Na primeira das três noites de apresentações no Brasil, o violinista e regente André Rieu emociona a plateia com clássicos da música erudita e interpreta canções da música brasileira
Acompanhado de um cortejo composto por violinos, metais e jovens cantoras, o violinista holandês André Rieu (62) subiu ao palco do Ginásio do Ibirapuera na noite desta terça-feira, 29, para fazer o que sabe de melhor nesta vida: inovar. Abrindo seu show com a obra para balé Lago dos Cisnes, do compositor russo Tchaikovsky (1840 – 1893), o showman deu início à apresentação que já prometia boas doses de ousadia além de muita referência à identidade brasileira.
Com um quê de bucólico, o cenário da apresentação transportou sua plateia ao romântico mundo das óperas, onde as mocinhas exaltam seus amores e os rapazes exibem sua força. E foi com interpretações deste gênero que André Rieu revisitou grandes clássicos da música erudita, como a famosa Nessun Dorma, criada em 1926 por Giacomo Puccini (1858 - 1924) e eternizada pelo tenor Luciano Pavarotti (1935 – 2007).
“Esse show é uma dádiva de Deus, é maravilhoso. Minha sogra que me apresentou o André Rieu, escuto muito. Costumo dizer que sou do tipo que vai de Reginaldo Rossi a Beethoven”, contou o sertanejo Luciano Camargo (39), que foi acompanhado da esposa Flávia Fonseca (31) e do filho Nathan, fruto de outro relacionamento do cantor, durante a apresentação.
Muito alegre e descontraído, Rieu passou por canções como o Danúbio Azul, Aleluia (que levantou a plateia e foi apontada pelo violinista como uma das canções mais esperançosas do mundo) e uma bela interpretação de Ave Maria, um dos pontos mais emocionantes da apresentação.
Para a jornalista Rosana Jatobá (41), que foi ao show acompanhada do marido Frederico Mesnik , mais do que apresentar um show emocionante, a relevância do trabalho de Rieu é mostrar ao grande público como a música erudita pode ser divertida. “O show é maravilhoso, estimula as pessoas a ouvirem música de qualidade. Tem sátira, é divertido e profundo”, declarou.
Versão brasileira
Se existe uma palavra para descrever o show de Rieu, esta palavra é diversidade. “Eu só tinha visto o show dele pela internet e ver pessoalmente é maravilhoso, ele é muito carismático, fala em português com a plateia e tem um repertório muito eclético, vai de música brasileira à sacra”, afirmou emocionado o ator Germano Pereira (31).
Como o grande palco do show de André Rieu era mesmo o Brasil, não poderiam faltar homenagens ao repertório nacional. A primeira grande menção do regente à música brasileira foi o chamado por Carmen Monarcha, cantora lírica paraense que acompanha Rieu e sua orquestra em suas turnês pelo mundo.
Com a impactante L'amour Est Un Oiseau Rebelle, Carmem mostrou à plateia porque é a brasileira escolhida para estar ao lado de André Rieu. Sua participação contou ainda com a interpretação de Manhã de Carnaval, eternizada pela cantora Maysa (1936 - 1977).
Conforme o prometido e esperado, o hit sertanejo Ai, Se Eu Te Pego, do cantor Michel Teló (31), foi apresentado duas vezes no show com a participação especial de um sanfoneiro para dar o clima da música. Além da canção de Teló, a Aquarela do Brasil de Ary Barroso (1903 - 1964) e o Tico-Tico No Fubá, famosa na voz de Carmem Miranda (1909 - 1955) ganharam suas versões orquestradas.
“Há 10 anos tenho todos os CDs e DVDs dele. Eu esperava exatamente essa emoção toda! Ele é um grande talento!”, afirmou a veterana Eva Wilma (78), que se empolgou durante o show e até improvisou uma dancinha simpática durante o bis de Ai, Se Eu Te Pego.
Quem também marcou presença no show de André Rieu com apoio CARAS foram os atores Sara Sarres (30), Cleto Baccic (42) e Saulo Vasconcelos (37).
"A música tem o poder da cura, é o que toca mais profundo a alma de um ser humano. Espero poder continuar curando pessoas até o fim da minha vida", declarou Rieu durante seu show. A julgar pela comoção da plateia paulista desta noite, ele tem conseguido.
Assista ao vídeo da TV CARAS: