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Fernanda Elias expande estudos e tratamentos para o câncer de reto

Especialista em coloproctologia reforça a importância do diagnóstico precoce e explora novas abordagens no cuidado com a saúde intestinal

TV Notícias Assessoria de Imprensa Publicado em 18/03/2025, às 15h19

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Mateus Dias | Franciane Zyad | Diogo Chaves
Mateus Dias | Franciane Zyad | Diogo Chaves

Desde a infância, Fernanda Elias Rabelo já demonstrava um olhar atento para a medicina. O instinto de cuidar e compreender a complexidade do corpo humano sempre esteve presente, levando-a naturalmente à escolha pela carreira médica. "Acho que a cirurgia me escolheu, porque eu não conseguia me ver em outra especialidade", reflete.

A paixão pela coloproctologia veio com a descoberta da complexidade do intestino, um órgão que não apenas processa os alimentos, mas também influencia diretamente no bem-estar e na qualidade de vida dos pacientes.

Inovação na cirurgia coloproctológica


Graduada e especializada com ênfase em procedimentos minimamente invasivos, Fernanda acompanhou os primeiros casos de videolaparoscopia em cirurgias proctológicas em 2004 e 2008. Sua primeira experiência prática com a técnica ocorreu em 2010, a partir de quando passou a aprimorar seu conhecimento na área. Mais recentemente, tem explorado o impacto da cirurgia robótica e do uso de laser para reduzir a agressão cirúrgica. "A tecnologia reduz a necessidade de grandes incisões, o que pode contribuir para um pós-operatório menos agressivo", destaca.

Dentre os avanços cirúrgicos que acompanha de perto, Fernanda destaca o Transanal Endoscopic Operation (TEO), procedimento minimamente invasivo para retirada de lesões iniciais no reto. "Ele permite remover tumores precoces sem grandes cortes, preservando estruturas essenciais do organismo", explica.

Outra revolução que acompanha de perto é o estudo do microbioma intestinal e sua relação com doenças. "Sabemos que 90% do nosso DNA é de bactérias e que o equilíbrio da flora intestinal pode influenciar no risco de várias condições, incluindo o câncer."

Câncer de reto: a importância da prevenção e do diagnóstico precoce


O câncer de reto é um dos focos principais do trabalho de Fernanda Elias. Esse tipo de tumor pode se desenvolver silenciosamente, sem apresentar sintomas na fase inicial. Quando sinais como sangramento nas fezes, alterações no hábito intestinal e perda de peso aparecem, a doença pode estar em estágios mais avançados. Por isso, o rastreamento precoce é fundamental.

A colonoscopia é o exame mais eficaz para detectar pólipos e lesões precoces que podem evoluir para um tumor maligno. "Muita gente ainda associa a colonoscopia a um diagnóstico de câncer, quando, na verdade, ela é essencial para preveni-lo. A Sociedade Americana do Câncer já reduziu a idade recomendada para esse exame de 50 para 45 anos, pois temos visto diagnósticos em pacientes cada vez mais jovens", adverte.

A alimentação tem um impacto direto na saúde intestinal e pode ser um fator de risco ou proteção. "O consumo excessivo de carne vermelha e embutidos está associado a uma maior incidência de câncer colorretal. Por outro lado, uma dieta rica em fibras, com frutas, vegetais e grãos integrais, auxilia na regulação do trânsito intestinal e protege a mucosa do reto e do cólon", explica.

Além da nutrição, outros fatores influenciam o risco da doença. O sedentarismo, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool estão diretamente ligados ao desenvolvimento do câncer de reto. "É essencial manter um estilo de vida saudável, praticar atividades físicas regularmente e evitar hábitos que possam comprometer a integridade do intestino", reforça.

Fernanda também alerta para práticas cotidianas que podem prejudicar a saúde intestinal, como o uso prolongado do celular no banheiro. "O intestino precisa funcionar como um reflexo natural. Se você fica muito tempo no vaso, pode sobrecarregar os tecidos da região anal e favorecer doenças como hemorroidas e fissuras", alerta.

Os avanços nos tratamentos incluem a combinação de radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia. Esta abordagem pode reduzir o tamanho do tumor e até evitar a necessidade de uma colostomia definitiva. "O grande avanço do tratamento do câncer de reto nos últimos anos foi entender que, em alguns casos, conseguimos preservar o órgão sem necessidade de grandes ressecções", comenta.

Ensino e impacto na formação médica


Em sua trajetória acadêmica, Fernanda foi professora na Universidade Federal de São João Del-Rei, no campus Dona Lindu, em Divinópolis. Além disso, também atuou como supervisora da Residência Médica de Cirurgia Geral no Hospital São João de Deus, contribuindo para a formação de novos profissionais na área cirúrgica. "Ensinar sempre foi uma paixão. Acredito que quando compartilhamos conhecimento, aprendemos ainda mais", afirma.

A experiência no ensino a motivou a desenvolver um manual de orientação para médicos da atenção básica, visando melhorar a condução de casos simples e otimizar os encaminhamentos para especialidades. O guia, desenvolvido em conjunto com outros especialistas, está disponível em e-book sob o título ‘Coloproctologia na atenção básica: O que o médico da unidade de saúde precisa saber’. "A educação médica continuada impacta diretamente na qualidade da assistência", pontua.

Sempre inquieta, Fernanda também se dedica à formação de novos especialistas. A médica mantém um curso exclusivo para ensinar cirurgias minimamente invasivas a outros coloproctologistas. "Faço turmas reduzidas, de quatro a seis alunos, para garantir aprendizado de qualidade. Nosso papel é expandir as opções terapêuticas e oferecer alternativas menos agressivas para os pacientes."

Humanização e cuidado integral no atendimento ao paciente


No consultório, Fernanda implementa uma abordagem humanizada, eliminando barreiras que possam gerar desconforto. "Não atendo com mesa. Meus pacientes sentam em poltronas, e eu fico em outra, olho nos olhos e escuto", explica. Esse cuidado também se reflete na maneira como conduz os atendimentos. "O paciente já chega vulnerável. Meu papel é garantir acolhimento e segurança, sem que ele se sinta julgado."

O atendimento humanizado vai além da consulta. Fernanda prioriza o acompanhamento contínuo, garantindo que seus pacientes compreendam cada etapa do tratamento e sintam-se seguros para tomar decisões. "Explico com clareza todas as opções terapêuticas, desde a prevenção até os tratamentos mais complexos. A decisão precisa ser conjunta e baseada na confiança."

Pesquisas e perspectivas futuras


Em busca de aprofundar seus conhecimentos, Fernanda integra o grupo de pesquisa da renomada cirurgiã Angelita Gama, referência mundial no tratamento do câncer de reto. "Ela foi pioneira na introdução da radio e quimioterapia antes da cirurgia, alterando significativamente a abordagem terapêutica. Hoje, a equipe dela segue estudando a biologia dos tumores para entender por que alguns respondem melhor ao tratamento", comenta.

Para os próximos anos, a especialista tem planos ambiciosos. Em 2025, Fernanda passa uma temporada na França para aprofundar suas pesquisas na área do câncer de reto. Paralelamente, prepara o lançamento de um podcast voltado para educação médica. "Quero levar informação de qualidade para médicos em formação e desmistificar questões importantes para a população."

Com olhar atento para a inovação e um compromisso inabalável com seus pacientes, Fernanda Elias segue transformando a coloproctologia com técnica, humanização e dedicação. "A saúde intestinal é vital. O maior presente que podemos dar a quem amamos é cuidar de nós mesmos", finaliza.

Site: https://drafernandaproctologista.com.br
Instagram: @drafernandaeliasrabelo
Livro: https://www.amazon.com.br/Coloproctologia-aten%C3%A7%C3%A3o-b%C3%A1sica-unidade-precisa/dp/6525138116
Youtube: https://www.youtube.com/@ProctoOnCursos | https://www.youtube.com/@dra.fernandaeliasrabelo6822