Rotina leve e afetiva ditava momentos de férias de Ayrton Senna, que exercia novas facetas com pausa na velocidade das pistas
A velocidade era a grande paixão de Ayrton Senna (1960-1994), mas fora das pistas o ídolo dividia esse amor com outros interesses. Nas férias, por exemplo, a casa de Angra dos Reis, no litoral fluminense, era um de seus destinos favoritos. Por lá, ele conseguia colocar em prática hobbies como andar de jetski. “Ele era competitivo até nas brincadeiras e não gostava de perder de mim, que levava vantagem por ser mais leve. Por isso, sempre arrumava um jeito de fazer um motor mais forte no jet ski dele”, comentou o sobrinho, Bruno Senna (40).
Precursor da preparação física no automobilismo, Senna costumava se sair bem em quase todos os esportes, exceto no futebol! Era fã de ciclismo, tênis e corridas. O aeromodelismo também tinha lugar de destaque. “Claro que nem sempre tudo saía perfeito. Uma certa vez, ele chegou todo contente com um helicóptero de controle remoto novo e foi para o jardim pilotar. A brincadeira durou pouco: tudo o que ele conseguiu foi decolar o helicóptero acima do telhado da casa e vê-lo se espatifar no chão!”, recordou a mãe, dona Neyde (84).
Já em sua fazenda em Tatuí, no interior de SP, ele mandou construir uma casa separada da residência principal. A ideia era guardar ali todos seus brinquedos de ‘gente grande’: motos, bugues, quadriciclos e um barco. Tinha ainda uma prateleira com carros, um hovercraft, além de um helicóptero, sete aviões e duas lanchas, seus brinquedos de controle remoto. Para completar uma coleção de miniaturas: de carros, é claro. Ele ainda se aventurava na pesca e chegou a passar um dia inteiro aprendendo lições sobre pesca esportiva.
“O que eu mais gosto é ficar em casa”, dizia ele. Amante da boa mesa, seu prato favorito era o macarrão ao sugo. E, como bom brasileiro, também não dispensava o clássico arroz, feijão, bife e batata frita. A curiosidade é que, diferentemente da rotina nas pistas, o piloto comia devagar, fazendo suas garfadas em ‘primeria marcha’! Para adoçar o paladar, não dispensava um profiterole.
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