Ao disseminar suas vivências do cotidiano nas redes sociais, as criadoras de conteúdo fazem com que o público reflita sobre questões que permeiam a criação de filhos
Maternidade. Substantivo feminino que se refere ao estado ou qualidade de mãe, segundo o dicionário Michaelis. Mas, afinal, quem exerce a qualidade de mãe? Pode ser quem deu à luz, quem amamentou, a tia, a avó, a irmã ou até mesmo a amiga? A figura materna pode estar presente em qualquer mulher que ofereça cuidado, afeto, tempo, disposição e muito, mas muito amor. “Antes de passar pela escola, pelo primeiro emprego ou por qualquer outra experiência da vida, todo mundo passa pelas mãos de uma mãe. Não é nem exagero dizer que ser mãe é ser a base do mundo de alguém”, conta Alinexú, mulher corajosa que divide a maternidade, e a vida, com Alessandra.
Jamal e Jawari são os nomes dos gêmeos sortudos que podem dizer que essas duas pessoas incríveis são suas bases, suas provedoras de amor, leite materno e tudo o que existe de melhor. Suas mães.
A dupla maternidade, vivida por Alinexú e Alessandra, apesar de ainda ser alvo de tabus, preconceitos e fobias, vem para mostrar que quando o assunto é a criação ainda há muita coisa a ser ensinada e aprendida. Afinal, família é família!
Vivendo e compartilhando a dupla maternidade
O assunto, além de ser pouco discutido, muitas vezes se restringe a uma determinada bolha, que, muitas vezes, não se comunica com toda a população. A sorte é que existem pessoas como as mamães dos gêmeos, que vieram para fazer a diferença. “A ideia de criar o Maternidade Sapatão veio justamente dessa vontade de levar referência e representatividade para mulheres pretas e de quebrada, que também desejam viver o sonho da maternidade, mas veem isso como um sonho distante”, explica Alinexú.
O perfil no Instagram, que hoje conta com cerca de 13 mil seguidores, é repleto de conteúdos sobre o cotidiano. Com muito carinho e dedicação, elas mostram de perto como é criar de maneira simples, e amorosa, dois meninos lindos. “Quando nós, que não temos tantas condições financeiras, vemos outas mulheres que vivem a dupla maternidade falando sobre os passeios que fazem de carro, os brinquedos caros que os filhos têm, nós refletimos no que realmente é necessário para ser mãe”, revela Alessandra. “Uma criação humilde, mas bem atendida e bem acolhida, já é mais que o suficiente. E através do nosso perfil, compartilhamos isso com o mundo”, explica.
O vínculo do leite materno
E, de fato, no Maternidade Sapatão é possível ler e aprender muito sobre a dupla maternidade e todas as coisas que permeiam essa vivência. Desde a gestação à amamentação dos pequenos, por exemplo. “Para mim, a amamentação é muito importante, porque com ela eu consigo observar a saúde dos meus filhos em desenvolvimento, além de me conectar com eles! Eu mesma, que sou mãe não gestante, pude escolher entre começar ou não o processo de lactação, mas uma das coisas que me fez querer amamentar foi a possibilidade de ter essa conexão mais intensa com o Jamal e o Jawari. Esse tipo de ligação que vem do ato de amamentar é muito único”, expõe Alinexú.
E se você está se perguntando como Alinexú consegue amamentar, a resposta é simples. Com a ajuda de remédios que produzem a prolactina no corpo da mulher, somados aos estímulos do extrator de leite materno, a produção começa a todo vapor! “Comecei o processo de lactação quando a Ale ainda estava nos 6 meses de gestação, então quando os meninos nasceram, eu já estava produzindo leite. Tanto que consegui amamentar eles no hospital mesmo”, conta ela.
Extratores de leite materno, como os da Philips Avent, são essenciais para momentos como esse, que não só conectam a mãe a seus filhos como diminuem a dificuldade da amamentação. “Amamentar é uma renúncia, é você ter que renunciar a várias coisas. Por mais que seja gratificante saber que você é a principal fonte de alimento do seu filho, é extremamente cansativo. Por isso, sempre falo que sou muito privilegiada de poder contar com a Aline para essa tarefa”, ressalta Alessandra.
Apesar de a amamentação não ser um mar de rosas, a informação de que mulheres não gestantes podem produzir leite é essencial para tantas outras que sonham com a dupla maternidade. “Dá para amamentar, ter filho e ainda criar com saúde! Meu recado para todas as que querem fazer parte do 'corre' da maternidade e que têm esse sonho é: vá atrás, não desista, é possível”, finaliza Alinexú, emocionada pelo tanto que ela e Alessandra agregam para o mundo com o Maternidade Sapatão.