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Revista / Agora é Moda

RICARDO PEREIRA MERGULHA NA BRASILIDADE

No ar em 'Negócio da China', ator português diz que tem o melhor de dois mundos

Redação Publicado em 26/01/2009, às 20h06 - Atualizado em 04/02/2009, às 14h25

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Na Ilha de CARAS, Ricardo e o pôr-do-sol. Há quatro anos se dividindo entre Rio e Lisboa, ele orgulhase de ter sido o primeiro português a estrelar uma novela brasileira. - Cadu Pilotto
Na Ilha de CARAS, Ricardo e o pôr-do-sol. Há quatro anos se dividindo entre Rio e Lisboa, ele orgulhase de ter sido o primeiro português a estrelar uma novela brasileira. - Cadu Pilotto
Esqueça o sotaque e o passaporte português. O ator Ricardo Pereira (29) passa tranquilamente por um "menino do Rio". "Sou total carioca. Do chinelo, da bermuda e da camiseta. Gosto de surfar, da vida tranquila e descolada. Tem gente que me pede informação sobre a cidade e eu até explico o caminho (risos)", diverte-se ele, que, após fazer um teste na Europa, veio em 2004 para os estúdios da Globo atuar em Como Uma Onda, tornando- se o primeiro português a protagonizar uma novela nacional. Desde então, ele vive entre sua cidade natal, Lisboa, e o Brasil. Atualmente, Ricardo faz par romântico com a personagem de Grazi Massafera (26) em Negócio da China. "Me faz falta a família, mas meus parentes vêm para cá e eu vou até lá. Neste país, a comida é gostosa, o tempo é gostoso", justifica Ricardo, na Ilha de CARAS. Mas nem todos os encantos brasileiros conquistaram o galã. A grande paixão dele é a portuguesa Francisca Pinto (25), pesquisadora de arte, sua namorada há dois anos e com quem divide apartamento no Rio. - Como está a vida a dois? - Com a Francisca aqui, tenho a sensação de família. A presença dela é fundamental para meu equilíbrio pessoal. Casar e ter filhos faz parte dos nossos planos, queremos uma família normal, como qualquer pessoa. Mas vai depender da energia e do momento. Eu e Francisca somos muito organizados com o nosso tempo. - O que gostam de fazer? - Assistir a filmes, ir ao teatro, malhar. Fazemos spinning, ginástica localizada e alongamento e andamos de bicicleta. Também adoramos praia, principalmente a Joatinga, um lugar tranquilo e com visual incrível. - Então, você já está perfeitamente adaptado ao Brasil? - As pessoas se esquecem de que sou português, tanto o público quanto os atores. O Brasil me adotou, me acolheu, falam comigo como se fosse com um brasileiro. E vou ficar mais confortável quando conseguir comprar uma residência do meu gosto. Só sinto falta disso. - Planeja se mudar de vez? - Quero ficar com uma base aqui e outra em Portugal, por isso procuro um apartamento no Rio que tenha a minha cara, possa ser decorado com o meu jeito e estilo. É muito prazeroso viver neste país, nesta cidade. Sinto uma grande liberdade e alegria de vida nas pessoas. É claro que eu amo o meu país, mas é maravilhoso ter o melhor dos dois mundos. - E que outros prazeres você descobriu aqui? - Adoro feijoada, bobó de camarão, churrasco e arroz c feijão, bife e batata frita (risos). Como de tudo e sou guloso. Minha sorte é que sempre tive este corpo, meu metabolismo é acelerado. Mas uma vez fui ao restaurante da Dadá, em Salvador, e comi tanto que fui rolando até o Pelourinho (risos). - Você também trabalha em Portugal? - Lá, trabalho para a SIC, que é uma parceira da Globo. Também faço cinema. Acabei de filmar um longa sobre a fadista Amalia Rodrigues. Mas atuar aqui é superimportante porque o Brasil é considerado o país das novelas. - Essa 'ponte aérea' Rio- Lisboa não o deixa cansado? - Sou workaholic, acredito na teoria de que quando você é novo tem que ralar bastante para poder trabalhar mais relaxado no futuro. - O que faz no Brasil além de atuar na novela? - Gravo o programa Episódio Especial, é tipo um Video Show português. Tenho uma parceira, a Sofia Cervera, que faz as matérias em Portugal e eu, aqui. Gravo uma vez por semana, escolho cenários cariocas e levo as celebridades até lá para fazer uma entrevista ou uma brincadeira. Vamos comemorar um ano de programa com uma gravação direto do sambódromo. - Os fãs portugueses não ficaram enciumados com sua vinda? - O público me pergunta sempre panha pela imprensa. Os portugueses têm orgulho natural daqueles que conseguem levar a arte do país para além das fronteiras. Me sinto representante de Portugal quando não estou lá. Sempre sou chamado para receber autoridades do meu país, virei tipo um host. - E seus colegas de profissão, o que dizem? - Bom, eles têm a curiosidade de saber como é atuar no Brasil, sempre me perguntam. Mas eu já trabalhei no cinema holandês e francês. O conselho que sempre dou é ter humildade e lutar pelo que você quer sem pisar em ninguém. Acho que por isso ganhei um voto de confiança aqui.