Em entrevista à CARAS Brasil, a atriz Manu Morelli celebra o sucesso de Beleza Fatal e aproveita para contar os novos projetos após o fim da novela
Interpretando a primeira mocinha de sua carreira, Manu Morelli(24) encontrou uma trama complexa e desafiadora como a médica Carol Argento, na novela de sucesso Beleza Fatal (Max). Com as dores e privilégios da filha de Tomás (Murilo Rosa), a atriz não esconde o receio que teve em relação ao público e sua personagem.
"Um dos maiores desafios foi justamente isso de como fazer com que ela não ficasse tão vendida para o público, no sentido de trabalhar bem as contradições dela. E também, o fato dela passar por situações cada vez mais complexas", conta a atriz de Beleza Fatal, em entrevista à CARAS Brasil.
A trama se inicia com Carol buscando o paradeiro de Márcia, sua mãe desaparecida. Com o decorrer da novela, ela recebe diversas informações que balançam seu mundo. "No começo, ela está procurando a mãe, e acha que a viu, mas na verdade viu a avó; depois descobre que o avô matou a mãe; que o pai ficava com a própria avó… é uma sucessão de notícias que chegam até ela."
Leia também: Raphael Montes revela bastidor da criação de Beleza Fatal: 'Não sentia isso'
Manu diz que as descobertas foram bastante desafiadoras, uma vez que precisava ter uma cartela de reações plausíveis para tantos eventos inacreditáveis que a personagem passava. Além disso, ela também diz que a ordem de gravação foi difícil, apesar de já estar acostumada.
"Gravar a novela na ordem contrária também foi difícil. A primeira cena que eu gravei foi a do enterro do Átila, uma curiosidade. Mas, foi uma delícia viver esses desafios, sou eternamente grata pelo convite para viver essa personagem", recorda.
Apesar de não dar spoilers, a atriz confessa que torce pela felicidade e saúde mental da personagem, e revela que já tem novos planos para o futuro de sua carreira com o fim da novela. Confira a seguir trechos editados da entrevista.
Você esperava que Beleza Fatal fosse fazer tanto sucesso?
Não esperava essa repercussão, mas não porque eu não considerava uma grande novela que é uma coqueluche de várias outras coisas maravilhosas que já vimos e que já deram certo. E sim, porque é uma novela de streaming e de uma plataforma que estava passando por processo de alteração. Fico muito feliz com esse sucesso. Isso também se deve ao fato de que é uma novela que se comunica com a juventude e isso é uma coisa que estava fazendo falta. Acho incrível essa novela sem medo de ser novela e, como diz a Maria de Médicis, 'uma novela com botox'.
Esperava que a Carol fosse se tornar tão popular? Como você vê a repercussão da personagem?
Fico muito feliz, é um presente enorme. É uma personagem muito complexa e difícil. Sabemos que ela é aquela mocinha que é, de alguma maneira, a pobre menina rica, mas com dores dignas. Como encontrar a contradição dessa personagem? Ela é sim uma menina mimada, mas é muito honesta e tem um caráter muito bom. Confesso que eu ficava com esse receio no começo das gravações, de que talvez ela fosse vista com um certo receio pelo público porque ela é ingênua, mas tem um coração maravilhoso. Acho que deu muito certo, estou adorando o público amando e comentando sobre isso. É importante porque cria um diálogo com o público, que passa por essa consciência de classe. A Sofia é a mocinha que passou por tremendos traumas, e se colocar ela do lado da Carol, fica evidente os privilégios. É uma discussão essencialmente brasileira. Quando fui convidada para fazer a Carol, foi muito interessante, porque eu pensei que de fato todas as personagens da minha carreira são muito complexas. Minha carreira, de alguma maneira, me preparou para viver a Carol.
Sei que você não pode dar spoilers para quem ainda não assistiu, mas tem alguma torcida para o final da Carol?
Minha torcida é que ela termine muito bem, feliz e fazendo terapia [risos]. Desejo que ela se encontre, que trabalhe por ela mesma… não sei se isso acontece com ela sozinha ou acompanhada, mas que ela finalmente encontre paz nessa família tão perturbada e complicada, que acaba deixando ela ‘corna’ dos acontecimentos. A sensação que eu tenho é essa.
Você já acumula alguns personagens, mas diria que a Carol foi uma virada em sua carreira?
Consigo enxergar quase todas as minhas personagens como viradas na minha carreira, porque todas são muito diferentes entre si. Quando eu tinha 16 anos e gravei Domingo, foi uma virada na minha carreira. O filme foi gravado em Pelotas, cidade em que eu nasci, com uma equipe totalmente sudestina. Então tinham atores globais como Camila Morgado, Augusto Madeira, Chay Suede… foi uma virada enorme, o filme foi para o festival de Veneza e o festival de Brasília, que me rendeu meu trabalho em Onde Está Meu Coração, que também foi uma virada. Só que a Carol teve, realmente, o alcance ao grande público. Diferente, por exemplo, da Mariane, a personagem que eu fiz na série Todo Dia a Mesma Noite (Netflix), ela aparece mais, tem mais tempo de tela e eu tenho mais possibilidade de mostrar o meu trabalho, mesmo que a situação que ela se encontrava acabava sendo repetitiva, assim como a vida. A virada que eu vejo com a Carol foi o alcance que ela teve, a versatilidade e a possibilidade de mostrar meu trabalho. Foi minha primeira mocinha.
Quais as novidades na carreira após Beleza Fatal?
Tem muita coisa que eu não posso contar ainda, mas vai ser bem interessante quando eu puder trazer a público. Mas, tenho uma estreia muito importante para mim, do filme Espiral. É um filme gaúcho, dirigido pelo Leonardo Peixoto, que foi o primeiro diretor que me dirigiu na vida quando eu tinha 6 anos. Ele foi aluno da minha mãe na faculdade de cinema da minha mãe. Essa parceria foi virando e vingando e com 11 anos ele dirigiu o primeiro curta que eu fiz. Sempre tivemos esse encontro e esse carinho, e ele sempre falava que quando tivesse seu primeiro longa gostaria que eu estivesse, e foi o que aconteceu. O filme é sobre uma família afetada pela crise calçadista [produção de calçados]. É uma história muito interessante, porque afeta os gaúchos de uma maneira muito particular. Minha personagem é uma menina que está descobrindo a sexualidade, e a história se passa em duas gerações diferentes.
Ver essa foto no Instagram