As publicações não foram bem-vistas por muitos, que as julgaram como ofensivas
Quem acompanhou a décima oitava edição do Big Brother Brasil, que aconteceu no começo deste ano, sabe da história de vida de Kaysar Dadour, um refugiado sírio que se inscreveu no programa com a proposta de usar o dinheiro para resgatar os pais que ainda se encontram em zona de guerra.
Mesmo durante sua participação, inúmeros questionamentos foram levantados a respeito da veracidade de certas informações divididas pelo animador de festas. E, desde que saiu do confinamento, não tem sido diferente.
Na última semana, Kaysar curtiu uma micareta ao lado dos companheiros de programa, Breno, Paula e Jéssica. Uma foto sua no topo do trio elétrico acabou viralizando com brincadeiras bem duras, trazendo à tona a polêmica com a família. "Mamãe, aguenta firme. Eu vou te buscar. Não morre, por favor. Mas, na realidade...", diz a frase.
Alguns internautas acharam a publição sem graça e ofensiva. "Isso é uma presença VIP, como vários famosos fazem em festa, eventos etc... Tu está lá, não é pra ficar num canto todo sem graça. Kaysar está lá, então que viva, é se divirta mesmo, e se Deus quiser um dia ele conseguirá trazer a família ao Brasil. Amém", defendeu um fã. "Que página mais sem noção. Ele tem que se divertir! Uma coisa não tem nada a ver com a outra", apontou outro.
Em maio de 2018, o sírio já havia revelado que teria sido iniciado o longo processo para trazer os pais para o Brasil. "Estou no processo para trazê-los pra cá, se Deus quiser vai dar tudo certo, com certeza”, contou ele.
E, mesmo com dinheiro e contatos que podem estar ajudando a realizar o processo legal, fugir de um país em guerra não é tão simples.
MAS QUANTO CUSTARIA A VINDA DA FAMÍLIA DE KAYSAR AO BRASIL?
Se a família de Kaysar conseguir sair de Alepo, na Síria, e atravessar a fronteira para a Turquia, eles poderiam pegar um avião na cidade turca de Gaziantep -- localizada a 125km de Alepo --, fazer escala em Istambul para, finalmente, chegar a São Paulo em 20 horas de viagem.
Na empresa Turkish Airlines, por exemplo, a passagem sairia por US$ 1.237 (cerca de R$ 4.205) por pessoa.
Mas o grande problema consiste em fazer a imigração dos pais da Síria em meio à guerra civil -- mesmo com a cidade de Alepo estando sob controle do governo sírio -- e conseguir tirar a documentação necessária para a viagem ao Brasil, como os passaportes -- caso eles não tenham.
Em 2013, o Brasil abriu as fronteiras para os sírios através do Programa de Visto Humanitário. Até junho de 2017, cerca de 3.772 sírios haviam solicitado refúgio no país.
Ao desembarcarem no aeroporto brasileiro, os sírios podem ir à base da Polícia Federal, pedir asilo, obter um protocolo, uma autorização de trabalho e um documento de identificação nacional. Desde 2013, 100% dos pedidos de asilo feitos pelos sírios foram aceitos. Eles recebem, então, o status legal e proteção.