Atriz de Bela, a Feia conta como transformou a rotina e os valores após superar um acidente
Redação Publicado em 11/04/2010, às 19h29 - Atualizado em 18/04/2010, às 18h41
Acostumada a viver na ponte aérea para conciliar o casamento de 16 anos com o empresário Adriano Facchini (44), com quem mora em São Paulo, e o trabalho no Rio de Janeiro, a atriz Luiza Tomé (45) sempre considerou-se uma pessoa hiperativa. Entretanto, após um acidente doméstico ocorrido em julho de 2009, no qual caiu de uma escada e rompeu os ligamentos do pé direito, a Samantha da novela Bela, a Feia, da Record, reavaliou a forma como administrava a sua rotina atribulada. Durante os três meses necessários para a recuperação, sendo que um deles passou imobilizada em uma cama, ela decidiu desacelerar. "Sou realmente uma nova pessoa. Interpretei o acidente como um sinal para que diminuísse o ritmo da minha vida e parasse de ser tão afobada", analisou ela, em temporada de lazer na Ilha de CARAS.
Mãe de três filhos, Bruno (12) e os gêmeos Luigi e Adriana (6), Luiza aprendeu a gerenciar a ansiedade e a aceitar o que não pode cumprir."Tentava dar conta de muitas coisas ao mesmo tempo, tenho o péssimo hábito de achar que posso fazer melhor do que o outro. Trabalhava em dobro e ficava com o horário apertado. Então, tinha que andar rápido. Agora, estou mais calma. É difícil, existe a carreira, marido e cuido da rotina dos nossos filhos. Tenho ajuda, mas às vezes não é a mesma coisa. Sei que o dever de casa, por exemplo, só fica bem feito se eu estiver junto", exemplificou.
Além de fisioterapia, Luiza encontrou na família, especialmente do marido, o apoio que precisava para superar o momento difícil. "É muito fácil abandonar o barco quando as coisas não estão bem. Continuar nele e acreditar que não vai afundar é o legal", completou ela, que considera a felicidade no lar seu grande ímã, o que a prende à relação. Apesar dos problemas, a atriz conseguiu não abrir mão das atividades físicas e exibe excelente forma, 55kg em 1m65. Faz questão de levantar até de madrugada para correr na praia. "Eu não acordo cedo para trabalhar? Por que não vou fazer isso para cuidar da saúde? Parei de fumar no carnaval, depois de 29 anos, e estou redescobrindo o sabor dos alimentos. Tenho que malhar mais agora!", divertiu-se.
- Como não perder a paciência diante do que a incomoda?
- Primeiro, procuro manter a calma. Ficar irritada realmente não resolve nada. No trânsito, não adianta colocar a mão na buzina nem gritar. Outro dia, levei sete horas para fazer um voo entre o Rio e São Paulo. Antigamente, teria dado um piti, pedido a mala e saído do avião. Mas fiquei o tempo todo brincando com os passageiros. No fim, eles me agradeceram e disseram que ajudei a passar o tempo com bom humor. Agora, evito criar confusão.
- Tem algum truque para driblar o mau humor?
- Penso em algo positivo. Se tive que passar tanto tempo em uma viagem, por exemplo, vejo que seria pior se não voltasse para casa, se o avião fizesse pouso forçado. O importante é dar tudo certo.
- No período em que ficou acamada, reavaliou a relação?
- O principal naquele momento foi analisar minha vida e entender por que estava correndo tanto. Isso me ajudou mais que pensar no que eu sentia por ele. Antes, meu apelido era furacão. Agora, o meu tempo mudou.
- Qual o segredo para um casamento tão duradouro?
- Não sei! Felizmente, estamos muito bem. Manter uma relação longa é difícil. Não é só amor, são contas a pagar, filhos, uma série de elementos. Sou feliz com eles e é isso o que me prende. Mas é difícil manter o amor e a admiração.
- A correria quebra a rotina?
- Não. Tanto que penso em voltar a morar no Rio com a família toda. Não suporto mais ficar longe. Fui morar em São Paulo pelo Adriano, mas vieram os filhos e estou me sacrificando demais. Por mais que ele seja um bom pai, as crianças sentem minha falta. Quero voltar da gravação e encontrá-los. Tenho proposta de outras emissoras e já pensei em aceitar só para dar um tempo nessa correria.
- Como parou de fumar?
- Tive a ajuda do meu irmão, que faz um trabalho de recuperação de dependentes químicos. Adorava o vício porque ficava muito sozinha e o cigarro era como um amigo. Mas, na verdade, era um inimigo mortal. Pensava que precisava criar meus filhos, por isso resolvi parar com o cigarro.
- Sofreu com a abstinência?
- Fiquei um tempo irritada e peço desculpas a quem esteve por perto no período. Parecia uma bomba, prestes a explodir. Chorava por qualquer motivo. Procurei um terapeuta, cheguei a achar que fosse depressão, mas ele me explicou que era a falta do cigarro.
- Como é criar um adolescente e gêmeos de sexos diferentes?
- O mais difícil é preparar os filhos para o mundo, com caráter. O mais velho é carinhoso, afetivo. Isso é o que me dá paz. Já os pequenos possuem uma relação diferente. Meu filho quer brincar com as bonecas da minha filha e ela com os brinquedos dele. O que posso fazer? Eles são criados juntos. E eu acho isso natural.
- Sente medo de envelhecer?
- Já passei por todas as crises de idade. Mas o receio vai sendo compensado por outras coisas na vida, como a minha família.
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