A empresária acredita que a união é o ponto principal para sairmos vitoriosos deste momento
Luiza HelenaTrajano tem visto seu nome se tornar extremamente popular nos últimos tempos, além de sua liderança brilhante nos negócios, ela encabeçou uma série de iniciativas para ajudar causas sociais. E é sobre este tema que ela fala nesta entrevista exclusiva com a CARAS Brasil.
Dona de uma das principais empresas de varejo do país, Luiza, assim como todos os brasileiros, viu sua vida mudar completamente com o cenário nacional de enfrentamento da pandemia de coronavírus. E percebeu a necessidade de usar sua influência e contatos para organizar uma ação em prol da vacinação. ''Hoje temos um grupo chamado 'Mulheres do Brasil', que tem mais de 85 mil mulheres de todos os segmentos, porque temos mais de 20 causas. [...] Através deste grupo, eu já tinha aprendido com nosso comitê de saúde a importância do SUS e a experiência que o SUS tem com a vacinação no mundo. Quando chegou janeiro, a gente pensou: 'com um grupo tão forte, como que não vamos trabalhar contra um único inimigo que é o vírus?'', disse.
Além de seu grupo de mulheres, Trajano conta que resolveu envolver uma outra união de liderança, da qual faz parte, para fortalecer o projeto. "Chamamos o IDV (Instituto de desenvolvimento do varejo) e eu falei: 'Temos que fazer alguma coisa! Não podemos ficar fazendo só diagnósticos, ficar culpando não vai adiantar!' Nos juntamos e logo surgiu um movimento de mais de 2.500 pessoas trabalhando sem parar'', contou
Muito se tem falado no país sobre a importância da vacinação, mas, recentemente, a pauta envolvendo a compra do imunizante por organizações privadas surgiu em debates. Mas a empresária descarta essa opção e explica o porque não acredita que seja uma boa opção. ''Tivemos premissas importantes! Uma delas, é que não iremos comercializar a vacina. Eu não sou contra meus amigos empresários ou governo que queiram comprar, mas a gente já sabia que, nesse momento, são 4 ou 5 laboratórios produzindo a vacina, então tem uma deficiência. No protocolo mundial, nenhum laboratório pode vender, sem ser para o governo federal, se não tiver vacina sobrando ou 70% da população imunizada. Mas o que eu digo é: '’Se alguém conseguir, trás e doa para o SUS que vamos ficar muito feliz'', afirmou.
Para que o objetivo do movimento 'Unidos pela Vacina' funcione de forma positiva, Luiza explica que a organização se dividiu em duas vertentes focadas em etapas diferentes. ''Em uma ponta do grupo, nós temos empresários que trabalham em multinacionais e estão acostumados a lidar com países de fora. Esse grupo, está desde o começo, junto com o ministério da saúde tentando trazer vacinas e junto com laboratórios internacionais, tentando agilizar isso.[...] Mas também com Butanta, Fiocruz, para entender como a gente pode fazer isso o mais rápido possível. Na outra ponta, temos os governos. Fizemos uma pesquisa para saber o que precisavam para ajudar! Seja congelador próprio, caixa térmica própria, equipe, wifi. Não é que eles não podem fazer, mas às vezes demora muito. Tudo é muito burocrático''. explicou.
A comerciante ainda relatou que é frequentemente questionada sobre a possibilidade da iniciativa falhar e não conseguir concluir o objetivo de vacinar a maior parte da população até setembro, mas diz que não tem medo de um resultado diferente do esperado. "Essa não foi a primeira causa que eu peguei! Se acontecer, eu vou voltar para os meus netos e filhos, todos os netos e filhos de todas essas pessoas que estão trabalhando sem parar, e vou dizer: 'Nós cumprimos a nossa parte.' Isso em um momento tão difícil de tanta morte. Se não der, não deu! Mas eu vou ter certeza que nós fizemos o máximo e melhor do que faríamos antes[...]Estamos lutando para, até setembro, conseguir fazer isso, mas se não der, vamos deixar o mais próximo do que poderia estar'', conta.
Trajano também explicou um pouco de sua visão do mercado sob a gestão feminina e seu posicionamento sobre a união e parceria entre os gêneros. ''Eu acho que é muito importante a união do masculino com femino! Eu sempre preguei isso! A força feminina hoje, o tipo de gestão, que veio com a mudança e surgimento das startups, é uma gestão orgânica, que não é muito esquematizada, tudo certinho e depois na prática não pode dar nada errado. Nós, mulheres, somos mais preparadas para lidar com isso do que um homem, que antes não poderia nem falar na sua empresa que estava com familiar doente. Esse perfil do mundo atual, no meio da epidemia, está mais voltada para a mulher, que nos permitiu desenvolver sensibilidade. Mas acredito mesmo é no trabalho que fizemos de unir a força feminina e masculina,'' diz.