagem e até poder cuidar de vários aspectos da minha vida, dar mais atenção ao Pedro e Diogo e até viajar. Acho importante para reciclar, criar ideias, estudar um pouco... E quero ter um tempo para me dedicar à casa também. Como moro sozinho, sou eu quem faço tudo: as compras de supermercado, cuido do jardim, cozinho, lavo, passo e, se precisar, até me arrisco na costura. Brinco que, se eu fosse mulher, eu casaria comigo. (risos)