Atriz Gabriela Munhoz, que interpreta a capitã da Brigada Militar na série 'Todo Dia a Mesma Noite', entrega detalhes dos bastidores
A tragédia da Boate Kiss, que ocorreu há mais de 10 anos em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e comoveu todo o país, inspirou a minissérie Todo Dia a Mesma Noite, da Netflix. A atriz Gabriela Munhoz, de 38 anos, que interpreta a capitã da Brigada Militar que ajudou no resgate do incêndio, contou sobre o projeto.
A estreia da trama foi no último dia 25 de janeiro. Baseada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex (49), é uma forma de apoio e um pedido por justiça pelos mais de 600 sobreviventes e familiares das 242 vítimas fatais. Em entrevista exclusiva para a CARAS Digital, a artista revelou detalhes dos bastidores da série e sobre o processo de estudo para entrar na personagem.
Sobre a preparação para viver Idalina, Gabriela contou que estudou o livro de Arbex sobre a tragédia. "Eu li e estudei o livro da Daniela, fiz preparação com a preparadora de atores e atrizes, Helena Varvaki, e tive diálogos e trocas com a Julia, a diretora da minissérie", disse.
Ela também teve contato com uma capitã de Porto Alegre para viver o papel: "Além disso, eu tive a oportunidade de conviver com a Franciele, uma capitã de Porto Alegre com a mesma formação profissional que a capitã real de Santa Maria. Ela, gentilmente, me ensinou diversas coisas importantes sobre sua profissão e sua rotina."
Segundo Munhoz, antes das gravações, os atores receberam apoio da equipe para lidar com o trabalho sensível baseado na história real: "A produção da série também nos proporcionou momentos de palestra e diálogos com profissionais da psicologia especializadas em processos de luto e tragédias."
Ainda sobre a ajuda emocional, a atriz destacou que a união de toda a equipe foi fundamental. "Tivemos um apoio e um cuidado muito importantes dentro do set por parte de todos envolvidos, ou seja, da Netflix, da Morena Filmes, das diretoras, dos próprios artistas e da equipe técnica. Todos estavam muito unidos e de mãos dadas. Isso ajudou demais no atravessamento dessa vivência", avaliou.
Gaúcha, natural de Lajeado, Gabriela relembrou como recebeu a triste notícia da tragédia naquele 27 de janeiro de 2013. "Estava chegando no Rio depois de meses fora a trabalho. Lembro que senti vontade de sair correndo para o sul, para o ninho da minha família. Eu tinha uma prima que morava e estudava em Santa Maria e chegou a ser convidada para a festa. Foi um susto, mas logo depois soube que ela não estava lá", afirmou.
A atriz ainda falou sobre a experiência de fazer parte desse projeto importante e reviver a tragédia que tirou a vida de tantos jovens."Acho uma obra artística necessária sob o ponto de vista da empatia, de se ter conhecimento sobre o que essas famílias passaram e passam em suas dores e na busca por justiça depois de 10 anos dessa tragédia", iniciou ela.
"Me sinto parte de um trabalho muito importante, que traz um discurso forte e essencial como força motriz. Como artista, como mulher, mãe, filha, sinto que pude juntar a minha voz a de tantas pessoas que clamam pelo não esquecimento dessa tragédia horrenda e, principalmente, que clamam por uma justiça que, até hoje, não foi feita", disparou ainda, se referindo à condenação dos responsáveis pelo incêndio.
A atriz, que é diretora do Instituto Estadual de Artes Cênicas do Rio Grande do Sul e do Teatro de Arena de Porto Alegre, ambos da Secretaria de Estado da Cultura do RS, falou sobre os planos para a carreira e revelou que tem um projeto em andamento. "Gosto muito desse desafio de fazer parte da gestão pública da cultura. Trabalho com uma secretária de cultura pela qual tenho enorme admiração e junto a uma forte equipe técnica das artes", disse.
"Como atriz, também tenho planos para um monólogo que está no forno há algum tempo e que eu gostaria muito que nascesse em breve. Existem algumas possibilidades de atuação no audiovisual em novos projetos, mas nada confirmado ainda", contou ainda.
Vale lembrar que Gabriela Munhoz viveu a síria Mágida na novela Órfãos da Terra, sucesso das 18h da TV Globo. Também já participou de novelas como Malhação, Salve Jorge e Além do Horizonte.
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"Eu já acordei no hospital e descobri que tinham amputado minha perna. Tive toda a reabilitação, tive que aprender a andar de novo. Foi inevitável pensar que poderia ter sido eu". A frase é da modelo Paola Antonini (28), estreante no mundo da atuação como Grazi, personagem da série Todo Dia A Mesma Noite, da Netflix, que relata o acidente na Boate Kiss, que deixou 242 jovens mortos.
A mineira afirma que não pensou duas vezes antes de aceitar o papel. A tragédia aconteceu em Santa Maria, cidade no Rio Grande do Sul, e, além dos mais de 200 mortos, deixou 636 pessoas feridas. Atualmente, 10 anos após o acontecido, nenhum dos responsáveis pelos erros foi punido, e o julgamento e investigações continuam acontecendo.
A influenciadora teve meses de aulas para aprender a atuar e passou noites lendo o livro homônimo de Daniela Arbex que inspirou a série, vendo vídeos dos sobreviventes e acompanhando o julgamento do caso. Na história, ela dá vida a Grazi, sobrevivente da tragédia que teve uma perna amputada, e, no processo, a artista pôde conhecer Kelen Ferreira (28), que viveu o incêndio e precisou retirar o membro, além de visitar a cidade de Santa Maria e a casa de alguns pais.